Apenas Mais um Jogo de Sedução

Capítulo 17

Acordei com o barulho da chuva na manhã seguinte, havia um corpo extremamente quente ao meu lado. Minha cabeça explodia de dor e aos poucos os flash da noite passada retornavam a minha memória, ainda podia sentir os sentimentos que me dominavam, mas acima de todos eles estava a redenção.
Brad foi um homem caráter, apesar toda a insistência se negou a transar comigo. Admiti que eu estava curiosa com relação ao quão bom podia ser entre quatro paredes. Com relutância me afastei do seu corpo, procurei pelas minhas coisas antes de partir, depositando apenas um leve beijo em sua testa.
A cidade estava coberta de nuvens escuras e pesadas, indicando que fortes chuvas viriam logo. Me sentia leve, livre de culpas, podia não me lembrar de muita coisa, mas podia vislumbrar claramente Brad me acalmando e me aninhando em seu corpo. A noite calma, de pesadelos e de qualquer outra coisa podia haver, a esta altura do campeonato eu já não podia mais negar a mim mesma nem a ninguém. Eu estava atraída por ele.

Brad pov.

       Acordei sozinho.
       Me estiquei até alcançar o relógio da cabeceira da cama, três horas da tarde. Olhei ao meu redor procurando algum vestígio de Julie, esfreguei os olhos e tentei ouvir algum som além da chuva lá fora. Nada.
       Suspirando caminhei em direção ao banheiro me livrando da roupa no caminho. Aquele banho não precisava durar mais que o necessário, ainda com a toalha enrolada na cintura fui em direção a cozinha, peguei uma cerveja e liguei a TV.
        -- Ótimo! - bufei quando vi o jogo de basquete.-- Chicago Bulls.- zapei o canal a procura de algum filme, e por fim deixei em um de luta. A campainha tocou no momento em que estava no corredor de volta ao quarto. Só podia ser a Penélope, o porteiro não havia anunciado ninguém pelo interfone. -- Pen, eu já disse que...
          Parei de falar no momento em que a vi. Julie estava agasalhada com um sobretudo preto, seu cabelo estava molhado indicando que tomara um pouco de chuva. Seus olhos avaliaram meu corpo o que me fez rir, logo aquele rubor sútil surgiu em seu rosto.
          -- Espero que não tenha atrapalhado seu banho o...
          -- Entre.- sugeri. Tinha que admitir que estava curioso com aquela visita, não esperava vê-lá tão cedo. -- Eu vou vestir algo e já volto.
           Caminhei apressado, peguei a primeira calça de moletom que encontrei em meu guarda roupa e retornei a sala. Julie estava de pé, olhando a chuva pela porta de vidro. Coloquei no primeiro desenho que encontrei na TV,o que a fez rir.
           -- É bom saber que tenho preferência aqui já.- murmurou, assenti.
           -- Está tudo bem? Quer beber algo?- sugeri nervoso já que seu rosto não transparecia sentimento ou emoção alguma.
            -- Não, eu queria falar com você sobre ontem.- ainda cauteloso me aproximei. -- Você ontem não quis...
            -- Espero que me entenda Julie.- minha voz saiu calma, mais do que eu esperava.-- Eu juro que...
            -- Eu te entendo completamente, Brad.- me interrompeu. Olhei para ela sem entender onde queria chegar. Com alguns passos, ela desfez aquela pequena distância entre nós, suas mãos estavam soltando o laço do sobretudo.-- Eu me lembro.- sussurrou já próxima de mim, seus olhos azuis focados em mim, agora emitiam um brilho intenso.-- Me lembro de cada passo dado e cada palavra dita e eu queria que...- sorriu nervosa.--...que você soubesse.- deslizou o tecido grosso por seus ombros. Acompanhei com o olhar aquele tecido escorregar por sua pele, meu coração batia forte em meu peito e quando vi que ela trajava nada mais e nada menos que uma langerie de renda preta, minha boca secou. Tornei minha atenção para seu rosto, enrubescido.-- Eu preciso de você.
         -- Julie, eu...- toquei seu rosto levemente. Antes de aproveitar deliberadamente de seus lábios. Não podia ser rápido, era o que minha mente dizia enquanto puxava seu corpo ao meu.
         A pele macia e quente sobre minhas mãos, o beijo calmo e prazeroso. Eu não podia acreditar! Me afastei de seus lábios a tempo de vê-lá sorrir, seu olhar distante agora estava mais vivo do que nunca, sua mão me puxou para o sofá com delicadeza. Aos poucos me deleitei sobre seu corpo, ainda com os olhos focados nos seus. Então a beijei novamente, com um pouco mais de voracidade, deslizando a mão por seu corpo enquanto me pressionava um pouco mais contra ela. Mordisquei seu lábio inferior antes de descer pelo seu queixo até chegar em seus ombros.
          Sorri, por noites eu sonhava com eles. Beijei-os deslizando a alça com calma, enquanto percorria toda aquela extensão do ombro até o queixo.