Capítulo 8 - Uma Nova Chance

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O primeiro dia de aula até que não foi tão ruim assim. Foi bom, pelo menos já tenho novos amigos.

Depois do intervalo - e cá entre nós, daquela encarada monstra que recebi do amiguinho Gabriel - nada demais aconteceu. A aula correu normalmente, eu trocando mensagens secretas e subliminares com Fernanda - a quem agora tenho o prazer de chamar de Nanda, ou seja, grau de intimidade aumentando aos poucos. Não que isso realmente importe, eu poderia muito bem continuar chamando-a de Fernanda, mas ela disse que as melhores pessoas que ela conhece a chamam de Nanda, o que me torna alguém importante u.u.

Depois da conversa com o Gabriel na hora da entrada, não nos falamos mais. Provavelmente teríamos de conversar, já que a professora de Literatura - mesmo no primeiro dia de aula - passou um trabalho EM GRUPO; não fique aí pensando que seria em dupla, que eu faria com ele, e a gente ia se pegar na casa dele enquanto faz o trabalho. Não sou dessas.

O trabalho era de até quatro pessoas e ela nos liberou para escolher os integrantes. Teríamos de escolher dois filmes que falassem ou sobre preconceito ou sobre problemas na juventude.

Então ficamos assim: Igor (melhor amigo do Gabriel), Gabriel, Fernanda e eu. BFF's só que não.

Escolhemos o tema preconceito, já que problemas na juventude a gente vivencia todo dia então não precisamos fazer um trabalho sobre isso.

Um dos filmes era 12 Anos de Escravidão. Nos reuniríamos na casa do Gabriel *NÃO PENSEM MERDA* pra assistir o filme, o segundo ainda iríamos decidir.

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Meu sábado começou ao 12h00. Essa foi a hora que eu acordei, já que de segunda e quarta tenho aula de inglês de manhã - leia-se 8h00 da manhã, mas eu acordo às 6h00, então né - e o fim de semana são os únicos dias que tenho pra dormir até mais tarde, de resto acordo 9h00.

Levantei e fui escovar o dente, enquanto checava o celular. Depois eu ia almoçar - pra que café se existe o almoço que é melhor? Enfim.

Tinha uma mensagem da Nanda.

Nanda: "Na casa do Biel, às 14, ok?"

Biel. Ta bom então.

Manu: "Okay. Biel? Sério mesmo?"

Nanda: "Ué, o que tem? Apelido dele."

Manu: "Eu ainda chamo ele de Gabriel."

Nanda: "Por que se importa tanto da forma como o chama? *carinha maliciosa*"

Nem respondi. Sem graça.

Desci pra almoçar, de pijama mesmo. Havia um recado na geladeira.

"Filhota, eu e seu pai saímos pra umas compras, e seu irmão saiu ontem pra alguma balada e falou que ia dormir na casa de um amigo. Mas acho que ele foi mesmo pra casa de uma amiga.

Te amamos.

Beijos

P.S.: Tem pizza de ontem na geladeira, já que não tem ninguém em casa e você não sabe nem fritar ovo."

Ta bom que era um amigo, okay, hahahahahaha to rindo muito. Que piada boa. Quanto à cozinhar, magoou mãe, pegou pesado ae.

Subi pra tomar um banho e me arrumar pra ir pra casa do Gabriel. Não ia me empiriquitar toda, igual a um monte de menina faz só porque vai ali na esquina, mas um banho até que iria vir a calhar.

Escolhi uma camiseta qualquer, um legging preto e Vans preto. Soltei o cabelo, blá blá blá. É só isso que eu fiz mesmo.

Já era 13h30 e quando eu ia sair de casa lembrei que nem o endereço eu tinha ainda. Culpa da Nanda. Vaca.

Peguei meu celular, e enviei uma mensagem, pedindo o endereço e dizendo como ela era uma anta por querer que eu vá na casa dele, sendo que eu nem tenho o endereço.

