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Nona Parte

Harry estava desesperado.

Acordara sozinho, com frio, sem o edredom pesado ou o corpo quente em cima dele. Sozinho.

Ele havia provavelmente quebrado algumas regras de conduta ao abrir todas as portas devagar para procurar o noivo, tentando e tendo sucesso em não acordar ninguém. O sol ainda nem estava presente, mas tudo já era claro e Harry estava cogitando seriamente a ideia de ter sido largado.

Louis não acorda cedo nem quando é dia de pagamento, acreditem.

Ele estava praticamente cavando buracos no chão da cozinha de tanto andar em círculos quando a porta que dava acesso ao jardim de trás fora aberto e sua mãe apareceu, olhando o filho prestes a ter uma parada cardíaca.

Harry não gosta de admitir, mas tivera dois pensamentos:

1. Ela acabara de enterrar Louis vivo no quintal.

2. Jogou ele no mar e achou que se voltasse antes de alguém acordar ninguém iria pôr culpa nela.

- Você, por um acaso, viu o noivo? - Harry indagou, tentando não pensar em outra possibilidade.

3. Ela enterrou ele vivo na areia.

- Nós está-

- Hey, o que houve? - Louis apareceu logo atrás, limpando as pernas sujas de areia e olhando alarmado para onde Harry estava em pé, segundos atrás cogitando sua mãe a causa de sua não-morte.

- Jesus... - Harry suspirou, pondo a mão no coração e respirando fundo, desta vez ele quem pensava em enterrar os dois na areia.

Louis se aproximou fazendo uma careta, parecendo divertido ao desvendar a situação enquanto a expressão de Harry permanecia assassina.

- Achou que eu iria fugir, H?

- Achei. - Ou que minha mãe fosse te enterrar até no vaso de flores. Sim, você cabe.

- Não seja bobo. Quer um chá para acalmar essa mente de trouxa que você tem?

- Quero.

- E você Anne, aceita? - Louis indagou olhando a sogra que havia parado na porta para olhar. Parece que é só o que todos fazem.

- Eu vou voltar para a cama e dormir um pouco mais, o dia será longo. Mas obrigada. - Ela sorriu, gesticulando com a cabeça antes de sair devagar da cozinha e deixar o casal sozinho.

- Bom dia para você também. - Harry grunhiu baixinho ao ouvi-la subir audivelmente as escadas. - Eu te odeio.

- Claro que odeia. - Louis riu, colocando água para esquentar. - Aposto que você achou que ela tinha me ameaçado ou feito eu fugir para longe enquanto há tempo.

- Não. Fiquei imaginando seu corpo sendo jogado dentro do vaso daquela planta maior ali. - Harry apontou para o maior vaso do jardim pela janela da cozinha. - Você certamente cabe.

- Vá se foder. - Louis riu, revirando os olhos e se aproximando do marido que pôs as grandes mãos em sua cintura e o sentou na mesa, se posicionando entre suas pernas.

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