CAPÍTULO 8: -Marina-

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- Marina -

Ainda dormia quando senti algo se acomodar na grande cama comigo. Um peso que fez com a cama mexesse e me fizesse despertar com o balançar. Senti algo se arrastar pela extensão e parar de movimentar-se bem próximo a mim. Não abri os olhos, os deixei fechados, e de repente senti uma pequena mão acariciar meu rosto. Só então abri os olhos e sorri. Lá estava ele. João Pedro. Cada vez que olhava para aquele garotinho de cachinhos eu me encantava mais e mais. Fiquei o admirando e percorrendo seu delicado rostinho com o polegar até ser interrompida

-- Ele queria te acordar. Fazia tempo que estava parado aqui na porta tentando alcançar a maçaneta. Desculpe. - disse Nanda de braços cruzados parada na soleira da porta do quarto.

-- Não tem problema não. - sorri para Nanda e depois para meu homenzinho. - Você já tomou o seu café? - perguntei para ele, e ele respondeu negativamente com um manear de cabeça.

Apesar dele ainda estar começando a falar, ele nos entendia muito bem. Era um garoto esperto, e quando não tentava responder o que perguntávamos ao seu jeito, com palavras quase incompreensíveis ou enroladas, ele respondia com sinais negativos e positivos com a cabeça.

-- Estávamos lhe esperando pra tomar café conosco. - disse Nanda entrando no quarto e parando ao lado da cama.

-- Então eu vou tomar um banho rapidinho e já desço. - disse me levantando da cama.

-- Ta certo. Vamos filho?

Olhei para João Pedro e ele balançava a cabeça de um lado para o outro se negando a descer com a mãe, e já deitando na cama. As vezes ele era muito dengoso, e depois do pequeno acidente na creche ele ficou ainda mais dengoso. Ele sempre corria me pedindo auxílio, pedindo colo, sempre que estava assim, eu tinha o coração mole e acabava fazendo de tudo para agradá-lo. Nanda dizia que um dia eu iria "estraga-lo", o deixaria um menino mimado.

-- Acho que ele vai esperar você tomar o banho e só então ele vai aceitar descer. - ela disse sorrindo e eu não pude deixar de sorrir também.

-- Vai descendo então que eu já desço com ele também.

Ela confirmou com um manear de cabeça e retirou-se do quarto me deixando sozinha com João Pedro. Aproximei-me dele que estava deitado inquietamente enquanto puxava os lençóis da cama, e depositei um pequeno beijo em sua cabeça.

-- Já volto, não saia daí!

Liguei a tv para que ele ficasse quietinho enquanto assistia desenhos animado. Tomei um banho rápido, para aproveitar o máximo de tempo com João Pedro e Nanda, pra que tomássemos um café gostoso e sem muita pressa e sem que eu me atrasasse na agência. Sai do banho e ele ainda estava na cama, só que dessa vez ele estava muito mais calmo do que quando eu sai. Ele estava completamente absorto, nem mesmo me viu entrar no quarto. Fui até o guarda roupa e peguei roupas minhas que Nanda havia colocado na noite anterior - eu passava mais tempo na casa dela do que na minha, era normal ter roupas minhas por lá. Me veste rapidamente e recolhi alguns objetos meus como chave do carro e celular no criado mudo ao lado da cama.

-- Vamos?

Perguntei parando ao pé da cama, quase parada na frente da tv. Não precisei chamar duas vezes, ele rapidamente levantou-se e veio andando em cima da cama até onde eu estava. O peguei no colo, desliguei a tv, e descemos as escadas.

Desci e vi Nanda ainda arrumando algumas coisas na mesa, ela pegava algo em cima do balcão ao lado da pia e colocava em cima da mesa. Entrei vagarosamente sem chamar a sua atenção. Ainda com João Pedro em meu colo, aproveitei que ela estava de costas e beijei sua bochecha.

Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora