Por Um Acaso

Capítulo 1 - Um sonho terrível

Luíza Andrade

' "Por favor me deixa em paz. "Peço chorando para que meu padrasto pare de me tocar.

"Calada! Você vem me provocando a semana toda a toda hora. "Gritou ele em meu rosto com um bafo de cigarro e álcool que me causava náuseas.

"Eu... eu não, por favor não. "Imploro para ele novamente. "Pare não!" Me apavoro assim que o vejo entre minhas pernas.
"Por favor não, NÃO! "Grito de dor mas ele parece não se importar. "Não por favor!" '

Acordo sobressaltada com o pesadelo, e com o sentimento de vazio no peito me vejo sentada ereta na cama, sentido lágrimas quentes escorrer pelo meu rosto as seco rapidamente, um vento gelado entra pela janela aberta que esquecera aberta noite passada, e me atravessa como um baque me fazendo arrepiar e a sensação ser mais do que benvinda. Me levanto da cama e vou andando devagar até a cozinha de meu apartamento, eu vivia querendo gritar por ajuda, dizer as pessoas o que acontecia comigo, pedir que ele parasse mas eu sabia que não resolveria nada que ele continuaria a me humilhar daquela forma e desde aquele dia eu passei a viver naquele inferno que se tornara minha vida, um inferno constante.

' Já havia se passado três meses desde que 'ele' comessara a me violentar, a escola passou a ser meu único refúgio, toda vez que acabava as aulas eu dava um jeito de passar mais tempo lá, sempre evitando de chegar em casa quando meu padrasto estava o que quase nunca conseguia, eu estava no terceiro ano do ensino medio e era o último dia de aula eu estava com medo de voltar para casa e o encontrá-lo.

"Luíza o que você ainda faz aqui? As aulas ja acabaram! "Olhei para a expressão surpresa do professor Júnior eu não havia o escutado se aproximar.

"Eu... eu já estou indo professor."Respondo à ele num fio de voz.

"Você está se sentindo bem? Você está pálida. "Quando ele vê que não o respondo ele toca em meu braço, me retraio com seu toque e ele logo retira sua mão, eu sussurro um 'estou bem' e saio correndo dali o deixando perplexo.

Eu não via a hora de ir embora, sumir daquele lugar que me causava tanta dor e asco.
Chegando em casa estava torcendo para que 'ele' não estivesse em casa, andei de vagar, tentando fazer o mínimo barulho possível para não chamar sua atenção, eu só queria ir e me trancar no quarto e me esconder dele.

"Por quê tão silenciosa princesa? "Me assusto com sua voz atrás de mim e me viro para olha-lo, eu odiava quando ele me chamava assim, me sentia suja."Vem cá, eu senti saudades de você. "Ele me puxou para seu quarto e encosta a porta, eu estava tão cansada disso tudo eu queria gritar em desesperadamente pedindo implorando se fosse possível para que 'ele' parasse que nunca mais tocasse em mim com seu corpo nojento, mas só o que eu podia fazer era chorar .

"O quê está acontecendo aqui? "Olhei por cima de meus ombros com os olhos embaçados pelas lágrimas vendo que se tratava de minha mãe. Olho em seus olhos meio desfocados para mim implorando por sua ajuda.
"Saia de cima dela! Seu desgraçado traidor! "Gritou minha mãe com raiva em seu rosto. Ele sai de perto de mim, me fazendo cair de bruços na cama e estremecer de dor.

"Eu posso explicar. "Ele falou mas do que depressa. Ela não acreditará nele.
"Ela me seduziu, eu não queria mas toda vez que você saía para trabalhar ela dava em cima de mim me provocando a semana toda até que não resisti a tentação. "Ela o olhou com surpresa no olhar que logo depois se transformou em raiva, em raiva dirigida à mim.

"Eu quero que você suma dessa casa Luíza, agora! Eu não quero ver sua cara nunca mais! "Eu a olhei surpresa ainda com lágrimas nos olhos.

"Mamãe? "

"Nao me chame de mãe. " Não acredito que ela prefere acreditar nele do que em mim, eu sou sua filha como ela pôde pensar isso de mim."Eu deveria saber que era culpa sua. " Me levantei daquela cama depressa e saí daquele quarto correndo pegando tudo o que pudia. '

Eu não podia acreditar que minha própria mãe não acreditara em mim, depois que saí daquela casa, sem rumo, eu não sabia para onde ir mas sabia que ninguém, nunca mais me humilharia nunca mais.

Horas mais tarde

"Fernanda? Já marcou a reunião com o Sr. Miller naquele restaurante de sempre? "Fernanda é minha secretária desde que abri as empresas Cosmétics SA ela era a irmã mais nova de Lúcia e um ano mais nova do que eu.

Lúcia era uma mulher que me acolhera em sua casa assim que fui expulsa da minha casa, eu passei um tempo na rua até que ela me encontrou e me ofereceu sua casa, em troca eu cuidaria de seu filho enquanto ela trabalhava, ela me daria um salário pequeno mas que me ajudaria com meus estudos. Fernanda não podia cuidar do pequeno Cezar por que já tinha seu trabalho então achou uma ótima ideia a irmã me contratar para ser babá dele e achou ótimo ter uma menina praticamente da mesma idade que ela. Alguns anos depois quando eu já estava com vinte anos Lúcia adoeceu e morreu mas me fez prometer cuidar de sua irmã e filho que eram seus tesouros. "Luíza você me ouviu? "

"Oh não me desculpe estava distraída. Pode repetir? "

"O Sr. Miller confirmou que estaria lá e logo depois desse almoço você tem uma reunião com o dono da empresa que fornece os recipientes de plástico... " A Lúcia foi a única para quem eu ja contei o que me aconteceu e foi por um acaso, eu estava tendo um de meus muitos pesadelos com aquele homem e ela ouviu meus gritos e se assustou, me acordou e perguntou o que tinha de errado eu não aguentava mais segurar aquilo só para mim e contei para ela que fui violentada por meu padrasto, ela claro se horrorizou quando disse que minha mãe me espussara de casa por causa dele e que ela preferiu acreditar nele que era seu amante do que em mim que era sua filha.

"Certo obrigado amiga. "Respondo a ela.

"De nada. "Ela me olha com um olhar de quem quer dizer algo.

"Desembucha Fernanda! "

"Você ja viu como é lindo esse Guilherme Miller amiga? "Ela se abana como se estivesse com calor. "Meu Deus que delícia! "

"Sussega menina. "Eu a repreendo de brincadeira. "É eu já vi sim, por foto mas não vou com a cara dele, desde que se recusou a ser meu acompanhante naquele evento de caridade, e ainda por cima me chamou de patricinha mimada, sem nem ao menos me conhecer isso é o Ó, fala sério! "Fernanda cai na gargalhada.

Chego ao restaurante e o maitre me conduz até a mesa onde um homem já está sentado, ele levanta a cabeça ao sentir que me aproximo e me olha dos pés a cabeça eu o olho confusa mas depois me sinto determinada a ignoralo mas acho que vai ser difícil, Fernanda tinha razão o homem era lindo de mais, seus cabelos loiros bagunçados, seus olhos castanhos cor de mel, seu nariz afilado sua boca carnuda e avermelhada seu maxilar quadrado e firme com a barba rala de um dia, droga ele tinha um corpo bonito também seus ombros largos emoldurados por um caro terno.

"Como vai Sr. Miller? "Estendo minha mão e ele a aperta com firmeza me fazendo sentir uma eletricidade percorrer meu corpo.

"Srt. Andrade. "Que voz. Droga agora eu sei de onde vinha aquela sensação de que algo aconteceria.