-Última Noite

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Eu abri meus olhos pela manhã encarando o teto e me sentindo leve, virei para o lado e Andrew não estava mais na cama, fiquei novamente preocupada, já estava começando a ficar paranóica por causa de Charlie. Ouvi um barulho na porta, me cobri com um lençol azul e vi Andrew entrar com uma bandeja de café-da-manhã no quarto trazendo na cama até mim.

-Bom dia.- Ele sorriu se sentando na cama.

Parecia que ele se importava comigo muito mais que Charlie. Eu sorri e me sentei.

-Bom dia.- Beijei seu rosto e olhei no relógio- Pelo visto nós não vamos à faculdade hoje, não é?

-Não... Acho que podemos aproveitar mais o tempo juntos.- Ele sorriu.

-O que quer fazer hoje?- Peguei algumas uvas na bandeja e coloquei uma em sua boca.

-Quer pegar alguma sessão no cinema?- Ele disse enquanto comia.

-Eu precisaria ir em casa trocar de roupa, mas eu não posso.

-Por que não?- Ele riu achando ser uma brincadeira.

-Estou sendo vigiada.- Mordi a maçã e depois percebi que eu acabei falando demais.

-Vigiada? Como assim? Por quem? -Andrew ficou preocupado.

-É... Meu pai!- Menti- Ele é muito rigoroso.

-E ele vai te proibir de sair?

-Sim, e não pode saber que eu não fui às aulas hoje.

Ele franziu a testa.

-Então você quer ficar aqui?- Andrew ficou desapontado.

-Fico muito mais à vontade em um lugar onde você use apenas uma cueca- Dei risada.

Ele riu também.

-Já que isso é um ponto a mais pra mim então vamos ficar o dia inteiro assim.

Chegamos mais para o meio da cama e tomamos café olhando pela janela. Andrew deveria estar olhando a paisagem, já eu estava procurando algum indício de Charlie. Nós terminamos o café e ele levantou para levar as coisas para a cozinha.

-Pode me emprestar uma camiseta?- Ainda estava me cobrindo com o lençol dele.

-Você pode ficar nua o quanto quiser.- Ele me olhou como um tarado.

-Precisamos arrumar a bagunça da cozinha e acho que seus pais não vão querer me ver nua.- Dei risada.

-Eles não chegaram ainda.- Andrew pegou a camisa- E só pra constar, meu pai adoraria.

Vesti a camiseta que ele me entregou e nós descemos. Lavamos a louça, arrumamos a bagunça da noite anterior e as únicas coisas que ainda ficaram na mesa foram as minhas bolsas.

-E agora?- Ele perguntou me abraçando por trás enquanto eu ainda passava um pano úmido na pia.

-Temos muito tempo livre. Não acha?- Deixei o pano e me virei. Pus as mãos em sua nuca.

-Sim.- Ele começou a beijar meu pescoço.

-O que quer fazer então?- Colei meu corpo no seu.

-Que tal voltarmos pra cama?- Senti sua respiração quente quando sussurrou no meu ouvido.

-O que acha de ir pro sofá?- Disse sugestivamente.

-Se você prefere assim...

Ele me levou até a sala desanimado, obviamente não entendera o que eu quis dizer com "ir para o sofá".

CharlieOnde histórias criam vida. Descubra agora