Capítulo 7- Apenas um homem que deseja um beijo

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-Caio eu posso explicar- falei me aproximando dele.

-não tem o que explicar Cecília, eu vi você e esse aí se beijando- falou me olhando triste.

-esse aí não que eu tenho nome, e agente tava se beijando mesmo- Vinicius falou e riu.

-você ainda tem coragem de confessar que tava beijando minha namorada- Caio falou se aproximando do Vinicius.

-sua namorada? faça me rir idiota ela é a minha noiva- falou provocando o outro.

-Noiva? -Caio perguntou me olhando confuso. Respirei fundo.

-Caio vamos sair daqui que eu te explico tudo- falei calma e segurei o braço dele.

-Não tem o que explicar, esquece que eu existo, Cecília. Nunca mais me procura e pode ficar aí com o seu "noivo". -Gritou e saiu.

-Satisfeito? Agora o Caio não quer falar mais comigo- falei com raiva.

-Tô muito satisfeito- riu.

-Você é um idiota, garoto - balancei a cabeça negativamente -vai embora, Vinícius. Desaparece da minha frente que eu só quero ver a sua cara, infelizmente, no maldito casamento- falei com raiva.

-Eu vou embora, mas eu volto, gatinha- riu e me deu um selinho. Logo em seguida ele se foi.

Eu odeio esse garoto.

Sai correndo de lá e fui até o estacionamento e o Caio estava encostado na moto. Respirei fundo e fui correndo até ele.

-Caio, por favor, me escuta- pedi parando na frente dele

-Eu não quero conversa, Cecília. Você ta noiva daquele mauricinho!?

-Não é o que você tá pensando. Caio, eu tô casando com ele pra salvar a minha família.

-Você tá casando com ele por dinheiro, Cecília? -Perguntou e eu neguei com a cabeça -claro que ta -disse se afastando de mim -você é uma aproveitadora Cecília- falou e foi para o meio da rua.

-Caio, eu não sou uma aproveitadora. Deixa eu te explicar o que ta acontecendo- pedi indo atrás dele.

-Não se aproxima de mim, você é suja. Vai se casar por dinheiro? Você é uma interesseira. É isso que você é, uma vaga...

Foi interrompido por um soco do Vinícius que surgiu do nada e foi com tanta força que Caio acabou caindo no chão.

-Devia pensar bem antes de ofender a Cecília, se eu souber que qualquer ofensa desse tipo saiu novamente da sua boca, pode se considerar um homem morto.

Caio começou a levantar, xingando sem parar.

-Vem, Cecília. Vou te levar pra casa - disse ao se virar para mim.

Caminhos até o seu carro no fim do estacionamento em silêncio. Aquela noite estava saindo totalmente diferente do que eu havia imaginado.

Nem conseguia acreditar que o Caio havia me dito aquelas coisas. A gente se conhece a tanto tempo e ele sabe que eu nunca faria uma coisa daquelas se não fosse para ajudar a minha família. Tentei segurar o máximo as lágrimas no caminho para casa, mas não consegui e comecei a chorar.
Vinícius parou o carro.

-Ei, olha pra mim Cecília -pediu olhando pra mim, virei o meu rosto e o encarei -,não chora, aquele idiota não sabe o que fala você. Está sacrificando a sua vida pra ajudar sua família e isso é admirável.

Ele ergueu a mão como se fosse tocar o meu rosto, mas desistiu.

-Não chora, senão eu choro também -imitou uma voz de choro que me fez soltar um barulho como uma risada do fundo da garganta.

Fui o guiando até chegar em minha casa e quando chegamos, ele também desceu do carro.

As luzes da minha casa já estavam todas apagadas, provavelmente minha mãe não tinha conseguido me esperar. Parei em frente a porta e comecei a procurar minha chave na bolsa.

-Parece que só vou conhecer minha sogra outro dia -ele brincou parando ao meu lado.

-Você é um idiota, sabia? -revirei os olhos e abri a porta e me virei para o encarar. -Eu não sei se te agradeço ou te culpo por tudo que aconteceu hoje.

Vinícius mordeu o canto da boca e ergueu os olhos para o céu, como se estivesse procurando uma resposta.

-Você... -apontou para mim e depois virou o dedo para si -me dá um beijo -sorriu.

Revirei os olhos e cruzei os braços.

-Culpado ou inocente?

Ele deu um passo em minha direção.

-Apenas um homem que deseja um beijo.

Apontei o dedo do meio para ele.

-Adeus! -disse com pressa e entrei, fechando a porta com toda a força e tranquei rapidamente, com receio que ele pudesse abrir.

-Até logo, minha noiva -ele gritou.

(...)

No outro dia pela manhã, fui acordada com minha mãe batendo na porta.

-Filha, tem uma mulher aqui atrás de você- disse dando algumas batidas na porta.

-Já tô indo, mãe- respondi sonolenta me levantando da cama.

Não tinha noção de quem podia estar na sala me esperando. Desci ainda de pijama e fiz apenas um coque no cabelo pra não assustar quem estivesse ali.

-Bom dia, como posso ajudar? -pergunto olhando pra mulher que estava sentada no sofá com uma bolsa grande na mão.

-Bom dia, sou Glenda, o senhor Jorge Meireles me mandou aqui pra fazer o seu vestido de casamento -disse ao se levantar.

Minha mãe, que estava um pouco distante fingindo limpar os retratos na estante, se virou para mim com o olhar de espanto.

-Casamento? Que casamento, Cecília?

O Contrato Que Mudou Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora