Capítulo 5

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--Desisto! - gritei.
Juntei minha coisas na mochila e sai do auditório deixando Brad sozinho. Era impossível ele estava indo bem e de repente começa a pisar no meu pé, me derrubar no chão e chocar minha cabeça com a sua. Impossível!
Caminhei furiosa pelo campus até ouvir os gritos dele.
-- Julie, para! - ele segurou minha mão me obrigando a para.
-- Me solta, Brad! - falei irritada. -- Brad essa apresentação é importante pra mim e você não me leva a sério, muito menos o ensaio! Se você entrou nessa só para me zuar...
-- Mais que merda, Julie! Eu fiquei nervoso só isso.
-- E eu não estou nervosa? Brad meu futuro depende disso.
--Às eu tenho vontade de pegar você e...
-- E o que?- por um instante eu pensei que ele fosse me beijar.
-- Vontade de pegar você e... - ele avançou mais um pouco. -- Droga!
Se virou e saiu andando, segui meu caminho pela avenida colocando os fones de ouvido ao passar por um grupo de garotos. Um deles, um sujeito alto e careca me olhou e sorriu. Ignorei e continuei meu caminho, virei a esquina antes de perceber que estava sendo seguida. Virei mais uma esquina e me deparei com mais dois garotos. Eu parei e me virei e lá estava o sujeito careca com seus dois amigos.
-- Oi gracinha.
-- Olha tudo o que eu tenho é meu celular.- entreguei a ele e eles riram como se fosse uma piada.
-- Calma boneca. Eu só quero brincar, depois a gente resolve isso, eu posso até te deixar sair se me der um beijinho.
Tentei correr,mas ele me segurou.
-- Por favor, me deixe ir. - implorei.
-- Huum, que perfume delicioso.- ele fungou em meu pescoço e eu senti o medo se instalar em mim.
Quando juntei fôlego para gritar ele tapou minha boca com sua mão. Me debati com medo do que poderia acontecer, implorei para que alguém aparecesse naquela rua deserta.
Ele me arrastou como se eu não pesasse nada, seus amigos riam como se aquilo fosse divertido.
-- Acaba com isso logo! -um deles disse bebendo um líquido expesso de uma garrafa.
-- Sabe, eu já tive uma namorada assim como você.- sua mão apertou minha coxa. -- Gostosa, cheirosa, perfeitinha, mas pra minha infelicidade tive que meter o pé nela. Ela era filha de um policial, podia acabar com nosso esquema.
A mão em meu rosto apertou meu queixo com força gemi de dor. E ele sorriu e passou a língua pelos lábios.
-- Por favor, me deixa ir.
-- Calma, eu vou te deixar querida. - ele disse em meu ouvido. -- Assim que eu brincar com você.
Me debati antes de acertá-lo com o joelho. Ele gritou de dor, joguei minha mochila nos amigos dele e me desvencilhei corri de volta para a faculdade podia ouvir eles gritarem atrás de mim. Virei a rua e parei na frente de um carro, que freiou a tempo antes que me atingisse.
-- Meu Deus, Julie!- Brad desceu do carro.
-- Brad! - corri para seus braços. Meu salvador! Era o que minha mente dizia. -- Brad eles me pegaram e...
-- Calma.- ele me abraçou.-- O que houve? Quem são eles?
-- Eu não sei eles... eles... Me agarram e um deles me...me... - tentei falar sem gaguejar, mas era impossível.
-- Eles fizeram algo?
--Não eu fugi antes que pudesse.
Ouvi os gritos então me virei e lá estava o sujeito com seu bando, seu sorriso sumiu quando viu Brad.
-- Noah! - Brad gritou e me soltou. Ele agarrou o cara pelo pescoço e o jogou contra a parede.
-- Cara eu não sabia que ela era sua...
-- Cale a boca!
-- Brad, irmão eu...
-- Não me chame assim! - ele falou e todos se calaram. -- A próxima vez que eu souber que você se aproximou dela ou de qualquer outra o Srº Matarazzo irá saber das suas aventuras.
-- Não, não! - ele levantou a mão.
Brad o soltou e pegou minha mochila nas mãos de um magrelo alto.
-- E vocês vão rodar junto. - avisou.
Olhei para tudo aquilo assustada, Brad me guiou até o lado do carona e me empurrou lá para dentro. O grupo sumiu assim que virou a esquina.
-- Você está bem? - perguntou dando partida no carro.
-- Sim, eu... Obrigada.
Ele não disse nada apenas dirigiu, olhei para sua silhueta e podia ver a raiva em seu rosto.
-- Tenho que passar em casa antes, depois eu te levo pra sua.
-- Me deixe em uma rua...
-- Não.- falou ríspido.-- Eles ainda estão por ai.
Fiquei calada enquanto ele dirigia, peguei meu celular e digitei uma mensagem para minha mãe dizendo que ia me atrasar um pouco. Ele parou o carro no meio fio e me puxou pelo saguão do prédio. Sua mão segurava a minha firmemente quando entramos no elevador, ele apertou o botão e o elevador começou a subir.
-- Brad. - chamei baixinho com medo de que ele estivesse furioso comigo, por metê-lo em encrenca.
-- Oi princesa. - ele me olhou. Não havia mais raiva em seu rosto.
-- Me desculpe.
-- Não se preocupe. Discutir com você faz parte da minha rotina.
Sorri. Assim que o elevador abriu ele me guiou pelo corredor, destrancando a porta com um cartão. Olhei para o apartamento bem moderno.
-- É lindo.
-- Obrigado.
Sorri.
-- Tava falando do ap. - ele sorriu.
-- Eu também.- tirou o casaco e o jogou no sofá. -- Fique a vontade.
Ele sumiu no corredor do apartamento, observei tudo ali. Os móveis de mogno preto o carpete era verde musgo, o sofá era de couro preto. Tudo bem moderno e organizado. Caminhei até uma porta de vidro e a abri. Ali havia uma sacada com vista para a cidade inteira, o vento estava frio me fazendo encolher. Os meus cabelos se agitaram em torno do meu rosto a medida que eu me aproximava da grade de proteção.
-- Quer beber algo?
Me virei e me surpreendi ao ver Brad sem camisa. O físico dele era perfeito, tentando não reparar muito me virei para a vista da cidade.
-- Não, obrigada.
-- Quer um moletom emprestado?
-- Não, eu estou bem.
Ele assentiu e sumiu dentro da casa. Senti algumas gotas grossas cair entrei para dentro e fechei a porta. Me sentei no sofá e peguei meu celular. Ele estava com três novas mensagens.
' Querida, espere a chuva passar para vim embora, a estrada está perigosa. Beijos mamãe'
Abri a outra.
' Julie me ligue assim que chegar em casa. '
' Julie por que você correu de mim o dia todo? Beijo Kyle. '
Guardei o celular no bolso e fiquei em silêncio.
-- Assim que a chuva passar te levo embora.
-- Tudo bem. - sorri exausta.
-- Ele que fez isso em seu rosto?
-- Sim. - me levantei.- Onde fica o banheiro?
-- A última porta do corredor. - falou se jogando no sofá.
Caminhei até lá e entrei no que ele chamava de banheiro. Aquilo tinha o tamanho do meu quarto, a parede tinha pastilhas azul marinho. O box era de vidro, olhei para o vidro de xampu e o peguei. Senti o cheiro silvestre, realmente era bom. Olhei para a vermelhidão em meu rosto, meus olhos estavam inchados de tanto chorar.
Sai do banheiro e me juntei a Brad no sofá, ele estava assistindo um jogo da NBA fingi estar interessada. O silêncio era constrangedor, e falava alto por várias vezes ele e eu mexiamos desconfortáveis no lugar.
-- E ai?- ele falou.
-- O que?
-- Vou pedir uma pizza, quer?
-- Ah... Tudo bem.
Ele se levantou e eu pude ouvir ele falando ao telefone, me levantei e fui até a cozinha. Era de se duvidar que ele cozinhasse alguma coisa, tinha certeza que pizza era o que ele comia sempre.
-- Agora é só esperar.- ele arcou sobre o balcão apoiando os cotovelos no granito preto.
-- Você mora aqui sozinho?
-- Sim. - ele sorriu e tirou um jarro de suco da geladeira e uma garrafa de cerveja. -- Sirva-se.
Peguei a cerveja de sua mão antes que ele levasse a garrafa aos lábios. Tomei um gole da cerveja amarga, e segui para a sala deixando ele com cara de tacho. Me joguei no sofá e mudei a TV colocando na cartoon.
-- Não acha que esta meio grandinha pra assistir desenho?
-- Não.- ele tentou pegar o controle, mas eu fui mais ágil.-- Nem pense nisso.
-- Eu estou na minha casa. - tentou pegar novamente.
-- E eu sou visita.
-- E daí?
-- E daí que eu quero ver desenhos.
-- Julie, para com isso!
Ele me puxou do sofá, e tentou pegar o controle. Me levantei sorrindo com o controle na mão, o sorriso dele eatava enorme quando me jogou sobre o ombro e me carregou até o sofá. Acabei caindo no chão e o levando comigo, nós ríamos freneticamente e aos poucos o espasmos do riso foi desaparecendo me fazendo dar conta que eu estava sob seu corpo, seus olhos fisgaram os meus e o sorriso foi sumindo. Senti sua respiração quente em meu rosto e logo seu rosto se aproximava do meu.
Mais alguns centímetros e teríamos nos beijado se não fosse pela campainha que tocou. Ele se levantou e foi atender a porta.

Apenas Mais um Jogo de SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora