Eu to me dedicando a essa história agora, mas meus planos por hora são terminar a linha central da história em 3 meses. Contando a partir desse mesmo (agosto). Por isso, ta bem ruinzinho na minha opinião. Alguns elementos eu vou trabalhar depois, quando eu tiver os eventos centrais da história definidos.
A casa era só um quarto com cama e sofá e um banheiro. Uma caixa, um bloco para morar. Nickolas havia me deixado ali dizendo que aquele lugar era de outra pessoa, mas eu dividiria com ela. Sentei na cama paciente esperando minha anfitriã chegar. O colchão era duro e podia sentir as molas de ferro me sustentando. Talvez fosse melhor dormir no sofá. Ou no chão mesmo. Levantei e fui ao banheiro. Eu precisava de um banho, mas não havia chuveiro. Parei em frente ao espelho. Cinco anos que eu havia perdido de minha vida. Cinco anos em que eu havia me tornado uma estranha. Não reconhecia a mulher que via. Meu cabelo continuava longo, mas estava acabado, com fios quebrados e finos demais. Meus lábios estavam ressecados e cortados. Tinha cicatrizes de cortes por todo o corpo. Minha pele estava escura, queimada pelo sol e meus olhos... meus olhos eram brancos. A íris branca igual de Nicolas. Meus olhos deveriam ser verdes, porque estavam brancos? Toquei meu rosto, não conseguia acreditar que aquela era eu mesma. Quem eu era? O que eu era?
Sentei no chão, com o rosto entre as mãos e comecei a chorar. Não ouvi quando a porta do bloco que era minha casa se abriu e me assustei com um grito quando a minha anfitriã entrou no banheiro.
— Porra! Não fica sentada nos cantos assim, garota! Quase morro com o susto que você me deu! — Ela se afastou e sentou na cama.
Era uma mulher negra, com uma pele amarelada que afazia parecer ser feita de bronze. Ela era linda, com os cabelos cacheados raspados de um único lado e batons vermelhos ao redor da boca. Olhava para mim com uma mistura de curiosidade, decepção e desconfiança.
— Você é a garota que Nick falou que iria ficar por uns tempos comigo? — Perguntou. — Qual seu nome?
— Me chamo Susanna.
— Susanna hein? Gostei. Eu sou Elisa. — Ela se levantou. — Seguinte, amor, esse aqui é o meu lugar. Então não me incomode, não me atrapalhe, não traga homens para cá, nem tralhas desnecessárias. Estou fazendo um favor de te receber aqui, porque ninguém mais iria receber uma estranha a essa altura. Isso aqui não é a sua casa, mas a minha. Estamos entendidas?
— Perfeitamente.
— Ótimo. Então me conte. Como é lá fora na superfície?
— Árido. Nunca foi lá?
— Morro de vontade, mas eles não deixam. A maioria de nós não sai, apenas os descartáveis.
— Descartáveis?
— É. Como nós duas provavelmente. Os descartáveis são pessoas que já tiveram seu DNA alterado pela radiação. Pessoas que não tem mais um código genético puro. Não estamos contaminados, mas não podemos mais contribuir para a perpetuação da espécie. Por isso, não tem problema delas irem lá para fora. Não faremos falta se morrermos. Somos Descartáveis.
— Existem muitos nessa condição.
— Não havia inicialmente. Mas as crianças que nascem hoje em dia. A maioria delas é uma descartável. Estéreis, pessoas deformadas, dementes... Aquelas com vida útil está cada vez mais raras, em menor quantidade.
— E o que fazem lá fora? Quero dizer, vocês parecem estar se virando muito bem aqui embaixo. Por que sair ao invés de esperar mais 50 ou 60 anos até a superfície se tornar habitável.
— Comida. Não existem mais plantas. Os grãos não podem mais ser cultivados, a terra é infértil, tudo o que restou para comer é carne. Então os caçadores vão lá para cima atrais de comida, animais para matar. Temos processos de descontaminação para tirar as toxinas radioativas deles.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Fator Gama
Action"Ele enganou a todos. Achou que eu não ia descobrir. Falou que ia me matar. Ele tentou. Eu sobrevivi. Idiota. Vou destruí-lo, ou não me chamo Susana." Após as guerras nucleares, o mundo se encheu de radiação tornando-se inabitável e o mundo insusten...