CAPITULO 20 - Tris

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__ Para! – alguém grita.

__ Quem ousa me interromper?

__ Dr. Collins? – digo.

__ Me perdoe por atrapalhá-lo, senhor.

__ Espero que tenha um bom motivo para isso!

__ Sim, eu tenho. Soube que Benjamim está sendo julgado por ter levado Tris para fora do DAG.
– diz Dr. Collins.

__ Sim, é verdade. – responde o juiz.

__ Pois bem, se há alguém aqui que precisa ser julgado, esse alguém sou eu.

__ O quê? – pergunto, surpresa.

__ O que está dizendo, Dr?

__ Bem, eu quem pediu para que Benjamim levasse Tris até Nova York.

O que ele está tentando fazer? Livrar Benjamim? Onde está o verdadeiro Dr. Collins e o que fizeram com ele?

__ O quê? E por que o senhor faria isso? – o juiz quis saber.

__ Como bem sabem, sou o Dr responsável pelo tratamento de Tris.

__ Sim e daí? – o juiz pergunta.

__ Eu estava sentindo que Tris não respondia bem aos testes que fazíamos nela e tentei encontrar uma solução para que isso melhorasse, conclui então que um pouco de liberdade poderia melhorar seu desempenho, pedi então que Benjamim a levasse até Nova York.

__ E por que teve de pedir a ele? Por que o senhor mesmo não a levou?

__ Porque nunca fui muito bom com Tris, nunca fui muito amigável, nunca a tratei com o devido cuidado de que ela precisava, por consequência disso, só a afastei de mim, então não me senti no direito de acompanhá-la em algo do tipo. – ele explica, olhando com firmeza no fundo dos meus olhos.

__ Pois bem, o senhor assume toda a culpa, Dr? – o juiz pergunta.

__ Sim, eu assumo. – ele responde, ainda olhando dentro dos meus olhos.

__ Declaro então que John Collins, doutor na área de auxílio genético há mais de 10 anos, é considerado culpado, por rel confesso. Sua acusação: Traição e sua pena...

Neste momento, um turbilhão de sensações tomam meu corpo. Ainda não entendi o real motivo de o doutor Collins ter mentido para salvar a vida de Benjamim e ter posto a sua própria em risco. Já sabemos que a pena para traição é execução.
Não sei o que fazer, dizer ou sentir, estou em transe, sem condições de ao menos me mexer.
Antes que eu possa pensar em dizer alguma coisa, o juiz continua.

__ Por ter exercido seu papel com muito louvor e lealdade por todos esses anos, não o executaremos.

Dou um suspiro, pois estava nervosa demais para pensar em respirar.

__ Mas não o deixaremos sair ileso, você cumprirá pena de 6 anos.

__ Ok. – é tudo o que John diz.

__ Guardas, levem-o para sua nova casa. – diz o juiz, sarcasticamente rude.

Minha vontade é de lançar-me em seu pescoço, mas estou ocupada demais vendo John partir.
Não sei se o que ele fez foi para que eu gostasse dele, não sei se foi por pena, mas por mais que eu tente, não consigo entender o motivo.

__ O que fazem parados ai? Vocês já podem se retirar. – diz o juiz.

__ Sim, senhor. – Benjamim responde.

Ponho a mão na cadeira de Benjamim para empurrá-lo, mas ele não deixa.

__ Ei, não precisa tá, eu consigo sozinho. – diz ele.

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