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Capítulo 13

Eu estava com raiva,completamente furiosa com tudo o que o camaleão tinha me feito. Sai do quarto e fui para a sala, onde estava o Simão mexendo em seu computador e o Tony olhando para a janela.

- Jade, eu sinto muito pela Melissa. Disse o Simão olhando para mim.

Me sentei e balancei a cabeça. Silenciosamente as lágrimas caíram, e em minha cabeça as lembranças dos momentos que passei com a Melissa surgiam. Eu me lembrava das vezes em que fazíamos brincadeiras com a Olivia, das quais éramos castigadas, das nossas pequenas brigas e principalmente das nossas conversas. O que eu irei fazer sem a Melissa? Pergunto a mim mesma.

-Tenho que contar uma coisa. Diz o Tony de repente.

- O que? Pergunta o Simão.

- Eu sabia. Diz ele.

- Sabia de que? Pergunto intrigada.

- O que aconteceu, os tiros, eu sabia que iria acontecer.

Olho para o Tony, não acreditando no que ele dizia.

- O que? Pergunto incrédula.

- Como assim sabia Tony? Pergunta o Simão.

- Eu estava trabalhando para o camaleão.

Me levando rápido e olho nos olhos do Tony.

- Você matou a Melissa. Acusei.

- Eu não tive culpa. Diz ele abaixando a cabeça.

- Não teve culpa? Ela era minha irmã seu idiota, a culpa é toda sua.

Enquanto falava comecei a dar tapas e socos no Tony, porém o Simão me afastou dele.

- A culpa é toda sua! Você deixou a minha irmã morrer, ela era a única família que eu tinha. Começo a gritar e ir em direção do Tony porém o Simão era mais forte e não me deixou ir a lugar nenhum.

- Eu não queria que a Melissa morresse. Disse o Tony tentando se defender.

- Você queria que eu morresse. Eu te odeio Tony, você é igual ao camaleão. Gritei.

- Não me compare com ele. Fala ele levantando o olhar.

- Sabe o que eu me pergunto? O que eu fiz para vocês destruírem a minha família. Me diga, o que eu fiz? Pergunto com raiva.

- Jade, me perdoe. Eu não tive culpa. Eu juro. Diz o Tony me olhando.

- Então quem teve? Eu? Foi você que teve a chance de salvar a vida da Melissa, mais não o fez. Então não me peça perdão, peça-o para Deus. Por que ele pode te perdoar, mais eu não. Simão me solta. Falo.

Assim que o Simão me soltou fui para o quarto e chorei, eu já não aguentava mais, o que eu tinha feito para me odiarem tanto? Essa pergunta ficou em minha mente durante toda a noite e na manhã seguinte também, eu não tinha mais fome e nem sono. Eu estava simplesmente morrendo aos poucos, a cada segundo eu sentia que estava mais perto do fim, e parecia que ninguém poderia me ajudar, meu coração, minha mente estava gritando desesperadamente por ajuda, mais ninguém aparecia, e todos que poderiam o fazer estavam mortos.

- Jade, vem tomar café. Disse o Simão entrando no quarto.

- Não quero. Respondo.

- Você precisa, estou vendo que você não está bem.

Olhei para o Simão.

- Você sabia? Pergunto.

- De que?

- Do Tony.

- Não, eu não sabia, mais ele me explicou o por que.

- E qual foi o por que? Pergunto intrigada.

- O pai dele, era um agente corrupto, o Tony não queria seguir os passos do pai mais foi obrigado.

- Como assim obrigado?

- O camaleão ameaçou destruir o pai dele, e para não ficar sozinho de novo ele aceitou. Porém ele sempre dava dicas erradas, diziam que estávamos em um lugar quando estávamos em outro. Ele estava conseguindo até o dia do shopping, onde por pouco não nos encontraram, depois ele ficou com medo de falar conosco e então aconteceu o que aconteceu.

Abaixo os olhos, eu estava errada sobre o Tony.

- Mais ele disse que sabia que iam tentar nos matar. Falo intrigada.

- Ele não sabia de fato, só imaginava que depois que descobriram que ele dava informações erradas iriam tentar nos matar.

Fico em silêncio durante um minuto.

- Onde ele está? Pergunto olhando-o.

- Na sala, vai falar com ele. Diz o Simão apontando para a sala.

- Está bem.

Me levando e vou até a sala onde encontrei o Tony olhando para a janela, com a expressão de culpa, confusão e medo. Quando ele percebe que estou observando se vira para mim e fica me olhando.

- Por que? Pergunto olhando.