Capítulo Vinte e Seis

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Os meus lábios estavam separados enquanto mirava a televisão, olhos bem abertos e sobrancelhas franzidas. Olhava, imobilizada, enquanto palavras e créditos passavam pelo ecrã.

"Foi só isso?" Sussurrei, e ouvi o Harry a mexer-se ao meu lado, o seu ressonar leve a desaparecer enquanto ele acordava. O Harry esfregou os olhos e bocejou, pôs o braço por cima do meu ombro e eu rapidamente mexia nos botões. "A sério? Harry," ele abriu os olhos outra vez, murmurando. "O que é que eu perdi?" ele gemeu, encostando a cabeça no meu ombro, fechando os olhos.

"Acabou?" Arfei. "Já? Quem acaba um jogo com um okay?"

O Harry suspirou e endireitou-se. "Sei lá, Evelyn."

O meu olhar mudou-se para o Harry e apercebi-me de que os seus olhos se estavam a fechar outra vez. "Vai para a cama." Disse-lhe num tom sugestivo, abandando o ombro. "Podias usar a energia."

Um sorriso preguiçoso estava na cara do Harry. "Tu também estás cansada." Ele disse. "Secalhar devias vir comigo."

Ri baixo e empurrei o Harry e a cabeça dele caiu no meu colo. "Não, obrigada. Prefiro ficar acordada para o resto da minha vida."

O Harry suspirou. "És tão provocativa. Admite o teu amor por mim."

Ri humoradamente e revirei os olhos. "Peço desculpa em despedaçar o teu pequeno, sujo coração, Henry, mas isso nunca irá acontecer."

O Harry zumbiu, incapaz de falar.

"Oh, por favor." Ele riu depois de alguns segundos de silêncio e levantou-se devagar. As mãos deles nas suas coxas, enquanto ele ajudava-se a si mesmo a levantar. O Harry tropeçou para a frente e pressionou o dedo no interruptor, virando-o devagar. "Vens?" ele perguntou e apontou com a cabeça para o corredor.

Pisquei os olhos. "Estavas a falar a sério?" Franzi as sobrancelhas e abanei a cabeça devagar, aconchegando-me no sofá. "Não estou cansada."

O Harry revirou os olhos, um mar de esmeraldas e virou o interruptor então o espaço ficou coberto de escuridão. A minha respiração prendeu-se na minha garganta, apenas por um segundo.

Eu conhecia o Harry, e ele era uma boa pessoa—por dentro. E para mim, pelo que eu sabia—mas ainda assim havia uma pequena voz na minha cabeça. Aquela que estava do lado dos meus pais, a lembrar-me e constantemente a rebaixar-me. Estás numa casa trancada, no escuro, com um assassino, e apesar de sentir um arrepio nas minhas bochechas e coxas, eu sabia que o Harry não faria nada.

Abri a boca para chamar por ele, mais ou menos a espera de uma par de mãos grande e frias me agarrar os braços. Algo tipo isso aconteceu, mas apenas senti o calor a vir do corpo do Harry para o meu, indicando que ele estava a minha frente. Senti as mãos dele a agarrar um dos meus braços gentilmente, puxando-me do lugar. Não conseguia falar—não por uma razão má, apenas não sabia o que dizer, por isso pressionei os meus lábios enquanto o rapaz me conduzia até às escadas. Fechei os meus olhos repetitivamente, apenas vendo uma silhueta escura a minha frente, nada mais. Levantei a minha perna assim que chegamos às escadas, subindo.

"O meu quarto é lá em baixo." Sussurrei finalmente, não querendo quebrar o silencio calmo. Foi um alivio não ouvir tiros, nem gritos, nem a voz do Harry a gritar, mas sentir a sua gentil--mas áspera—mão no meu braço.

O Harry não respondeu, apenas agarrou a maçaneta e virou-a lentamente, abrindo a porta.

Assim que ele me indicou para dentro do quarto, fechou-a gentilmente. A lâmpada estava acesa no canto por isso vi a sombra do Harry quando ele cruzou os braços sobre o seu peito definido e agarrou o fim da sua camisa preta. Observei-o enquanto ele retirou o material. Vi uma breve imagem dos seus músculos a contorcerem-se por debaixo do mapa de cicatrizes marcadas na sua pele, em conjunto com as tatuagens, antes de olhar para o chão, querendo dormir sozinha. Estava na esperança de que não fossemos dormir.

redemption :: harry styles [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora