Capitulo Vinte e Oito

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  leiam a nota final,
       é importante x
                   (ou então não)
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"Evelyn?" a sua voz estava ansiosa e desesperada, observando-me com olhos esperançosos. Mas a mão dele ainda agarrava a faca perigosa. A grossura do liquido colorido escorria por um dos lados da lâmina. Acabei de testemunhar o meu namorado a matar alguém.
"Evelyn, olha para mim, por favor," O Harry aproximou-se e tocou-me gentilmente na bochecha, com medo que eu me afasta-se. Mas eu não o fiz. Apenas sorri com olhos solenes.
"Sabes que eu tive de o fazer..." ele disse.
"Está tudo bem." A minha voz traiu-me e continuou feliz, por alguma razão estranha. "És um criminoso. Matas pessoas. Eu ainda te amo."
"A-a sério?"
"Sim." Ri. "Eu nem quero saber."
O Harry observava o chão, a sua cara a amolecer e os seus lábios rosa a virarem-se para cima. Os olhos dele baixaram-se e ele agarrou-me com mais força. "Tens razão." Ele disse depois de um momento de silêncio, e depois os olhos dele viraram-se para mim; escuros, o brilho desaparecendo de repente ao mesmo tempo que os seus lábios se viraram para um sorriso malvado. "Sua rapariga ingénua." Ele suspirou antes de levantar o braço e de passar com a faca no meu estômago. Sangue automaticamente saiu um segundo antes da dor começar.
...e acordei num salto. Pisquei os olhos para que a água desaparece-se e sentei-me. Dor perfurou-me as costas e arqueei as costas, batendo no sofá. Passei os meus dedos frios por debaixo dos meus olhos, sninfei e olhei à minha volta. O sol já não permanecia no céu, apenas um rasto rosa atrás de uma montanha, muito longe daqui. Estrelas já começaram a subir no céu e uma lua crescente iluminava o espaço.
Arrepiei-me e esfreguei os braços. Aquele sonho foi estranho... Mas tão realista. Isso é o que me assusta mais.
Levantei-me do sofá e estiquei os braços por de cima da minha cabeça, andando até a porta da frente. Puxei a maçaneta mas a porta não se mexeu, como sempre. Demorei vários minutos para procurar pela casa toda apenas para descobrir que o Harry ainda não tinha voltado.
Eu tinha medo. Dele. Preocupada que ele voltasse a ser... ele. Preocupada com o que raio tinha acontecido.
Podem pensar que sou estúpida. Evelyn, estás sozinha em casa. Podias provavelmente partir uma janela e escapar, devem estar a pensar isso. Porque haveria de pensar que o Harry alguma vez será simpático para ti? Porque é que não tens medo dele? Como é que te habituaste a ele tão rapidamente?
Aqui está a novidade: Eu tenho medo dele. Eu entendo quantas mortes ele causou. Pessoas que ele assassinou deliberadamente. Items e dinheiro que ele roubou. Pessoas a quem ele causou depressão e ansiedade. Eu nunca o irei perdoar por tal. Contudo, isso foi no passado. O Harry não gosta de mim... Eu não sei o que se passa entre nós. Acho que o meu sonho era sobre isso. Ele beijou-me mais do que uma vez-apesar de ele apenas se lembrar daquela vez que ele perdeu o controlo mas a campainha tocou. Certamente ele ainda me vê como um brinquedo, mas ele tem obviamente andando mais simpático ultimamente. Se, meses atrás, me dissessem que eu acharia o Harry Styles atrativo e simpático e  não mau, eu provavelmente dava-lhe um estalo. Ri-a na cara na pessoa ou apenas mandava um olhar aborrecido. E, a razão pela qual eu não estou a tentar escapar, pela qual eu não estou a chorar pelo meu irmão, irmã, pai e mãe, pela qual eu não odeio o Harry é porque finalmente caiu em mim. Apenas agora me apercebi de que estava encurralada. Não há maneira de sair disto. Se eu tentasse fugir, o Harry provavelmente apanhavam-me. Não tenho certezas disso, porque ainda não tentei e ele não me consegue apanhar quando não cá está mas duvido que estejamos perto da minha casa ou da civilização, para que conste. Eu nunca iria encontrar o caminho. Nós estamos numa espécie de um pátio abandonado onde apenas existem casas velhas, numa casa grande com, se eu pensasse o suficiente, um arsenal próprio. Mas isso não interessa. Lembro-me de estar no carro do Harry na primeira noite durante horas-estávamos definitivamente muito longe. E se eu tentasse livrar-me do Harry eu mesmo, ia acabar atada ou algo do género. Por isso pensei, melhor habituar-me antes que comece a lamentar e a chorar sobre a minha perda. Simplesmente não vale apena.
