Minha lingua amaldiçoada (uma crítica realista sem curvas e metáforas)

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Meu Deus!! Não, não irei dizer isso. Não é que eu não goste de Deus, muito pelo contrário. Mas não quero dizer seu nome à toa. Sim, talvez eu pudesse encontrar outras palavras para expressar espanto, ou algo do tipo, mas... Eu apenas quero depender menos em palavras e mais em ações. Eu quero ser livre da minha boca, livre de magoar as pessoas as quais não quero magoar e livre de todos os outros perigos de minha língua. A minha língua é perigosa? Ah, realmente perigosa! Mais perigosa do que você pode imaginar. Minha língua é como uma pequena faísca no meio de uma floresta. Se não for controlada, pode causar um desastre. Talvez mais do que um desastre, uma verdadeira catástrofe, uma cacofonia. Então, como uma pequena chama, nós devemos saber como controlá-la, ou como apagá-la, quando fora de controle, com ações. Eu já vim usando minhas palavras há muito tempo, então temo que eu chegue ao meu túmulo sem ter usado minhas ações uma única vez. Talvez ações sejam mais valiosas que palavras. Talvez eu devesse usar menos minha língua, e mais o resto do meu corpo. Mas, saindo de mim, e indo mais além, não deveria pois o mundo agir dessa forma? Nos meios de comunicação, vejo vários prometendo mudar a realidade atual, mudar a "educassão" que faz falta hoje em dia, mudar a saúde (com hospitais aonde entram mais pessoas do que saem, isto sem pensar nos que nem chegam a entrar). E no final, o que vejo? Nada, vejo um vazio mais profundo que o niilismo de Nietzsche. Quando prometem algo, vos suplico, prometam do fundo do vosso coração, certos de que irão alcançar isso. Talvez você não consiga fazer tudo no tempo planejado, mas tente o máximo.
No outro lado, no entanto, temos o quê? Pessoas a reclamar, também usando palavras para criticarem os que estão, mas fazendo o quê para mudar a sociedade, que eles tanto adoram e odeiam? Também temos um vácuo como resposta. Tudo tem exceções, isso é verdade, mas as poucas exceções que existem não são capazes de mudar a mentalidade materialista de nossa sociedade. Numa sociedade, em que tudo que podemos dizer são mentiras, ofensas e ameaças, a melhor solução para viver uma vida com poucos arrependimentos, é mantendo a tua boca fechada e os teus braços a moverem. Não esperemos por outros, aquilo que nós mesmos podemos fazer. Eu vos suplico, minha tão amada humanidade, na qual eu estou incluído, usemos nossas bocas somente quando realmente necessário.

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