Destino

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As desconfianças de males ancestrais e perversos pairam sobre mim. Ações passadas ecoam no meu presente, e afetam o meu futuro, me causando aflição. Quando sou culpado, temo que descubram a verdade. Mas quando sou inocente, temo ser condenado por tudo menos a verdade.
Posso ser inocente, mas se tudo excepto a verdade, me apontar como culpado, torno-me culpado aos olhos do mundo.
O que me dá mais nervos é que só procuro a orientação de Deus nessa hora. E mesmo eu não acho isso justo. Acho que não mereço a atenção de Deus por só me lembrar Dele nas horas de necessidade. Então decido não orar a Deus. Mas dai me lembro de algo que aprendi a um tempo. Deus sempre se lembra de mim, mesmo quando não ligo pra ele. E então eu sorrio e me alegro porque sei que Ele irá me escutar mesmo quando eu o ignoro. Então oro a Ele e peço que me ajude das tribulações, que me perdoe os pecados e que me dê forças para seguir em frente, e no final lhe agradeço por tudo o que Ele tem feito por mim agora e o que Ele fará por mim.
Antes eu era apenas um ser. Depois vi que ser um ser era menos do que ser quem eu sou. Do que adianta eu ser um ser, se não sei como ser como sou. Se não for o que sou, serei apenas ser sem ser o que sou.
Está dúvida de ser o que sou ou que não sou é o que me faz tentar diariamente levantar da cama. Será que tenho um propósito? Qual será esse propósito? Será que estou o cumprindo? Não posso deixar de me sentir incompleto. Impuro, imperfeito. Somos humanos e somos imperfeitos, isso eu sei. Já que fui ensinado desde pequeno a ter consciência da minha imperfeição. Mas mesmo um humano pode se sentir realizado quando cumprir seu propósito, seu objectivo. E esse objectivo existe? Ou será que nós realizamos o que queremos realizar, sem se preocupar com destino? O livre arbítrio existe, ou é apenas uma ilusão? São tantas perguntas sem resposta.

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