Ah, mas esqueci-me de algo. Apanhaste-o? O que era outra vez? Ah sim. Eu nunca disse que queria cá ficar. Se tivesse alguma chance como esta, eu iria escapar. Quero dizer, não fugia. Mas se tivesse a escolha de voltar para casa ou ficar aqui, obviamente que voltava para casa.
Subindo as escadas, procurei por uma maneira de sair. Talvez houvesse um jardim ou assim. Já vi lá em baixo mas a porta estava trancada, como sempre. Por isso fui vendo de porta a porta, encontrando pelo menos três quarto até chegar a um com um cadeado.
Estava ferrugento e parecia frágil, e eu perguntei-me se o poderia partir. Decidi contra antes da estupidez me possuir e voltei para o corredor. Mas depois parei
Porque haveria o Harry de o trancar? Seria uma saída? Isso parece estranho. Talvez devesse ver?
Abanei a cabeça e voltei para o andar debaixo.
Assim que cheguei lá abaixo, pensei ouvir passos e congelei. Lá estava. Tap, tap, tap, tap... As minhas sobrancelhas juntaram-se e juntei os lábios. Virei o meu corpo lentamente, e apanhei a vista de um sombra fora da casa. Parecia que me tinha visto, também, pois virou-se e escondeu-se atrás da parede, ao lado da porta onde eu não conseguia ver. A minha respiração prendeu-se na minha garganta e desliguei as luzes imediatamente e pus-me de lado.
Merda. Merda, merda, merda
Aquele não era o Harry. Era alto mas parecia mais musculado. Intimidante mas mais largo. E pareceu-me ver cabelos despenteados, levantados.
Segurei a respiração e ouvi. Se eu não estava errado, ouvi mais uns passos antes de acabar.
Contei 30 segundos. Um minuto. Um minuto e meio. Dois. Contei até chegar a 4 minutos e 28 segundos antes de voltar para a sala. A minha respiração estava acelerada e sentia-me como se precisasse de um copo de água. A minha língua fazia pouco para me molhar os lábios e precisava mesmo de uma bebida.
Ignorei a sede e dei um passo até a porta. E depois outro.
Antes de ouvir um boom  e alguém entrar. Dei um passo para atrás enquanto o Harry se punha a minha frente, não se parecendo nada com ele mesmo. Os seus olhos estavam vermelhos e ele tinha suor a escorrer pela testa, o seu cabelo encharcado. Nos seus braços, sangue escorria pelos bíceps e cortes e nódoas negras marcavam a sua pele. Ele tropeçou para dentro, sninfando.
"Cristo." A voz dele nunca esteve assim tão rouca e seca, e aquela palavra mostrou-me que ele estava ou retardado ou bêbado. Ele levantou o braço para limpar as gostas de suor da sua testa e usou o outro para fechar a porta. Apenas depois o Harry notou em mim.
"Oh, Deus." Murmurei, dando um passo assustado para mais perto dele. "Mas-mas que raio te aconteceu?"
Antes que o Harry pudesse abrir a boca para falar, a porta foi aberta uma vez mais, e o Liam entrou na casa. Na mão dele, estava uma pistola prateada, completamente carregada. Os olhos dele apanharam os meus. Ele meteu a pistola no bolso das suas calças imediatamente. "Evelyn." Ele disse por dentro das suas respirações, pressionando uma mão nas costas do Harry. "Vai lá para cima. Agora."
"Mas, o que aconteceu?"
"Eu explico tudo mais tarde. Apenas vai para o quarto do Harry." O Liam apontou para as escadas, e eu partilhei um ultimo olhar com o Harry-que tinha os olhos fechados e as mãos nos joelhos-e corri pelas escadas a cima. Assim que cheguei ao topo, entrei no quarto do Harry e fechei a porta.
Mas que merda é que está a acontecer?

redemption :: harry styles [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora