21. stay with me

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Acabei por me acalmar um pouco e agora encontrava-me sentada na cama ao lado do Michael, que tinha ficado ali a falar comigo aquele tempo todo. Para ser sincera, nenhum de nós fazia ideia de que horas eram até que Luke entrou de rompante no quarto, gritando um "preparem-se que vamos a um bar", e saindo de seguida.

Finalmente olhei para o relógio que marcava as 23:03, e disse um breve "até já" a Michael que saiu para que eu pudesse começar a vestir-me.

No meu armário tinha vários vestidos, maioritariamente pretos e brancos. Acabei por pegar num preto justo, que, apesar de ser comprido, tinha uma racha na perna que lhe dava um ar um pouco atrevido. Juntei-lhe uns saltos brancos e completei tudo com algumas pulseiras.

Destaquei os meus olhos verdes com alguma sombra e rímel, e passei um gloss transparente nos lábios.
Encaracolei as pontas do meu cabelo, apenas um pouco, e olhei o resultado ao espelho.

Ainda a fitar o meu reflexo, reparei em Luke atrás de mim, que tinha acabado de entrar, e se encostou à porta a olhar-me.

- Merda. - Murmurou.

Olhei para ele, confusa com a sua reação. Estava à espera de um elogio, admito. Pensei um pouco no que dizer. Não queria parecer desesperada, mas a opinião dele mais ao menos que importa, e muito.

- Está mal? Achei que est..-

- Sim! - Cortou-me. Olhei-o com a sobrancelha franzida e ia começar a responder, mas ele cortou-me de novo.

- Quer dizer, não! Quer dizer, ugh, - coçou a cabeça com a sobrancelha franzida. - Estás incrível, só isso. Ugh, nunca digo a coisa certa perto de ti.

Quando acabou de falar, tapou imediatamente a boca com as mãos. Percebi a sua atrapalhação, por isso sorri em resposta e cheguei-me perto dele, dando-lhe um beijo demorado na cara.

- Obrigada,

Limitei-me a responder. Tentei passar por calma, apesar da sua última frase me ter posto o coração a bater mil vezes mais depressa.

(...)

Finalmente chegamos ao bar que Ashton sugeriu. Apesar de dar perfeitamente para irmos a pé, visto que demorariamos apenas uns dez minutos, optamos por levar os carros, só para o caso de ser preciso.

A fila para entrar não era muito grande, portanto não levou mais de cinco minutos para estar lá dentro.
O ambiente era igual ao de todos os bares: tresandava a álcool e estava cheio de raparigas e rapazes com as hormonas aos saltos, desesperados por ter sexo numa casa-de-banho.

Encaminhamo-nos para uma mesa com sofás que havia a um canto e começamos por pedir um shot para cada um.

- Eu quero só uma coca-cola, se faz favor. - Luke pediu à empregada que nos atendeu com um enorme sorriso.

Olhei para ele com a sobrancelha franzida, ao que ele respondeu:

- Que foi? Alguém tem de levar os carros para casa.

Encolhi os ombros e tomei o primeiro shot. Não fazia ideia de que era, não percebo muito de bebidas alcoólicas, mas fiz uma careta assim que o senti queimar a minha garganta.

- Tequilla, - explicou Michael, como se tivesse lido os meus pensamentos.

Respondi-lhe com um pequeno sorriso, e pousei o copo, agora vazio, na mesa.

Começou a passar uma das minhas músicas favoritas, o que me deu uma enorme vontade de dançar. Mas não sozinha. Optei então por chamar o rapaz loiro que estava ao meu lado.

- Luke? - Chamei.

Ele olhou para mim e murmurou um "sim?" mais com os lábios do que com a voz.

disconnected - 5sosOnde histórias criam vida. Descubra agora