Capítulo 35

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Dimitri Belikov

Roza. Roza. Rose.

Quando aceitei o emprego de Mentor na Academia São Vladimir, numa parte bastante afastada de Montana, depois que o Moroi Real membro da família Zeklos que eu protegia, havia sido assassinado por Strigois a menos de um ano atrás, já tinha aceitado completamente o que o destino tinha imposto sobre mim, sem bater o pé ou fazer bico, como uma criança birrenta faria. Aliás, esse era meu sonho de moleque, quando meu senso de gentileza e paciência foi pelos ares, e aos exatos 14 anos expulsei meu pai, um Moroi de 35 anos de casa aos socos e chutes, por machucar minha mãe toda vez que voltava para casa, uma única vez ao ano, até que ele parasse de visitá-la, o que eu queria ser naquela época, era exatamente o que eu era agora, um Guardião.

Só não esperava nem em um bilhão de anos que uma garota, linda, inteligente, marrenta, rebelde e meio imatura em certas coisas de exatos 17 anos, fosse conseguir mudar tudo, bagunçar o meu mundo. Rosemarie Hathaway era uma Dhampira incrível em muitos aspectos, para o azar de muitos, tinha uma habilidade incrível com luta quando em ação ou simples treinamento em grupo e os individuais que fazia comigo, inicialmente como parte de uma espécie de castigo, que por fim a ajudou muito e para o privilégio de pessoas como eu, conhecê-la a fundo era como fazer parte do Paraíso.

Está certo que eu já tinha aceitado meu destino, sem reclamar com o que essa escolha estava fazendo comigo, nada de vida própria, rotinas comuns como a de muitas pessoas que eu conheci. Nada de possuir uma casa própria e emprego instável na administração de algum local, como uma empresa humana ou esse tipo de coisa, alguém para ter em meus braços todas as noites.

Nem mesmo quando conheci a Moroi Real, Natasha Ozera, isso havia sido despertado ou cogitado dentro de mim, em algum momento de minha vida conturbada, mas então quando meus olhos bateram nos olhos de Rose, na fração de segundos quando a vi no Oregon, tentando fugir com a Princesa Vasilisa Dragomir há alguns meses atrás, algo muito importante dentro de mim vibrou, como um pequeno terremoto devastador de sentimentos, que eu nem sabia que existiam dentro de mim por tanto tempo, naquele momento em particular, senti todo o meu corpo se se acender por inteiro, como uma verdadeira árvore de natal e aconteceu de uma forma inacreditável e, de repente era só isso que importava para mim, o que eu sentia por ela. Eu estava completamente apaixonado.

Por isso que, quando percebi onde o pavoroso confronto contra os amaldiçoados Strigois na Academia São Vladimir estava nos levando, sabia que algo de ruim estava prestes a acontecer e então quando vi Rose presa no chão, tendo seu sangue sugado por aquele maldito, senti como se todo o meu mundo estivesse morrendo, juntamente com ela. E de fato quando percebi que iria perdê-la, isso me deixou num estado que facilitou muito o trabalho dos Strigoi em me pegarem, e me matarem no momento que tivessem vontade, por outro lado ao abrir os olhos e encarar o quarto a minha volta, percebi que claramente não estava morto, e muito menos era um Strigoi, muito embora não tivesse ideia alguma de onde poderiam ter me levado, não estava me ajudando em nada, é claro.

- Bom dia valentão, como se sente? -Ouvi uma voz masculina falar ao meu lado.

- Como alguém que está furioso e que vai te matar sem piscar ou hesitar quando eu te pegar, seu desgraçado. -Respondi asperamente, encarando a corrente que fora usada para me amarrar. Metal reforçado com aço cirúrgico? Filho da mãe!

- Vocês Dhampiros, são mesmo um grande pé no saco. Tipo assim, será que todos vocês fazem algum tipo de curso, para dizer exatamente a mesma baboseira? -Questionou o Strigoi, com um sorriso. - Você não pode me matar cara, você nem mesmo consegue se soltar. Idiota.

Pensei em confrontá-lo novamente, mas ele simplesmente me ignorou e saiu como se eu não estivesse ali. Eu tinha que sair dali de algum jeito, ou acabaria morto e na pior das hipóteses, jamais poderia rever minha Roza. Ponderei sobre todas as alternativas que eu tinha a meu favor naquele momento, que pudesse me ajudar em algo... O problema era que, eu não tinha nenhuma e isso me irritava cada vez mais.

Escuridão do Espírito - Fanfic Academia de VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora