Capitulo 4

391 17 0
                                    

O acampamento era lindo: ao longe, um pinheiro gigante ficava em cima de uma colina e brilhava; descendo, se via uma casa com pintura azul, uma quadra de basquete, um lago, uma oficina, uma arena e uma parede de escalada; depois de um rio se via ao todo vinte chalés formando um circulo e subindo um morro, o refeitório; mais abaixo dos chalés tem outra arena, um barracão, um estábulo e uma plantação de morangos com muitos sátiro cuidando deles; sem contar a floresta que se estende até a praia.

Depois de me mostrar o acampamento, Percy me leva até a área de chalés. Vamos até um chalé de madeira, com a tinta descascando um pouco e acima da soleira um bastão com duas cobras se enrolando nele. Assim que coloco os pés dentro dele, sinto a minha essência.  Parei de andar e senti onde vinha essa energia. Andei até onde eu senti aquela energia e me deparei com dois meninos aparentemente iguais. Eles tinha o cabelo castanho encaracolado e estavam mechendo em alguma coisa eu eu tinha certeza de que era meus óculos. Eles pararam de mecher e olharam para mim.
- Será que podem me devolver, por favor? - perguntei e estendi as mãos.
- Por que deveríamos te dar? - o da direita pergunta.
- Porque são meus.
- Você pode provar? - perguntou o da esquerda.
- Posso. É um óculos de armação rosa com pequenos diamantes nas laterais e com a inscrição Fil Paris - respondi.
Estavam boquiabertos com o que eu disse.
- É dela - disse o da direita.
- Com certeza é dela - confirmou o da esquerda.
- Toma - eles me deram os óculos.
- Obrigada - disse colocando- os e andando de volta para onde estava antes.
- Gente, essa aqui é a Lara. Ela acabou de chegar - disse o Percy depois que eu estava ao seu lado. - E antes que perguntem, ela é indeterminada.
Depois disso ele foi embora e os dois meninos que tinham pego os meus óculos apareceram.
- Oi. Eu sou Connor - disse o da direita.
- E eu sou o Travis - disse o da esquerda.
Agora que eu reparei, um é alguns centímetros mais alto que o outro.
- Venha com a gente - disse o Travis.
Eles me guiaram até um beliche com a cama debaixo ocupada.
- Pode dormir na de cima - disse o Connor. E foram embora.
Subi na cama de cima e peguei o meu celular ( que eu achava que tinha quebrado ) e disquei o número do meu pai.
- Acho que você não devia fazer isto - uma voz se manifesta me assustando.
- Nossa Senhora da Piedade! - exclamei colocando a mão direita no colo.
- Desculpa. Não queria te assustar - falou a voz outra vez.
Reparei em quem estava falando e me deparei com um garoto de aproximadamente quinze anos. Ele tinha os cabelos pretos e os olhos azuis. Não dava para ver direito, mas parecia ter um bom porte. Em poucas palavras, lindo.
- Não, tudo bem eu só estava tentando ligar pro meu pai.
- Acho que não é uma boa ideia - ele falou com uma careta.
- Por quê?
- Porque o sinal que os celulares emitem é a mesma coisa que atirar com um sinalizador para os monstros - ele explicou. - E mesmo com a proteção, teríamos problemas.
- E agora? - suspirei.
Então eu tive uma ideia.
- Me dá a sua mão? - pedi para ele.
- Por que eu faria isso? - ele desconfiou.
- Eu só vou fazer uma coisa rápida - ele levantou uma sobrancelha desconfiado. - Por favor - apelei.
- 'Tá bom - ele me estendeu a mão e eu a peguei.
Fechei os olhos e me concentrei. Logo depois, senti a energia dele passar por mim e ir para o celular.
Fiquei assim por alguns segundos e logo depois soltei a mão dele.
- Muito obrigada... - me dei conta de que não sabia o nome dele.
- Noah - ele disse.
- Muito obrigada mesmo - eu disse e desci dá cama indo para fora.
No lado de fora eu liguei para o meu pai. Disque o número e esperei ele atender. No segundo toque ele atende:
- Alô.
- Alô, pai - silêncio.
- Filha, onde você está?
- Estou no acampamento, pai - silêncio. - Quando me contar?
- Era para o seu bem.
- Pro meu bem? - perguntei incrédula.
- Você não poderia saber. Iam achá- la.
- Mas mesmo assim não precisava se casar com aquela melhor asquerosa.
- O cheiro horrível dela afastá os monstros. Querida, tudo o que eu fiz foi para te proteger.
- Você sabe que eu não preciso de proteção - desliguei e corri para o chalé.
Subir na minha cama e chorei até dormir.

A Filha de AtenaOnde histórias criam vida. Descubra agora