Capítulo 01

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Muito bem Gente. Começou. Os capítulos dessa história são meio longos, estou com uma proposta diferente, tentando uma abordagem diferente da fantasia e do terror. Posso dizer que, se conseguir fazer o que planejei para essa história, vai ser uma coisa totalmente diferente. Então vamos a história e espero que gostem. 


Um feixe de luz veio em minha direção atordoando meus sentidos e machucando meus olhos instantaneamente. Desviei o olhar e tentei me recompor. Precisava ficar calma. Tinha acordado no meio do deserto, encontrei uma cidade fantasma versão moderna e fui perseguida por projetos de cachorros mutantes. Então fui salva a tiros por um homem pouco amigável. Depois de fazer todas as minhas perguntas sobre o que estava acontecendo e não conseguir nenhuma resposta, fui dopada e agora acordava presa a uma cadeira. Quando acordei estava tudo escudo de modo que não pude enxergar nada. A cadeira em que estava amarrada era lisa e frio, logo deduzi ser feita de ferro. Pronunciei alguma coisa tentando descobrir se estava sozinha no escuro. Então jogaram a luz no meu rosto. Tão forte que parecia um holofote e fez meus olhos doerem.

— Quem é você? — Escutei uma voz pronunciar de trás da luz.

— Onde estou? — Perguntei.

— Quem é você? O que fazia na superfície? De onde você veio?

— Na superfície...? — Estranhei. — Meu nome é Susanna... eu acho. Sou policial. O que aconteceu naquela cidade? Onde eu estava? Onde estou?

— Policial? —O homem que me perguntava riu. — Isso não existe mais garota. De que vila você veio?

— Eu não sei.

— Fale logo. É a vila Sob a Torre ou a Cidadela de Manesly? São os únicos locais próximos o suficiente para você conseguir chegar tão longe.

— Não conheço nenhum desses lugares. Olhe, eu não me lembro de nada do que aconteceu. Ontem eu estava prendendo um ladrão e hoje eu acordei no meio do deserto. Que cidade era aquela toda destruída? O que aconteceu?

— Como seu eu fosse acreditar nessa história absurda...

Ouvi um click e voz parou por alguns minutos. Achei que tinham deixado o lugar e me abandonado lá com o holofote no rosto. Quase meia hora depois pude ouvir outra voz sair do microfone.

— Olá, Susanna. Eu sou Carl Lavrov. Disseram-me que você foi encontrada no meio do deserto lá fora. Isso confere? — Essa era uma voz mais amigável, mais velha. Imaginei estar falando com um homem de 40 ou 50 anos talvez, porém era fria e ríspida ainda assim.

— Sim. Vocês poderiam tirar essa luz do meu rosto por favor. Meus olhos doem.

— Logo você ficará mais confortável, porém preciso que responda algumas perguntas antes. O que sabe do Dia da Grande Luz?

— Grande luz? Não sei do que está falando.

— Como foi parar naquela cidade?

— Eu já disse centenas de vezes, acordei no meio do deserto.

— Em que ano estamos?

— Ano? Eu... Não me lembro muito bem. 4004 se não me engano.

Ouvi novamente o click. Agora já reconhecia como um microfone sendo desligado. A luz do holofote diminuiu e desviou-se do meu rosto. Pude então ver melhor a sala. Era um lugar escuro e pequeno, com o espaço não maior do que um quadrado de quatro metros e quatro paredes de ferro. Havia uma mesa no canto da sala, longe do meu alcance. Uma porta a esquerda se abriu e três homens entraram na sala. O ambiente era tão pequeno que nós quatro deixávamos a sala cheia. Reconheci um deles como o homem que me encontrou no deserto. Sem o manto de proteção que usava lá fora, eu pude ver melhor sua fisionomia. Tinha um rosto triangular, com um queixo acentuado, olhos duros e uma barba por fazer. O cabelo era raspado até a careca, mas, mesmo na primeira impressão, ele parecia ficar bem assim. O corpo era musculoso quase como de um atleta. Devia estar de lentes pois seu olho esquerdo tinha a íris cinza, o que aliás era um tanto intimidador. Os outros dois eram pessoas mais comuns. Ambos aparentavam uns 40 anos. Um estava calmo e sério, o outro parecia irritado comigo. Todos usavam roupas surradas e sujas de areia ou pó.

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