-- Tudo bem?
Limpei meu rosto e olhei para o garoto ao meu lado e assenti. Um sorriso surgiu em seu rosto, ele tinha belos olhos cinzentos, sua pele era branca e seu nariz um pouco torto. Já seus cabelos eram pretos, tinha o físico atlético. Ele se sentou ao meu lado tirando o violão que estava pendurado em seu ombro colocando-o encostado na parede.
-- Eu me chamo Henry.- sorriu para mim.
-- Julie. - sorri de volta. A voz dele era suave, com um distante e charmoso sotaque da Irlanda, como creme batido com uísque.-- Você é irlandês?
-- Morei lá durante um tempo. - ele balançou a cabeça afirmando.
-- Em que parte?
-- Dublin. - olhando para a frente durante alguns segundos ele tornou a me olhar. -- E você?
-- Ah, eu sou daqui mesmo. - falei sem graça de nunca ter saído de Nova Jersey.
-- É bailarina?
-- Sim, como sabia?
-- Sua postura. - sorri. -- E você está muito certinha.
Por um instante me lembrei de quando Brad me chamou de certinha. Sempre impecável. Tratei de afastar aquela lembrança com um movimento de cabeça. O que eu sentia por ele não passava de atração. Parei para prestar atenção na aula. Hoje estudaríamos sobre Charles Darwin e o cardume de seres unicelulares. O senhor Lanister falava sobre ele de um modo fácil de se aprender, o modo como explicava a matéria gerava um debate na sala. Como se fosse um seminário. Ele falava da árvore da vida como gestilando com as mãos.
Henry era divertido, ficamos juntos todo o momento do dia. Kyle e ele se deram bem. Estavamos os três sentados no campus quando alguém se jogou em cima de mim.
-- Estamos todos juntos de novo!
-- O que faz aqui,Mell? - empurrei ela para o lado.
-- Vou estudar aqui. - ela riu e eu a abracei.
-- Que maravilha! - disse enquanto comia meu sanduíche.-- Agora temos um grupo, Kyle.
-- É né.- piscou pra mim e por algum motivo eu corei. Mell nos olhou e sorriu, acho que ela sacou o que aconteceu. Mais Kyle e eu somos amigos apesar da curiosidade.
--E você,quem é ?- ela perguntou ao Henry, curta e direta.
-- Sou Henry. - ele sorriu.
-- Prazer, me chame de Mell. - ela se deitou em meu colo. -- Que bom que estamos todos juntos de novo não?
-- Sim.- acenei para Mark que passou um pouco mais a frente do local onde estavamos. Brad me olhou e virou o rosto, senti uma pontada de ciúmes da garota que estava pendurada em seu ombro. Ela falava sem parar pelo jeito. Ignorei aquilo e tornei a prestar atenção na conversa ali.Cai exausta no chão. Depois de três horas eu havia conseguido ensaiar um solo, teria que aprimorar os passos, mas por hoje estava bom. Peguei minha garrafa de água e minhas coisas e sai do auditório cortando caminho pela quadra. Havia alguns jogadores ali, coloquei meus fones de ouvido e passei por trás das grades de proteção.
-- Julie! -olhei para Mark que vinha correndo em minha direção. Parei e olhei para seu grupo, procurei por Brad e quando não o encontrei fiquei um triste.
-- Oi, Mark.- falei desanimada.
-- Amanhã meus amigos e eu vamos nos reunir na Taverna da Raposa, para curtir e beber na sexta feira. Leve seus amigos também.- ele piscou e voltou para a quadra.
Sorri. Sai da quadra e segui pela rua, sem movimento. Cantarolei baixinho ao som de Jesse J, a noite estava fria. Peguei meu moletom e o vesti, assim que virei a esquina parei, Brad e a tal garota estavam se agarrando encostados no carro dele. Respirei fundo e segui andando. Assim que passei por ele, seus olhos me olharam com frieza. A garota me olhou de cima a baixo. Ignorando aquilo eu apressei meus passos, continuei cantarolando.
Olhei pelo canto dos olhos e vi o carro preto se aproximar de mim. Uma gota grossa e fria caiu em mim, olhei para cima e um relâmpago acendeu o céu noturno.
-- Entra no carro, Julie!
Olhei para ele ainda cantando e o ignorei. Uma chuva fina começou a cair, ainda cantando segui em frente. Brad andava com o carro lentamente ao meu lado, com o vidro da janela do carona abaixado, me olhando.
Parei na esquina para atravessar e olhei para ele. Ele fez um sinal com a cabeça, o som dos meus fones estavam altos podiam ver apenas o seu movimento de lábios. Mas pelos gestos eu diria que ele estava gritando. Eu não entraria naquele carro nem que me pagassem. Atravessei a rua e me encolhi de frio, cruzei os braços numa tentativa falha de me aquecer.
-- Da pra parar de me ignorar! - ele gritou enquanto me puxava pelo braço.
-- Me larga!- puxei meu braço, mas ele apenas me arrastou até o carro e me jogou lá dentro. Assim que ele entrou no lado do motorista eu tentei abrir a porta.
-- Você não vai sair! - resmungou irritado.
-- Deixa de ser infantil e deixa eu sair daqui. - ele apenas dei partida no carro. Não conseguia ver para onde estavamos indo graças a chuva que havia aumentado a intensidade.
-- Eu estou sendo infantil?- olhou para mim e riu amargamente.-- Você que está com um crise de ciúmes idiota e eu que sou infantil?!
-- Não estou com ciúmes de você! - retruquei. Mas era verdade.
-- Ah, não? Eu é que estou, afinal você e Kyle andam tendo mais que amizade.
-- E daí? - forcei a porta para abrir. Olhei para a silhueta dele, ele estava irritado. Ele freiou o carro bruscamente me jogando para a frente. Bati a cabeça no porta luvas, coloquei a mão sob a testa sentindo uma pontada de dor.
-- Droga! Você está bem? - ele soltou o cinto e arcou para frente.
-- Olha o que você fez!- falei irritada. Levantei a trava de segurança da porta e desci do carro. Um carro passou buzinando quando eu abri a porta, atravessei a rua. Ouvi os passos atrás de mim, minhas costas se chocaram contra a parede. O rosto de Brad estava tão próximo do meu, podia sentir sua respiração quente. Seus olhos focaram nos meus, seus cabelos pingavam em seu rosto. Minha vontade era de beijá-lo, acho que a dele também. Mas quando ele se aproximou virei o rosto.
-- Vai ser assim agora?
-- Me deixa! - gritei.
-- Com uma condição.- seu corpo colou ao meu, prensando-me contra a parede. Arfei e levantei as mãos,para empurrar.-- Diz pra mim que você não quer isso tanto quanto eu.
Olhei em seus olhos inebriados e abri a boca para falar, mas não consegui. Ele aguardava a resposta, um clarão acendeu o céu novamente, fechei os olhos e respirei fundo quando abri eles novamente. Me senti um pouco mais firme.
-- Eu não quero nada com você.- falei e ele recuou. -- Não quero ser mais uma em sua lista, não quero nada com você! Você não passa de um idiota!
Ele assentiu e quando ele se afastou senti as lágrimas caírem e graças a chuva ele não notou. Olhei o carro se afastar então coloquei a mão sobre o peito. A sensação de que faltava algo se instalou em mim.================================
Será que Kyle mudou de ideia sobre o beijo? E o que seja que Brad vai fazer agora.
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A vida ainda vai ser bela ☜☆☞ JAliineComentem e votem em todas. As três estão de parabéns pela história apaixonante e perfeita.
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Apenas Mais um Jogo de Sedução
RomanceSe todas as mulheres conhecessem seu poder de sedução, Talvez muitas não estariam ai, sofrendo por amor. Existem mulheres que ainda assim não deram conta do poder que tem sobre a cabeça de um homem. Não notaram que são capazes de enlouquecer a cabe...