CAPITULO 4 - Tris

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Sinto meus pés formigarem, minhas mãos soarem e sinto alguns beliscões em meu ombro, estou de joelhos e quando olho pra trás, vejo corvos bicando meus ombros e logo os mesmos começam a sangrar, fico desesperada, consigo correr e em minha direção vejo um grande buraco com água até em cima, mas quando tento chegar até a possa a fim de me livrar dos corvos, meus pés afundam em algo, parece areia movediça, quanto mais me movo, mais afundo e numa das minhas tentativas desesperadas de tentar me soltar, consigo correr, mas perco o equilíbrio e caio ao lado de um buraco, de forma que meu rosto fica quase dentro do mesmo. Enquanto olho para aquele buraco, lembro da minha primeira vez na paisagem do medo, quando escolhi a Audácia como facção.

Então repito as mesmas palavras que proferi no dia do teste na Audácia: Isso não é real!

Na mesma hora levanto num sobressalto, assustada e ofegante, parecia muito real, minhas mãos ainda estão soadas e meus pés formigando.

Foi só um sonho, uma simulação, seja lá o que tenha sido, foi muito real.

Ouço um barulho, é a porta abrindo, o doutor que me trata e que falou comigo pela primeira vez, se bem me recordo, seu nome é Jhon Collins, ele surge na porta.

__ Bom dia Beatrice. - ele lança um sorriso que me dá uma certa raiva.

__ Bom dia.

__ Como foi o sonho? - ele pergunta.

__ An? - pergunto intrigada.

__Na verdade, você estava em uma simulação.

__ O que? Dormindo? Achei que fosse sonho.

__ Não, não era um sonho. - ele responde ainda com aquele sorriso idiota no rosto.

__ E como vocês fizeram pra que eu entrasse nessa simulação?! - falo alterada.

__ Nós colocamos uma substância em sua água ontem, que te pôs para dormir e te permitiu participar da simulação mesmo dormindo. Você é incrível! Eu não entendo, como você manipulou a simulação mesmo estando em transe? - ele pergunta boquiaberto.

__ Vocês são um bando de malucos! Como podem ter feito isso? Quer dizer que vou ter que vigiar até no que como ou bebo né? Porque se não podem pôr um veneno mortal na minha comida e me matar sem que eu perceba, vocês são um bando de doentes mesmo! - grito furiosa, acredito que meu rosto esteja vermelho nesse momento.

__ Calma Beatrice... - antes que ele termine, eu o interrompo.

__ Tris! Meu nome é Tris!

__Perdão Tris, nós não somos esse monstro que você está pensando, nós jamais a matariamos. - ele diz calmamente.

__ Lógico que não, vocês precisam de mim, é claro! Sou como um rato de laboratório pra vocês não é mesmo? - digo ainda furiosa.

__ Não Bea... Digo, Tris, nós não a queremos como um rato de laboratório, uma cobaia ou algo assim inclusive foi exatamente sobre isso que vim falar com você.

__ Então vamos, fala... - digo ainda com raiva.

__ Bom Tris, nós estamos dispostos a lhe dar tudo o que precisar aqui, como estudos, alimentos, roupas e sua estadia aqui em nossa Base, lhe damos livre arbítrio pra andar por ai, mas que seja dentro da Base, nada de querer ir além dos limites da cerca, Nova York é muito grande, certamente tem muitos locais para que você caminhe, conheça. Estamos dispostos a lhe dar também um curso nas respectivas áreas, como medicina, advocacia, diplomacia entre tantos outros. Lhe daremos tudo, tudo para que você tenha uma ótima vida aqui, que você possa crescer socialmente. E você, o que me diz? - ele mantém um sorriso no rosto.

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