CAPITULO 23 - Tobias

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Finalmente minha tormenta está prestes a acabar, só de pensar, meu peito queima e inflama de tanta emoção. Os gritos de coragem da tropa que Zoe montou, invadem meus ouvidos e me dão ainda mais força e ainda mais vontade de querer lutar.

__ Tobias, estamos prontos! Partiremos ao seu comando - diz Zoe.

__ Ok. O Departamento de Nova York fica muito longe daqui? - pergunto.

__ Não muito, são pelo menos 300 km. - diz Amar.

__ Certo, vamos precisar dos jipes que estão na garagem. - digo.

__ Ok, eu, Zeke e Caleb vamos pegar os carros, enquanto vocês despistam os guardas para que consigam sair daqui. - diz Amar.

__ Certo. -respondo.

Embora Zoe tenha lutado muito para conseguir um grande exército, não juntou mais do que 10 pessoas, mas isso já era o suficiente para nós.

__ Cada um pega uma mochila que está na prateleira D, elas estão abastecidas com alimentos, água e algumas armas de que possam precisar. - digo.

__ Eu vou na frente para ver se a área está livre. - diz Zoe.

__ Isso.

Todos já estão com suas mochilas, coletes e armas em punho, se é uma guerra, precisamos estar bem preparados. Zoe só chamou homens da guarda, homens treinados e isso já é um ponto a mais para nós.

Zoe sai na frente, enquanto nos enfileiramos contra a parede, um atrás do outro, abaixados, para não deixar rastro. Segundos depois, Zoe se vira para trás e faz um sinal para nos dizer que a área está livre e que podemos ir. Saímos silenciosamente pelo corredor, descemos a rampa que dá para uma saída, é por onde levam o lixo do Departamento. Ao chegarmos lá fora, vemos Amar, Zeke e Caleb com os jipes e logo nos apressamos para chegar até eles.

De repente, sinto algo puxando minha mochila, fazendo com que eu caia com as costas no chão, olho para cima e vejo um dos guardas do Departamento, ele se joga em cima de mim e esfere um soco em meu queixo. Começo a me sentir tonto e sonolento. Não posso desmaiar agora. Jogado no chão e sem reação, vejo dois guardas que estão conosco, vindo em nossa direção, eles pegam o guarda do DAG que me atacara pelo braço, e lançam-no para longe de mim. Zeke corre em minha direção e me levanta, trazendo-me de volta a reação.

__ Vocês vão se arrepender por essa traição! - grita o guarda do DAG para os guardas que nos acompanham.

Os guardas amarram seus braços e pernas, e voltam para perto de nós. São três jipes para 10 pessoas. Fomos Eu, Zoe, Zeke e Amar num jipe, Cara, Christina e Caleb em outro e os três guardas que nos acompanham, em outro.

Saímos cantando pneu pela estrada de barro vermelho, a fim de chegarmos o mais rápido possível até Nova York. Confiro no relógio e vejo que são 03:00 da manhã, com a velocidade em que estamos, levaremos, pelo menos, 40 minutos até Nova York.
Não consigo conter minha ansiedade e tamborilo sem parar o dedo na janela do carro.

__ Está nervoso? - Pergunta Zeke.

__ Não, nervoso não seria a palavra certa. Eu diria que estou ansioso. - respondo.

__ Entendo, não é pra menos né, você está prestes a reencontrar o amor da sua vida depois de 3 anos.

__ É... - digo, deixando escapar um pequeno sorriso.

__ Eu tenho medo. - diz ele.

__ Do que exatamente? - pergunto.

__ Tenho medo de não conseguirmos vencê-los, tenho medo de morrer sem concluir essa missão. Cá entre nós, eles são uma enorme fortaleza, tem um exército e nós? O que somos?

__ Somos guerreiros, temos fé e coragem. Isso não basta? - respondo. Zeke me olha e sorri.

__ Te admiro muito, meu amigo. - diz ele, me abraçando e dando um tapinha em minhas costas. Retribuo o abraço.

__ Quatro, chegamos! - diz Amar.

Nesse momento, todo meu corpo gela e sinto como se não tivesse mais sangue circulando por minhas veias, sinto meus pés formigarem, meu estômago dá um nó. Não posso desistir agora, preciso pensar nos motivos e nas circunstâncias que me trouxeram até aqui.

__ Chegou a hora da vingança! - diz Zoe.

Chegamos no portão do DAG e os guardas nos pedem para parar, permitimos que os três guardas do Departamento de Chicago vão em nossa frente, eles podem nos ajudar a passar, por conta de seus distintivos.

__ Quem são vocês? - pergunta um dos guardas.

__ Não estão se lembrando de nós? Somos guardas aqui também, tínhamos ido fazer uma ronda na Margem a pedido do general e estamos retornando. - diz um de nossos guardas. Uma mentira muito bem elaborada.

__ Não me lembro de nenhum de vocês, muito menos dessa tal ronda na Margem. - diz o guarda.

__ Como não? Veja nossos distintivos. - diz um de nossos guardas, mostrando-lhe seu distintivo.

__ Ok, mas e esses dois carros logo atrás? Estão com vocês? - pergunta o guarda.

__ Bem, eles são algumas das vítimas de uns rebeldes da Margem, vieram depor para nos ajudar a prender os criminosos.

__ Ah, sim, tudo certo então. - diz o guarda, abrindo os portões para que possamos passar.

__ Obrigado senhor. - diz nosso guarda.

Passamos pelo portão e o nó que se fazia em meu estômago, se desfaz, tornando-me aliviado.
Estacionamos os jipes na garagem do DAG e partimos para dentro do Departamento, sem muitos movimentos.

__ O que faremos agora? - Pergunta Christina.

__ O principal é acharmos Tris. - diz Zoe.

Me aproximo de uma moça que está atrás de um balcão.

__ Com licença, pode me dar uma informação? - pergunto.

__ Sim, no que posso ajudar?

__ Gostaria de saber em que quarto a senhorita Tris Prior está instalada. - digo. A moça arregala os olhos para mim, como quem estivesse escondendo algo.

__ Desculpe, senhor, mas não podemos expor informações privadas de nossos hóspedes e pelo que sei, Tris Prior está morta. - diz ela.

__ Não tente me enganar, moça, nós dois sabemos que está mentindo, você sabe que Tris está viva e que está presa como um experimento aqui nesse inferno! Vamos, abre logo essa boca e fala onde está Tris Prior! - grito, apontando minha arma para a cabeça dela.

__ Só eu posso dizer onde está Tris Prior! - grita uma voz masculina. Viro-me para ver quem é e vejo ele, David, em sua cadeira de rodas e todos os meus amigos na mira das armas de seu exército. Estou sozinho, sou o único livre agora.

__ Tobias, que prazer revê-lo. - diz ele, com uma arma na cabeça de Zoe, que está no chão, ajoelhada.

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