Capítulo 11

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Eu não estava muito a vontade com aquelas roupas (blusa listrada abaixo de uma blusa branca caída nos ombros e calça jeans), mais a Melissa não iria me deixar em paz até eu a vestir.

- Você está linda. Diz ela me olhando.

- Já que vou morrer tenho que estar apresentável. Respondo irônica.

- Credo.

Olho para a Melissa e começo a rir.

- Você não vai morrer sua idiota. Diz ela sorrindo.

- Não estou apostando nisso.

- Vem, para de falar besteira e vamos almoçar.

A Melissa me puxa pelo braço até a sala.

- Olha só! As garotas estão todas lindas. Diz o Simão.

A Melissa começa a rir. Enquanto eu só balanço a cabeça.

- Vamos comer? Pergunta o Simão sorrindo.

- Comer o que? Pergunto curiosa.

- Bom, o almoço ficou por conta do Tony. Diz ele apontando para o Tony que nada tinha falado.

- O que você fez Tony? Pergunta a Melissa.

- Macarronada. Responde ele abaixando a cabeça.

A Melissa e o Simão foram servir enquanto eu e o Tony ficamos na sala.

- O que você tem? Pergunto.

- Nada. Ele responde olhando para a janela.

- Você está estranho.

- Olha quem fala, a garota mais fácil de entender.

Olho para o Tony, havia algo nele que eu não sabia o que era. O Simão e a Melissa nos avisa que o almoço estava servido então fomos todos comer, durante todo o tempo em que estávamos comendo percebi que o Tony não falava e nem olhava para ninguém. O que era estranho, ele parecia está num conflito interno.

- Devo admitir Tony, você é um ótimo cozinheiro. Disse a Melissa.

- Obrigado.

Ficamos (ou pelo menos a Melissa e o Simão ficaram) a tarde inteira conversando sobre coisas aleatórias e a noite foi simplesmente calma. Na manhã seguinte não tivemos muito o que conversar então cada um foi fazer algo; a Melissa estava escrevendo algo em um papel, o Simão estava usando o computador (dizia ele está fazendo um trabalho onde tinha que descobrir um Dna de alguém), o Tony estava lendo enquanto eu estava vendo uma revista de moda (por mais que nunca tinha me interessado era melhor do que não fazer nada). Assim que terminei me levantei e fui para a janela, eu estava admirando a cidade quando vi um movimento estranho no prédio que ficava frente ao nosso, a princípio pensei que não era nada, mais então vi três homens de preto com grandes armas nas mãos e apontando para o quarto em que eu estava.

- Abaixem-se. Gritei.

- O que? Pergunta a Melissa se levantando.

Então balas começam a perfurar a Melissa, e a quebrar tudo no quarto.Eu, o Simão e o Tony estávamos deitados no chão sem saber o que fazer, a Melissa tinha caído sangrando no chão e eu fui me arrastando até ela.

- Mel, Mel, por favor não me deixa! Eu disse balançando-a.

- Jade... a... carta...mala. Dizia ela respirando pesadamente.

- Melissa, por favor. Eu estava chorando, desesperadamente.

- Carta...

-Mel, fica comigo, por favor, eu juro que nunca mais vou brigar ou implicar com você! Mais não me deixa.

A Melissa me olhava, e respirava cada vez mais lentamente.

- Por favor? Falo abraçando-a.

- Te... amo...ir...

Então ela parou de respirar. E eu continuei chorando, a nossa volta os tiros ainda continuavam mais nada me importava, a Melissa, minha única melhor amiga tinha morrido. Eu estava fora de órbita, nem o tiro que eu tinha levado no braço doía como a dor que eu sentia agora.

- Jade, precisamos sair daqui! Disse o Tony se aproximando de mim.

Não fui capaz de responder, simplesmente permaneci no mesmo lugar.

- Vem. Ele começou a puxar o meu braço, mais eu não estava disposta a sair de perto da Melissa.

- Vamos. Ouvi o Simão falar de longe.

- Temos que ir. Disse o Tony.

- Eu não vou a lugar nenhum. A Melissa morreu, eu vou ficar aqui com ela. Consegui dizer entre soluços.

- Eu sei que você gostava da Melissa, mais precisamos sair daqui Jade, pense, a Melissa iria querer isso.

Olhei para o Tony e abracei a Melissa pela última vez.

- Eu te amo Melissa, nunca vou esquecer de você, jamais.

Olhei uma última vez para Melissa e fui rastejando para onde o Tony me havia mandado, em meio caminho me lembrei da carta que a Melissa tinha falado, por estar perto da mesa em que ela estava, me desviei um pouco do caminho e peguei o papel em que ela escrevia. Não tive tempo de ler pois o Tony estava me mandando sair logo do quarto então só o coloquei numa bolsa e fui para a saída. Assim que pude me levantar o fiz e comecei a correr na direção em que o Simão estava seguindo, o que nos levou para a cozinha onde tinha uma pequena porta que servia de passagem para os funcionários.

- Está trancada. Disse o Simão parando de repente e olhando para mim e para o Tony.

- E agora? Pergunto.

Gente peço que votem e comentem caso gostem do capítulo.
Beijos♥

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