Ao que ela respondeu:

"Desculpa. Anta é você quer ir na casa do seu boy e nem pede o endereço pra amiguinha aqui, que de algum jeito estranho, tem indícios de amnésia e esqueceu de te passar na aula.

P.S.: A Débora vai estar lá também, segundo Igor 'ela quer ficar de olho'."

Ótimo. A Debi Mental vai estar lá.

Logo depois chega o endereço dele, que por algum motivo - talvez coincidência, ou não, já que o pai dele é o braço direito do meu pai - é descendo a rua. Eu até ia de carro, mas pra andar um pouco e pensar na vida, vou andando mesmo.

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Estava praticamente no portão dele, atravessando a rua, quando um carro para na frente. Fico pensando "isso, atropela mesmo", e quando vejo quem sai do carro, acho que queria estar morta.

- Olha só, veio a pé. Que menina mais saudável. - diz a vaca da Débora.

- Ao contrário de você né querida, que veio de carro. Que péssima ação para o meio ambiente.

Ela me olhou com um olhar - AVÁ, SÉRIO - de quem quer arrancar os olhos de outra pessoa, e se aproximou. Como eu não tenho medo de vacas, deixei que viesse até mim sem recuar.

- Só um aviso bem rápido, vê se fica longe dele entendeu? Eu sei que você dá em cima dele pelas minhas costas.

- Primeiro, eu não dou em cima dele, de onde tirou isso?, e segundo, como pelas suas costas, nem somos amigas pra eu te "trair". Aliás, não estou fazendo nada, apenas fazendo novos amigos, você não tem essa capacidade não?

- Sim eu tenho a capacidade de fazer amigos, de ser a melhor amiga do mundo, mas também consigo ser a pior inimiga. Então, ou você fica bem longe dele ou vai ver o meu pior lado. E quem me contou, ou algo parecido? Ninguém, eu apenas observo.

Minha raiva estava saindo pelos poros, de tanta que era. Eu queria esfregar a cara dela no asfalto, na escada, no ferro quente, na lava de um vulcão prestes à explodir, no que fosse, mas queria matar essa garota esnobe.

- O seu pior lado não existe, é você por completa.

Depois dessa resposta curta e grossa, fui até o portão e toquei o interfone. Débora parou ao meu lado, me olhando dos pés a cabeça. A encarei do mesmo jeito.

- Que foi?

Ela não respondeu, só deu um sorrisinho de falsiane.

Gabriel liberou o portão de dentro da casa dele de dentro de casa, e na hora que eu ia entrando, ela simplesmente me deu um esbarrão e passou na frente.

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Quando deu umas 18h00, já havíamos visto o filme e feito a ficha. Entregaríamos tudo na segunda, mas como ainda faltava o outro filme, resolvemos que amanhã todos viriam pra minha casa assistir o segundo filme.

Ainda estou pensando no que a Débora me disse; por que ela tem tanta certeza assim de que sou uma ameaça pro namoro dela afinal?

De repente, recebo uma mensagem.

Nanda: "Amanhã é sua chance."

Oi?

Manu: "De que?"

Lerdeza mandou lembranças pra mim. Ta batendo na minha porta.

Nanda: "De ter um momento à sós com ele, né fofa :*"

Manu: "Porque amanhã eu teria uma chance? Eu não preciso de chances, até porque não quero nada com ele, eu namoro esqueceu?"

Nanda: "Para de lerdar! Acorda! Ele gosta de você e você dele. Não, não esqueci, mas também não me esqueci de que amanhã vamos ver o filme na SUA casa, o que quer dizer que você não é obrigada a chamar a Débora pra uma sessão de olhares de Falsiane lançados em nossa direção. Ele vai 'estar na pista'. E eu fiquei sabendo pelo Igor que ele ta meio que pensando em terminar com a Debi, ou seja, mais um motivo pra você tentar!"



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⏰ Última atualização: Sep 18, 2016 ⏰

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