Capítulo 8

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Eu sempre quis encontrar meus pais. Mais saber que aquele quem deveria esta cuidando de mim e de minha mãe é o mesmo a que a matou e que quer me matar é a pior sensação que pode existir. Eu ainda estava sentada com a Melissa, mais eu não estava mais aguentando então me levantei e fui para próximo a uma janela.

- Tudo bem? Pergunta o Tony se aproximando.

- Tudo, à medida do possível. E você?

- É. Não é todo dia que enfrento um tiroteio.

Sorri.

- O braço dói?

Assim que o Tony falou sobre o braço foi que me lembrei do tiro que tinha levado.

- Nem me lembrava mais. Quem o tratou? Pergunto curiosa.

- Eu.

- Você?

- É. Aprendi a cuidar de ferimento, por que quando eu era criança não tinha ninguém para o fazer.

Olhei para o Tony.

- Como assim?

- Eu fui criado em uma base de proteção. Desde de pequeno tive que aprender a me virar.

- Por que?

- Meu pai era um agente. Assim que minha mãe morreu não tinha com quem eu ficar, então ele me levou para sua "casa".

- Mais pelo menos ele não quer te matar.

O Tony deu um meio sorriso.

- Está certa.

Olho bem para o Tony.

- O que vamos fazer agora?

- Supostamente nada.

-Então o plano é ficar aqui esperando pela morte!

- Claro que não.

O Tony me olha revoltado.

-Os policiais vão encontrar o camaleão.

- Eu não acredito!

- E por que não?

-Eles passaram a vida toda em busca dele. Você acredita mesmo que de uma hora para outra eles vão encontra-lo?

- Você sempre foi tão negativa?

Balanço a cabeça e me viro para a direção onde o Simão e a Melissa estavam conversando.

- Estou assustada. Falo olhando para o nada.

- Por que?

- Está brincando? Em menos de 24 horas eu presenciei ao tiroteio onde vi várias pessoas morrendo e levei um tiro. Para você isso não é razão para estar assustada?

- Não vou questionar sobre o tiroteio. Mais o tiro só foi de raspão.

- Mais me acertou.

O Tony balança a cabeça.

- Quer saber? Esquece.

Falo virando as costas. A noite chegou e com ela mais medo, tanto eu quanto a Melissa não dormimos.

- Oi meninas, dormiram bem? Pergunta o Simão entrando no quarto.

- Nem bem, nem mal. Não conseguimos dormir. Respondeu a Melissa.

- É. Eu e o Tony também não.

Ficamos uns minutos em silêncio.

- Bom, eu fiz o café da manhã. Vim só para chama-las.

-Obrigado.

- Estarei esperando na sala.

- Está bem.

Durante todo o tempo em que o Simão estava no quarto eu fiquei em silêncio. Não estava com vontade de conversar.

- Jade, vamos ficar bem! Disse a Melissa depois de um tempo.

-Não consigo acreditar nisso. Por mais que eu tente, não consigo.

- Jade, não precisa se preocupar.

Olho para a Melissa.

- Acho que se alguém disser isso novamente vou acabar enlouquecendo.

A Melissa sorri.

- Vamos tomar café.

Ela se levanta e estende a mão para mim.

- Não estou com fome.

- Tudo bem. Mas se mudar de idéia estarei na cozinha.

- Claro.

Assim que a Melissa saiu me virei para a parede e comecei a chorar em silêncio. Passei a manhã toda chorando e também o horário do almoço, a cada minuto minha dor aumentava. Naquele momento eu só queria voltar para orfanato, onde eu estaria longe desse problema.

-Está bem? Pergunta o Tony entrando no quarto.

- Não, nada bem.

-É. Eu também não estou nem um pouco bem.

Olhei para o Tony e abri um meio sorriso.

- É uma pena! Falo.

- Está muito mais para uma galinha inteira.

Não consegui controlar, comecei a rir.

- Só você para me fazer rir. Olho para ele.

- Bom, pelo menos isso.

Volto a sorrir.

- Gente, tem algo estranho acontecendo na rua. Entra no quarto a Melissa com os olhos arregalados.

- O que houve? Pergunto me levantando.

- Eu estava perto da janela quando vi dois carros pararem e homens de preto saindo dele. Falei para o Simão e ele mandou chamar vocês.
- Vem.

O Tony pega minha mão e me puxa para a sala, onde o Simão olhava obsessivamente para a janela.

- O que aconteceu Simão? Pergunta ele.

- Venha ver e me diga. Diz o Simão apontando para a janela.

O Tony continuava segurando minha mão e quando ele foi olhar para a janela e me puxou junto. Se eu não soubesse o que procurar não teria encontrado nenhuma diferença da vista de ontem, porém num canto percebi que uns homens (supostamente os mesmos do restaurante) estavam entrando no prédio. Mais o que estava acontecendo?

Capítulo 8 espero que gostem.

P.S Gostaria de pedir desculpas para a JAliine, eu escrevi o nome do livro errado; o nome certo é : A vida ainda vai ser bela. Ok?

Beijos ♥

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