CAPÍTULO 5: - Giulia-

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- Giulia -

"Que loucura era essa a que eu ia fazer?". Essa era a pergunta que não saia de maneira nenhuma da minha cabeça. Como eu fui capaz de fazer aquilo? Eu não sabia nem qual foi a razão daquilo, eu só sabia que algo me impulsionava, algo me atraia para ela. Era como se um imã me atraísse para ela. Eu nunca me imaginei fazendo algo do tipo, não raciocinei, não tive tempo de analisar meu ato, apenas por total impulso quase impensado beijei Marina Amorim.

Mantive-me praticamente grudada na parede do elevador, eu queria o máximo de distância para que não corresse mais nenhum perigo! Era isso! Marina Amorim era um verdadeiro perigo. Eu estava completamente nervosa, minhas mãos tremiam como se eu estivesse tomado o maior susto da minha vida - graças à interrupção de mais ou menos seis pessoas que entraram no elevador, separando-me de Marina. Minha boca estava seca como se eu estivesse correndo há horas, fugindo de uma perseguição persistente do mais temido Serial Killer. Podia sentir as minhas bochechas queimarem e meu coração praticamente sair pela minha boca e quicar no piso do elevador. Eu não conseguia encara-la. Eu olhava o chão.

Não tinha outra coisa a fazer naquele momento, eu estava fora de mim, perdida, fiz algo que não planejei, me coloquei em uma saia justa e agora eu não tinha a mínima idéia de como sair dela, e muito menos como Marina receberia isso. E o pior de tudo isso, é que eu gostei, gostei muito do breve contato que nossos corpos tiveram. Gostei de sentir seu corpo quente colado no meu. Gostei do fato de sua boca ficar a escassos centímetros da minha, me fazendo sentir sua respiração e cada vez mais ansiar. Podia jurar que senti seu coração acelerado, e ainda mais, podia jurar que nesse breve tempo ela olhava para um único lugar...minha boca! Coisas da minha cabeça. Mas foi errado, - claro que não podia ser errado ter vontade de beijar a boca de Marina Amorim, mas enfim! - ou pelo menos não era pra ter acontecido assim, não dessa forma precipitada e no meio de uma confusão. Então...

-- Me desculpe! - sussurrei quase inaudível para que somente ela entendesse.

Ela apenas balançou a cabeça confirmando, e eu voltei a olhar para baixo, mais necessariamente para os meus pés, eles pareciam extremamente atraentes naquele momento. Não sabia como iria encarar Marina novamente, isso se ela não me colocasse porta a fora de sua agência, demitida. Eu não tiraria a sua razão, acho que também faria isso com uma louca que me colocasse contra a parede e tentasse me beijar. "O que foi que aconteceu comigo meu Deus?!".

A porta do elevador abriu novamente no térreo, todo mundo desceu, inclusive Marina e eu. Quer dizer, eu demorei alguns segundos a mais para fazer com que as minhas pernas me obedecessem e eu enfim conseguisse sair daquele pequeno espaço. Eu queria ficar ali, na verdade eu queria que o chão se abrisse naquele momento, queria desaparecer para não passar pelo constrangimento de ter que olhar para Marina, e ela me olhar de uma forma recriminadora. Pior mesmo seria se ela me recriminasse, e nem precisaria usar palavras duras.

-- Vamos? - ela me chamou diante de minha resistência em sair de lá.

Com algum esforço, as danadas das minhas pernas me obedeceram e a segui, ainda achando muito mais interessante os meus pés. Propositalmente deixei que ela andasse um pouco mais a minha frente. Eu não podia olhá-la naquele momento, não enquanto eu sentisse as minhas bochechas arderem - com toda a certeza do mundo elas estavam ruborizadas.

-- Giulia? - ela me chamou para mais próximo, para o seu lado.

-- Oi?

-- Você se machucou? - ela perguntou com uma carinha de preocupada olhando para os meus pés - Quer dizer, você torceu o pé?

-- Não. To andando um pouquinho devagar pra evitar outro tombo. - emendei prevendo que ela me perguntaria o motivo de estar andando devagar.

-- Tem certeza que não machucou? Posso lhe levar a um hospital pra dar uma olhadinha.

Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora