Bonecos...

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Acordei lá pras duas da tarde... Vou direto pro banho.
Me troco colocando uma blusa, preta, e um short, branco.
Vou pra janela e respiro o ar de São Paulo. O clima não estava frio nem quente mas o bastante pra não precisar de casaco.
Analiso cada pedaço, onde minha vista alcança, dali. Uma lojinha de bijuterias. Oba!

- Pai!!
- Na cozinha.

Vou até onde ele está e me sento no balcão.

- Me dá grana?
- Pra?
- Pra comprar uma coisa.
- Otima explicação, por isso vou te dar cinquenta reais.
- Sério?
- Não, Andy. Se você não se especificar, vai ficar difícil.
- É um presente!
- Pro Tomás?
- Talvez. Mas é mesmo pra Babi.
- Babi? Ah...Sua amiga,né?
- Isso! Desenrola?
- Toma vai.

Ele puxa a carteira e me dá uma nota de cinquenta. Agradeço dando um beijo na testa dele.

[. . .]

- Posso ajudar?
- Sim! Eu quero algo que simbolize São Paulo.
- Você não é daqui?
- Eu sou mas é pra uma amiga de Nova York.
- Ah, sim! Que tal esse chaveiro?

Analiso o chaveiro. É pequeno, com a palavra ' São Paulo' escrita.

- Ah! Tem um segredo...

Ela aperta um botão entre os nomes e o chaveiro começa a piscar. A Babi vai amar, ela gosta de brilho.

- Vou levar. Mas você tem algo pra um garoto que eu conheci agora?
- Bem...Deixe me ver.

Ela remexe em algumas caixas e outra mas não encontra nada.

- Ok. Vou levar esse mesmo.
- Ok. Espera só um pouco.
- Certo!

Corro os olhos pela loja e encontro dois bonequinhos. Um garoto todo de preto e uma boneca toda de branco.

- Todinho o Black.
- Aqui!
- Eu vou levar esses também.
- Sim, senhora!

[. . .]

Pouco antes das seis da tarde o Black aparece lá em casa, como eu pensei.

- A Andy estar?
- No quarto. É só seguir direto.
- Obrigado!

Coloco meu presente numa caixa e me sento no meu pufe.

- Andy?
- Não, é a Mulher Gato!
- Prazer, sou seu fã.
- Palhaço!
- E...Admirador secreto?
- Não! Pode sentar.

Ele se joga na minha cama e fica me olhando, apoiado no cotovelo.

- De quem então?
- Seu.
- Meu? Se apaixonou não foi?
- Para! Tava procurando um presente pra Babi, aí...
- Babi?
- Uma amiga de Nova York. Sim, aí eu vi isso e lembrei de você.
- É o que?
- Veja!

Entrego a caixa pra ele. Ele abre e começa a rir.

- Típico!
- Também acho.
- Hum,já sei onde vou prender.

Ele se senta e prende o boneco dele no All Star preto. Eu começo a rir e mostro o meu All Star branco com a minha boneca.

- Sabe o que eu acho?
- Não leio pensamentos!
- Palhaça! Acho que a gente deveria ou trocar de All Star ou de boneco.
- Também acho mas meus All Star não vai caber em você.
- Eu tenho um branco.
- Mas eu não tenho um preto. Não sou você?
- Ainda bem. Minha namorada dev...
- Nem vem!
- Affs! Já sei! Vou comprar um pra você.
- Aii que legal.

Pulo em cima dele e quase quebro a cama. Começamos a rir.

- Baleia.
- Foi você.
- Eu? Quem pulou na cama foi você?
- Shhh!

Me sento entre as pernas dele, cruzando as minhas pernas.

- Se eu não tivesse namorada, eu te daria um beijo.
- Se, se eu quisesse.
- Você quer, que eu sei.
- Sabe nada.
- Ah, é?
- É!
- Não é isso que os seus lábios dizem.
- Agora deu pra falar com meus lábio é?
- Quebrou o clima!
- Há há há há!
- Há há há há!

[. . . ]

- Estava a onde?
- Fui comprar um All Star com o Tomás.
- Com que dinheiro?
- O dele. Como eu comprei um pingente preto pra ele e um branco pra mim e já que eu não tenho um All Star preto...
- Ele comprou um pra você.
- ...Exato! Tá ficando bom em charadas, papis.
- Engracadinha!
- Vou pra cama.
- Também te amo!
- Eu também me amo!
- Andy?!
- Eu amo você, papai!

All Star BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora