Capítulo 10 - Segredos

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Luíza Andrade

Estou esperando Fernanda quando ouço meu celular tocar.

"Alô. "

"Alô, Luíza? Eu sinto muito mas eu não vou poder ir mais com você. "

"Você prometeu! O que houve? "Peço.

"Eu sei que prometi, é que surgiu um imprevisto na escola de Cezar e eu preciso ir. "

"Não se preocupe então, eu vou sozinha. "

"Não! Você não vai sozinha uma pessoa vai te acompanhar. "

"Tudo bem, qualquer novidade sobre Cezar me avisa. "Eu pauso. "Te amo. "

"Certo. Também te amo, boa viagem."

Desligo o celular e percebo que esqueci de lhe perguntar quem iria comigo. Deve ser Naná, ela já foi para sua casa mas pode voltar, olho para o relógio e vejo que são quase três da tarde.
Melissa continua morando no interior de São Paulo, onde morávamos era bem pobre e quem comandava tudo aquilo eram traficantes eu cansei de ver colegas da escola morrendo por causa das drogas.

"Orlando ja contratou um elicoptero para me levar até São Paulo? "Orlando aparece na porta.

"Sim senhorita. "

"E o hotel que irei ficar? "

"Tudo certo, é o mesmo hotel de sempre. "

"Obrigado. "Ele se vira e some para o corredor.

A campanhia toca e vou em direção a porta estranhando Naná não abrir a porta, vai ver esqueceu suas chaves.

"Esqueceu as chaves Naná? "Pergunto. Quando abro a porta me assusto ao ver quem é. "Vo... você? "

"Oi. "Guilherme me comprimenta.

"Oi. "O que ele faz aqui?

"Sua secretária me pediu para vir até aqui. "O que? Eu vou matar a Fernanda.

"O que ela te disse? "Peço já me afastando dele. "Disse que eu era uma pobre coitada, que precisava de companhia só para poder conseguir enfrentar a própria mãe. "Digo com arrogância.

"Não! "Ele entra e fecha a porta atrás de si. "Não é nada disso. "Ele se aproxima mais e me afasto.

"É o que então? "Eu grito. "Ela te disse que eu fui expulsa de casa por minha própria mãe. "Sinto meus olhos marejados. "E que morei na rua. "Eu não consigo mais parar. "Que se não fosse pela 'caridade' de sua irmã eu continuaria morando lá? "Já estou chorando agora. Vejo seu rosto surpreso e vejo que falei demais, me viro e tento correr para as escadas para me trancar em meu quarto, mas ele é mais rápido e me segura, nos derrubando no chão.

"Não, dessa vez você não vai correr de mim. "Ele me abraça me sentando em seu colo me embalando em seus braços, enterro meu rosto em seu peito e desabo em lágrimas sentindo suas mãos me afagarem. "Shh tá tudo bem, eu estou aqui. "Ele me balança para frente e para trás tentando me acalmar. "Ela não me disse nada. "Eu fecho meus olhos com força. "Ela apenas disse que você precisaria de mim. "Ele diz. "Eu te amo Luíza, você sempre pode contar comigo. "Sinto mais lágrimas chegarem. Depois de um tempo que vejo que estou mais calma me afasto e olho para seu rosto, ele levanta sua mão e gentilmente enxuga meus olhos.

"Eu tinha dezesseis anos quando fui expulsa de casa. "Começo a dizer e ele me olha atento.

"Não precisa me dizer se não quiser! "

"Eu quero. "Ele balança a cabeça e eu continuo. "Meu pai morreu quando eu tinha dez anos minha mãe ficou de luto por ele cinco anos, até que conheceu meu padrasto. "Eu estremeço ao mencionalo.

"Quer parar? "Ele percebe que me incomodou mencionar aquele homem.

"Não tudo bem. "Suspiro e recomeço. "Ela logo o levou para morar em casa, eu me lembro que estava no último ano do ensino médio era fim das aulas, eu cheguei em casa normalmente como todos os dias, minha mãe só chegava depois das quatro da tarde, ele não trabalhava ela praticamente o sustentava. "Resolvi ocultar a parte humilhante da história, ainda não estava preparada para lhe contar o que aquele porco fazia comigo. "Já estava na hora de minha mãe chegar quando tudo aconteceu ele me agarrou. "Sinto Guilherme inrigecer assim que digo isso, mas ele não me interrompe. "Ela chegou bem na hora, no começo ficou do meu lado, mas só foi ele dizer para ela que eu o havia seduzido. "Dou um sorriso triste. "Hum, ele disse para ela que eu vivia dando em cima dele toda vez que ela saía para trabalhar. "Eu pauso. "Ela? Acreditou nele claro! Preferiu acreditar em seu amante que estava com ela a apenas um ano, gritou comigo e disse que nunca mais queria ver minha cara eu saí correndo de lá pegando tudo que podia. "Me levanto de seu colo e fico de pé de costas para ele. "Conheci Lúcia irmã de Fernanda uns meses depois."

"Luiza... "Eu o corto.

"Quando Melissa descobriu que eu consegui construir um Império, ela me procurou dizendo que estava com saudades, isso foi quando comprei esse apartamento, mas não me pediu desculpas por me mandar embora de casa. "Digo desdenhosa. "Eu logo desconfiei e perguntei o que queria e ela naoteve opções, abriu o jogo dizendo que queria dinheiro disse que tinha o direito já que foi graças a ela o que conquistei tudo o que tenho hoje. "

"Luíza... "Eu interrompo novamente.

"Sabe? Ela não deixa de ter razão se ela não me mandasse para fora eu não estaria onde estou hoje por isso sou..."

"Luíza! "Ele me vira bruscamente, o olho com medo nos olhos. "Me desculpe não me olhe assim. "Ele passa sua mão em meu rosto e eu me acalmo me inclinando para seu toque. "Já chega não precisa me dizer mais nada. "Eu aceno com cabeça. "Por isso disse aos jornalistas que ela estava morta? "Pede.

"Sim. "Ele olha em seu relógio e diz que ja são cinco horas. "Temos que ir. "

"Você quer que eu vá? "Ele me pede com olhos pidões. Me aproximo dele fico na ponta dos pés já que estou usando rasteirinhas, lhe dou um pequeno beijo nos lábios e ele me olha admirado com meu feito. "Acho que isso é um sim. "Ele sorri.

"Vou pegar minha bolsa. "Digo e saio subindo as escadas.

Por Um AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora