Charlie

-Magnético

Depois daquela sexta o fim de semana foi monótono. Eu só queria congelar no domingo pois na semana seguinte seria o casamento de Elizabeth e Charlie. Pelo escrito no convite seria uma cerimônia no jardim da minha antiga casa apenas para íntimos. Nunca imaginei que um dia seria mais íntima do cônjuge da minha mãe do que dela mesma.

Intimidades a parte, parecia que seria "lindo" e a única pessoa com quem eu poderia compartilhar meu sofrimento era Andrew, que a pouco se tornara meu confidente.

Conversamos por mensagem durante o fim de semana, não nos vimos mais e nem ousamos falar sobre o que aconteceu entre nós. Não éramos namorados, nem apenas amigos e nem ficantes. Preferimos não rotular. Estava bom do jeito que estava.

Ele só queria me ter por perto e eu sentia o mesmo por ele. Nossa relação fazia bem para ambos. Mas por medidas de segurança preferi que por alguns dias ele não viesse até minha casa. Usei Harrison como desculpa.

Na quarta feira da semana do casamento decidi ir comprar algo novo para usar, minha mãe me dera dinheiro para isso, e até mais. Como não estava muito familiarizada com o local ninguém melhor que Andrew para me guiar em busca um vestido perfeito.

-Então, o que vai fazer hoje?- Andrew perguntou enquanto andávamos até a saída da faculdade.

-Eu preciso de um vestido pra um funeral.- Disse guardando meu celular no bolso.

-Quem morreu?- Ele perguntou preocupado.

-A sanidade mental da minha mãe.

Ele pareceu aliviado por eu estar brincando.

-Ela parece Feliz. Não acha?

-Sim.- Revirei os olhos- Os loucos não ficam tristes.

Ele riu.

-Quer uma carona?

-Na verdade eu ia mesmo te chamar pra vir comigo. Quero a sua ajuda.- Sorri e segurei em seu braço.

-Ótimo.- Ele sorriu e nós chegamos em seu carro.

Entramos e nos acomodamos.

-Conhece algum lugar legal por aqui?- Disse enquanto estávamos saindo do estacionamento.

-Pra fazer compras?

-Sim. Eu sei que você não deve se ligar muito nessas coisas, mas já deve ter ouvido algo sobre algum lugar bom com certeza.

-Na verdade ouvi sim.- Ele sorriu- Tem uma loja à alguns quilômetros daqui. Quer ir lá?

-Tenho tempo de sobra.- Joguei minha bolsa no banco traseiro.

Então nós rodamos por pelo menos meia hora e ele estacionou bem atrás da tal loja que era enorme. Peguei o cartão de débito em minha bolsa e o guardei no bolso. Descemos e andamos até o interior da loja, tinha muita coisa pra olhar.

De início pensei em pegar um vestido sem graça, que não chamasse muito a atenção. Mas isso não fazia meu estilo. Então peguei o mais sensual e chamativo que pude encontrar naquela loja. O que eu queria mesmo era chamar atenção. O vestido era vermelho, justo até a metade do quadril, mais abaixo um tecido leve que quando eu andava se movimentava com bastante sensualidade, como nesses comerciais exagerados de perfume, ele tinha uma abertura na frente que deixava minhas pernas à amostra, e claro um grande e belo decote que não poderia faltar. Peguei jóias e sapatos que combinavam perfeitamente.

-O que achou?- Perguntei ao Andrew.

Ele me olhou boquiaberto

-Você está... incrível.- Seus olhos brilharam.