O sinal toca e todos vamos pra sala de aula. Débora ainda continuava me odiando, todas as minhas emoções que antes eu sentia pelo Rafa, estavam sendo transferidas cada vez mais intensas para o Gabriel, e eu estava mais perdida na minha própria vida como uma cega em tiroteio.
Entramos na sala. A primeira aula seria de Química. Não ia dar uma de solitária-emo-gótica e sentar na última carteira, na última fileira da sala, isolada do mundo, como as outras pessoas (normais, que fique claro) fazem. É que eu não sou normal, sou normal, com um A maiúsculo na frente, então arrisquei a me sentar mais para o meio da sala, ao lado de uma menina baixinha - eu provavelmente era um pouco mais alta do que ela -, de olhos castanhos claros-quase-verdes e de cabelos no meio das costas, loira. Ela até parecia com a Soph - fisicamente -, o que eu não sabia era se ela era legal ou antipática como a Débora.
- Nova? Isso não importa, foi corajosa o suficiente para se sentar no meio, não no fundo, na última carteira, como todo mundo costuma fazer.
Eu olhei para o lado, a menina-parecida-com-Soph me observava atentamente. Ela parecia legal e louca, mas acontece que as melhores pessoas são assim, certo?
Resolvi dar uma resposta que parecia que ia fazer a garota sorrir, ou sei lá o que.
- Acontece que eu não sou como as outras pessoas. Eu sou do tipo que quando um amigo cai, eu dou risada pra depois ajudar. Ou seja, tenho uns parafusos a menos.
Ela me encarou com o maior sorriso já dado na face da terra, que me fez sorrir também. Seus olhos brilhavam de um jeito inexplicável, como uma criança que acabou de ganhar o presente que tanto queria.
- Sabe que eu também? - ela disse rindo - eu também sou assim, mas as melhores pessoas são assim!
Eu amei essa garota. Pensa igualzinho a mim, caraca.
- Engraçado! Quando você falou que eu não pareço com as pessoas daqui por não ter me sentado no fundo, eu pensei "uau, ela parece louca. As melhores pessoas são assim".
- Meu Deus. Okay. Já gosto de você mais ainda. Aliás, qual é o seu nome?
- Manuela. E o seu nome?
- Nome bonito, carismática... vai se dar bem por aqui, menos com a Debi Mental.
- Como assim? Quem seria Debi Mental?
- Débora Bittencourt. É a garota mais fútil e ECA desejada dessa escola. Não pelo que ela é por dentro, mas desejada pelo que ela é por fora.
- Já a conheci antes. Qual é o seu nome? - ela ainda não havia respondido à esta pergunta.
- Desculpe, às vezes, ou sempre, falo demais. Meu nome é Fernanda. Então, voltando ao assunto anterior... como conheceu a Debi?
- No corredor da escola. Eu estava conversando com o Gabriel, quando atrás de mim ela gritou "VIDA!!" do jeito mais histérico possível e correu pra abraçar ele, como se eu nem estivesse ali. Depois me olhou como se eu fosse um bichinho nojento e insignificante e Gabriel nos apresentou. Eu até tentei ser legal, pensei que talvez ela pudesse ser legal e só estivesse agindo daquela maneira por eu estar conversando com o seu namorado, mas não. Ela foi péssima.
- Ela é sempre assim, principalmente com quem conversa ou qualquer outra coisa com o namorado dela. É o tipo de menina popular, fútil, que só se importa com estética e dinheiro, suas amigas parecem fãs descontroladas que fazem tudo o que ela quer, e se vestem de acordo com suas regras idiotas. Ela praticamente compra a a"amizade das pessoas". Todas as garotas nessa sala a odeiam, menos suas duas robozinhas, a Vanessa e a Sabrina. Suas outras amigas caíram em outras salas.
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Laços de Coração
FanfictionGeralmente, se apaixonar é algo inesperado, pode acontecer de você se apaixonar por alguém próximo, como o melhor amigo (a), ou até mesmo pela pessoa mais distante. O que importa mesmo, é que é inevitável. Manuela Fernandes, de 16 anos, mora em Mina...