CAPITULO 24 - Tris

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Benjamim olhava atentamente para o rosto de cada guarda, um a um. Seu semblante não está nem um pouco convidativo, pelo contrário, Ben faz cara de poucos amigos. Acho que para intimidar os guardas. Ele parece mesmo disposto a não tirar a arma da cabeça do Comandante.

__ Calma, filho, isso não o levará a nada, será pior pra você e pra sua namorada, porque se o descobrirem, vão... - Benjamim o interrompe.

__ Já disse pra calar essa boca! - Benjamim grita, me assusto um pouco, pois nunca tinha o visto assim. Nesse momento, percebo que Ben está realmente preocupado.

__ Benjamim, calma! - digo, sussurrando em seu ouvido, a fim de acalmá-lo e percebo que faz efeito, pois toda a tenção que carregava em suas costas, já não o incomodava mais. Benjamim alivia um pouco o pescoço do comandante e faz seu último apelo.

__ Vou repetir pela segunda e última vez, ou nos deixam sair por essas portas sãos e salvos, ou eu mato ele! - diz ele, um pouco mais calmo agora.

__ Tudo bem, tudo bem. - diz o Comandante. __ Eles vão deixar com que saiam daqui, podem ficar tranquilos.

__ O que estão esperando? Abram caminho. - diz Benjamim, ainda com a arma mirada na cabeça do Comandante.

__ Ora, mas não vai me soltar? - pergunta o Comandante.

__ Sim, claro, mas antes, um último pedido. Quero as armas dos guardas e inclusive aquela mais especial que o senhor guarda à sete chaves. - diz Benjamim.

__ O quê? Você não acha que já está abusando demais, rapaz!? - diz o comandante, furioso.

__ Não acho não! - diz Benjamim, entre dentes, agarrando com mais força o pescoço do comandante. __ E é melhor o senhor ficar bem quietinho, ou já se esqueceu de que está com uma arma apontada para sua cabeça? Faz o que estou mandando e rápido!

__ Tudo bem, você venceu. - diz o Comandante. __ Homens, dêem suas armas.

Vou em direção aos guardas para pegar as armas, eles entregam-nas para mim enquanto Benjamim espera que o Comandante pegue a tal arma especial. No que o Comandante o entrega a arma, Benjamim o solta.

__ Muito obrigado Comandante, foi um prazer fazer negócio com o senhor. - diz Benjamim, dando uma piscada para o Comandante.

Deixamos a sala e partimos em direção á porta de saída, quando a onda de surto passa, lembro que estou esquecendo algo. Claro, como pude me esquecer? Preciso salvar John!

__ Ben! - digo, parando de correr.

__ O que? O que foi? - pergunta.

__ Não posso sair daqui sem John.

__ O que? Você só pode estar brincando! - diz Benjamim, com certo tom de raiva em sua voz.

__ Ben, por favor, você sabe que precisamos dele e tem mais, eu prometi que o salvaria e nunca volto atrás de uma palavra. Por favor! - me aproximo mais de seu rosto, de forma que nossos olhos ficam na mesma direção. __ Eu sei o que tô fazendo, confia em mim!

__ Tudo bem, mas vamos rápido! A essa hora o Comandante já deve ter avisado toda a tropa para cercarem o Departamento á nossa procura. - diz ele.

__ Ta, então vamos!

Corremos para o corredor ao lado, que é o corredor Z, um dos últimos corredores do DAG. Esse corredor, é o único que tem o elevador subterrâneo, o elevador que nos leva até o exílio. Ao que entramos no elevador, percebo que Benjamim está cabisbaixo e com um ar de preocupação.

__ Ei, o que foi? - pergunto, pondo o dedo indicador em seu queixo para levantá-lo.

__ Nada, está tudo bem. - diz ele, lançando-me um sorriso forçado.

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