WTF???
- Uau. Não esperava te encontrar aqui. E realmente, deveríamos parar de nos esbarrar assim.
- Okay, iremos trabalhar no conflito dos esbarrões. Agora me diz, o que faz aqui?
- Não está óbvio, Gabriel? Vim pra estudar. - eu ri.
- Ah, claro. - ele colocou as mãos no bolso, abaixou a cabeça e deu um sorriso envergonhado.
- Sem problemas.
- Quer ajuda pra achar a sala?
- Se não for incômodo...
- Que nada, vamos. - e saiu me guiando, provavelmente, pra direção.
Eu não estava entendendo mais nada. Minhas emoções diante do Rafa digamos que tinham sumido. Meu coração não saltava como antes ao receber uma mensagem dele. Eu não suava frio ao escrever uma resposta. Eu não me derretia ao ouvir sua voz ao telefone. Não sentia mais nada, e não sei porque. Mas de uma coisa eu sei, todas as emoções que eu sentia diante do Rafa foram transferidas para o Gabriel.
Chegamos na direção. Havia um balcão com uma senhora atrás, e uma porta, com uma plaquinha pendurada, onde estava escrito "DIRETOR CARLOS".
Gabriel se aproximou do balcão.
- Oi, Sra. Olívia.
- Olá Sr. Padilha. O que aprontou dessa vez?
- Dessa vez, nada. - ele riu. - Vim trazer minha amiga, ela é nova aqui e precisa do horário e tal.
- Claro. Seu nome?
- Manuela Fernandes.
Ela digitou meu nome no computador, e logo depois imprimiu um papel.
- Aqui, seus horários.
Peguei, com um sorriso amarelo no rosto e delicadamente da boa senhora atrás do balcão. Dei uma olhada. Aulas chatas, apenas.
- Obrigada - sorri. - Só falta a combinação do meu armário e a minha sala.
- Claro.
Olhei em volta. Aqui perto da direção as coisas estavam até que tranquilas. Sem muito movimento, apenas alguns adultos-que-pareciam-professores entrando e saindo da possível-sala-dos-professores. E eu só conseguia pensar "que a força esteja comigo." Gabriel ainda estava aqui, entretido no celular, provavelmente esperando saber minha sala pra me guiar até lá.
- Aqui. - a boa senhora atrás do balcão me entregou uma pequena anotação, feita à mão com a minha combinação e sala.
Minha sala era o 2º ano B.
- Parece que caímos na mesma sala, hein?
Me arrepiei. Eu conseguia sentir sua respiração quente no meu pescoço e seu hálito no meu ouvido.
- É o que parece. - me virei pra ele sorrindo.
Ele sorriu de volta, e pela primeira vez notei que ele tinha covinhas. Que fofo.
Ele olhou a tela do celular, verificando a hora.
- Temos 10 minutos para o início da aula. - isso indicava que eram 12h50.
- Bem, vamos? - eu respondi.
- Vamos. Tchau, Sra. Olívia.
- Tchau queridos, boa sorte.
Saímos de lá. Um silêncio constrangedor reinava entre nós. Apesar de estarmos muito próximos, parecíamos distantes, pela falta de palavras e por que cada um de nós estava entretido em seus próprios pensamentos. Eu doaria um rim pra entrar em sua mente e saber o que ele pensa. Saber o que ele pensa sobre mim. Mas por que eu queria saber isso?
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Laços de Coração
FanfictionGeralmente, se apaixonar é algo inesperado, pode acontecer de você se apaixonar por alguém próximo, como o melhor amigo (a), ou até mesmo pela pessoa mais distante. O que importa mesmo, é que é inevitável. Manuela Fernandes, de 16 anos, mora em Mina...