Hoje, outra vez

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Existem dias muito estranhos. Estranhíssimos. Estranhos até demais. Hoje é um deles. Alguns se passaram desde que fiz 17 anos e algo que deveria acontecer ainda não aconteceu. Não consigo explicá-lo com palavras, portanto o único efeito foi o calor intenso das 10h da manhã. A pressão continua a mesma, minhas mãos estão transpirando. Fiquei em estado de intensa atividade cerebral. Minha mente está trabalhando muito. Embora não tomara o pequeno almoço, obtive energia para raciocinar para pensar, para ver além, de tudo e de todos, além das alienações da vida, onde pude contemplar a verdade. O que eu esperava era apenas uma ilusão porque sempre esteve ao meu lado. O que eu desejo posso obter, e se eu quiser, eu irei ter, sem que ninguém me possa impedir. Irei me tornar mais do que apenas uma névoa, que permanece na terra por pouco tempo, e a mais leve brisa leva embora, sem que ninguém saiba disso. Não quero passar por esta terra e desaparecer sem deixar uma marca, uma cicatriz na sua história, uma pegada, que diga, ao longo dos tempos "Eu estive cá". Nós todos somos estrelas brilhantes, todos temos a capacidade de emitir luz e vida. Eu serei o sol. Não brilharei por prestígio, por reconhecimento, por lucro, por fama, ou por qualquer outro motivo ulterior. Apenas brilharei porque devo brilhar, como o Sol. Ele não exige a nossa adoração, e no entanto, continua a dar a sua luz generosamente à Terra. Todos nós devemos ser assim, os sóis que espalham a luz do amor pelo mundo. Antes disso, de deixarmos nossa marca no mundo, precisamos deixar o ontem para trás. O ontem não existe, é apenas uma memória, então nós precisamos ou recordar ou esquecer dele. Só. Não podemos passar a nossa vida no ontem, não somos nenhuma recordação. Somos vivos. E o amanhã? É uma piada de mau gosto. Não somos videntes. Não podemos viver em suposições, em hipóteses. O amanhã é para os projetos, para os sonhos, mas não para se viver, porque o amanhã não é certo. Precisamos viver em convicções, em certezas, em realidades concretas. No hoje. Hoje é que devemos brilhar, não ontem, nem amanhã. Hoje.

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