Azuis

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HI

Harry observava o garoto de olhos azuis pela janela. O menino entregava uma rosa branca para a senhora que morava na casa da frente, em sua cabeça havia uma coroa de flores lilás e brancas que combinavam perfeitamente com os lábios do garoto.

Louis Tomlinson havia se mudado para aquele bairro a poucos dias e sua mãe vendia flores na garagem de casa, e ele como um ótimo filho ajudava a mãe sempre que possível.

O real problema é que o garoto de cabelos cacheados da casa ao lado não conseguia tirar os olhos daquela adorável criatura. Mas vamos concordar que o pequeno Louis é a visão dos Deuses.

Tomlinson nem desconfiava que o vizinho o espiava, na verdade, nem desconfiava da existência do mesmo. Harry sempre foi bom com as palavras, sempre pegou e usou quem passava pela sua frente, mas Louis era diferente, Louis sorria para os desenhos que as nuvens formavam, sorria sempre que seu cabelo caia sobre a testa, sorria para tudo e todos.

— Harry? O que você tanto olha pela janela. — Anne sorria já desconfiando do que se tratava.

Anne era uma ótima mãe, mesmo quando o marido a abandonou e deixou uma menina de quinze anos e um garotinho de dez, deixava as crianças na escola e trabalhava o dia todo.

Harry aos treze começou a sair escondido, aos quatorze trouxe a primeira menina para casa, aos quinze experimentou maconha, aos dezesseis drogas mais pesadas, e agora aos dezoito já faz coisas que até Deus dúvida.

Mas Anne era mãe, ela amava
Harry independente das coisas que o menino fazia ou dizia. Harry culpava seu pai, culpava a sociedade, culpava a religião, culpava o mundo.

Louis Tomlinson certamente era a criatura mais adorável da terra inteira. Harry acredita que não existe ninguém mais bonito que Louis. E talvez isso seja verdade.

Harry resolveu que iria falar com o pequeno menino, calçou suas botas pegou uns trocados e saiu.

Ao chegar em frente da garagem, Harry inspirou aquele cheiro de flores e pensou que aquele devia ser o cheiro do garoto. Louis definitivamente deveria cheirar a rosas.

— Posso te ajudar? —  Styles se virou sorrindo observando a figura em sua frente.

— Claro que pode. — Sorriu como se Louis fosse uma presa, e talvez ele fosse. Louis era a presa de Harry.

Louis sorriu, e Harry só faltou desmaiar em sua frente, a partir daquele momento Styles já tinha escolhido sua pessoa favorita em todo o mundo.

- X -

Louis suspirou ao pegar sua coroa de flores do chão, aquele vento terrível não a deixava parada em seus cabelos, então ele a colocou de volta. Percebeu a figura de um menino de costas e se aproximou.

— Posso te ajudar? — perguntou.

Quando Harry se virou, Louis se segurou para não fazer uma careta. Ele odiava os punks, os achava rebeldes, insanos e principalmente irresponsáveis. Tatuagens definitivamente não agradava o menino, como eles conseguem rasgar suas próprias peles? Tomlinson nunca iria entender.

Deus me livre, que menino mais estranho, olha esses cachos! Que coisa mais... mais... estranha.
Olha essas covinhas, uma cratera enorme no rosto do garoto, sem falar nessas tatuagens.
Isso é um absurdo! Preciso me livrar dele.- Louis pensou.

— Claro que pode. — O demônio com cabelos de miojo respondeu.

Sim, Louis havia o apelidado de cabelo de miojo, o apelido parecia diabólico na mente do garoto.
Então ele sorriu, sorriu por pensar que estava sendo mal, sorriu por achar engraçado como as pernas do outro menino eram tão grandes, simplesmente sorriu.

Harry nunca havia se enganado tanto sobre uma pessoa. Mas ele sabia que quando o menino sorriu o seu mundo foi para baixo, e tudo que ele pensou que era certo foi junto. Ele só queria ser bom, queria ser bom para Louis.

Garoto das flores| L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora