Capítulo 38

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Como alguém pode ficar tão incomodada, por estar indo encontrar um completo estranho? Bem, eu respondo essa com facilidade, eu estava incomodada. A questão é, que me preocupava o que Mazur queria de mim, e o porquê me salvou. Ainda assim, não tinha mais como voltar no tempo e bater o pé, para evitar aquele momento. Então, eu fiz a minha melhor expressão de Guardiã ao seguir para o elevador, com Dimitri e Sidney ao meu lado. Ambos em silêncio.

Abe Mazur não era exatamente o tipo de Moroi, que eu esperava encontrar um dia em toda a minha vida como Dhampira, e nem em qualquer outro tipo de vida e, no entanto, naquele momento lá estava ele. Sentado num canto das mesas de uma pequena cafeteria, me olhando com atenção e um pouco de curiosidade também.

- Abe é bom ver você novamente, esses são Rose Hathaway e o Mentor dela, o Guardião Dimitri Belikov. -Disse Sidney de forma séria.

- Bom trabalho Sage, sabia que podia contar com você. A essa altura, vocês dois já devem saber quem eu sou e devo dizer que, é um prazer conhecer ambos. Em especial você, Senhorita Hathaway. E fico feliz em saber que estão bem. -Disse Abe com um sorriso, ao se levantar e estender a mão para mim e depois para Dimitri, que não aceitou o aperto, mas isso não pareceu incomodar Abe.

- Primeiro, odeio formalidades, então você pode pular essa parte e simplesmente me chamar de Rose. Segundo, porque nos ajudou a sair das garras dos Strigoi e Terceiro... Bem não tem terceiro, então fala logo. -Falei, irritada com o jeito dele.

- Rose, controle-se, por favor. Não faça um escândalo, não aqui. -Dimitri me repreendeu, segurando meu ombro com certa força, mas eu não me deixei abalar.

- Deixe-a à vontade Guardião Belikov. E Rose, respondendo a sua pergunta gentil, eu ajudei você porque eu quis, soube de suas habilidades incríveis na São Vladimir, e não achei justo algo assim ser simplesmente perdido. -Respondeu Abe, com um pequeno sorriso. -Imagino que ambos estejam com fome, então tomei a liberdade de pedir algo pra vocês.

Em alguns minutos, um garçom humano se aproximou de nossa mesa, trazendo sanduíches duplos para mim e Dimitri, acompanhado por um copo gigante de Soda e (Deus o abençoe mafioso esquisitão), uma porção gigantesca de batatas fritas com molho. Surpreendi-me bastante, ao perceber que Sidney havia pedido apenas um suco natural, e ainda deixou mais da metade do conteúdo no copo.

- Entrei em contato com a Academia São Vladimir, enquanto aguardava vocês me encontrarem aqui, e expliquei a eles que vocês estão seguros, e que os mandarei para lá em breve. -Disse Abe após algum tempo de silêncio, enquanto comíamos.

- É realmente muito gentil de sua parte, Sr. Mazur. -Disse Dimitri educadamente.

- E bastante estranho também, obviamente. -Murmurei baixinho, franzindo a testa em sinal de confusão e irritação. -Porque não diz a verdade pra gente, Mazur? Ninguém manda ajuda assim para Dhampiros, sem querer algo em troca. Então me perdoe, se eu estou um pouco confusa com a sua "generosidade".

- Você lembra muito a sua mãe... Janine, vocês duas são parecidas em muitas coisas, muito mesmo. Incrível, olhando para você, é quase como se eu pudesse vê-la, bem na minha frente agora. -Disse Abe Mazur com um pequeno sorriso, sem se deixar abalar por eu estar sendo áspera.

- Espera um segundo Mazur, você realmente conhece a minha mãe? Como você conhece a minha mãe? -Perguntei, quase engasgando com um gole de soda.

- Abe, não faz isso agora, por favor. Ela vai perder a calma e te bater se disser isso agora. -Advertiu Sidney me olhando com preocupação, mal sabia ela como tinha razão em temer meu péssimo controle.

- Meu nome completo é Ibrahim Mazur, e eu sou seu pai, Rosemarie Hathaway. -Respondeu Abe, após um curto momento de silencio incômodo.

Tudo bem, eu admito que não havia desculpas para a minha reação diante das palavras de Abe, mas de que outra forma eu poderia absorver aquilo assim, de uma só vez? Então, ninguém podia realmente me culpar, quando me coloquei de pé num salto e simplesmente dei um tapa na cara do Abe, não fiz aquilo pela revelação, mas porque eu sabia que ele não estava mentindo.

Minha mãe nunca falava sobre o meu pai, mas o pouco que me revelou numa de nossas constantes brigas foi que ele era turco, tinha os olhos da mesma cor que os meus, bem como os cabelos e ele era incrivelmente bonito. Então como não perceber que ele estava sendo sincero comigo naquele momento? Porque ele estava sendo sincero.

- Rose, por favor, controle-se! -Dimitri me repreendeu, colocando-se de pé e me segurando com os braços para trás. -Você está bem, Mazur? Eu sinto muito.

- Sua mãe se esqueceu de dizer, como você era incrivelmente forte e bastante temperamental. Está tudo bem Belikov, pode soltá-la agora, eu meio que mereci essa. Está tudo bem. -Disse Abe, esfregando a pele vermelha de seu rosto.

- Eu preciso sair daqui agora, sinto muito pelo tapa, Mazur. -Falei, me soltando de Dimitri e indo para fora do hotel, estava me sentindo sufocada.

Meu pai? Ah fala sério, quer dizer que o mafioso mais perigoso do mundo Moroi, era mesmo ninguém menos que o meu pai? De todos os Morois ricos e influentes do mundo para se apaixonar, minha mãe cai nos braços de um mafioso como Abe? Eu queria ser atingida por um meteoro e morrer, e então voltar à vida para tomar conta de Lissa, mas ainda assim queria morrer.

Senti que alguém havia parado bem atrás de mim e não precisei me virar, para saber que era Dimitri que estava ali comigo, então segundos depois, os braços dele me envolveram por trás com força.

- Venha comigo Rose, vamos dar uma volta, para você se recompor com mais calma. -Disse ele, me virando devagar para que pudesse me olhar. Sua mão foi para o meu rosto, afastando meus cabelos dos olhos.

- Vai me aplicar um sermão por agredir um Moroi? -Questionei asperamente.

- Na verdade, vou te dar os parabéns por ter feito aquilo com o Mazur. Não foi um gesto muito bonito de sua parte agredi-lo em público, mas mesmo assim ele mereceu o tapa que levou, merecia até mesmo levar um soco. - Respondeu Dimitri com um sorriso lateral, que me surpreendeu um pouco. -Vem, vamos dar uma volta. Você precisa se calmar e conheço uns lugares fascinantes por aqui.

- E você, por acaso vai considerar sobre o que conversamos aquele dia, camarada? Vai? -Perguntei, quando começamos a andar lentamente.

Dimitri não respondeu minha pergunta e isso me deixou preocupada, porém eu resolvi deixa-lo sozinho com seus próprios pensamentos, e então apesar de não ter ideia de onde poderíamos estar indo, apenas continuei o seguindo. Até que ele subitamente parou, e fixou os olhos numa casa amarela no fim da rua, pensei até em perguntar onde estávamos, mas por alguma razão eu sabia a resposta. Estávamos na casa da mãe dele.

- Já considerei, Roza. -Respondeu Dimitri, respirando fundo ao olhar para mim.

Escuridão do Espírito - Fanfic Academia de VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora