Capítulo 54

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Não gosto de selas...

Também não gosto de jardim zoológico desde que consigo me recordar, isso me faz voltar alguns anos atrás em minha vida, e lembrar de uma vez que havia ido a um zoológico com Lissa e os pais dela, quando éramos pequenas, só de ver todos aqueles animais presos, minha garganta começou a fechar e me deu uma imensa vontade de sair correndo, e então presa naquela sela, com aquelas barras de ferro e o concreto pesado me cercado, me fez ter a sensação de entender exatamente, como um bichinho de zoológico se sente. Parecia que as paredes iam se espremer, e o teto ceder encima de mim, eu não queria morrer assim, era vergonhoso.

- Ei! Eu exijo um advogado! Ei, você é surdo por acaso, seu idiota? -Gritei para o guarda Dhampir a poucos metros de mim, sacudindo as barras de ferro com desespero. -Eu estou falando com você!

O guarda Dhampir simplesmente continuou parado de frente para a minha sela, e ignorou todos os meus berros desesperados e descontrolados, e então só me restava uma saída, voltar para cama de concreto que havia num dos cantos da sela e tentar não desmaiar de desespero, resolvi fechar os olhos e me concentrar, para não enlouquecer. O que honestamente, seria uma tarefa quase impossível.

Houve uma movimentação e um falatório, num ponto cego do corredor que levava a entrada da prisão real, e então... Deus o abençoe, dali saiu Abe Mazur.

- E ai velhote, o que está fazendo aqui? -Perguntei de testa franzida. - Você não parece do tipo que visita os filhos na cadeia.

- Sou seu advogado, estou aqui para orientar você. -Disse ele com um pequeno sorriso, como quem estava tramando algo.

- Desde quando você é advogado, velhote? -Questionei fazendo careta. -Ah deixa pra lá, você tem que me tirar daqui. Cometeram um erro feio.

Mazur franziu a testa mediante meu apelido para ele, e se limitou a acenar para que abrissem a cela, imediatamente o Dhampir estúpido que havia me ignorado, abriu a cela e deu passagem, Mazur entrou e sentou ao meu lado.

- Rose, qual era o seu problema com a rainha Tatiana? -Perguntou Mazur sério, ao cruzar os braços no peito. -E por favor, não se atreva a ocultar informação, mentir não vai te ajudar em nada agora, vai por mim. Você já esta encrencada o suficiente por um longo prazo de tempo, mocinha.

Meu sangue ferveu em segundos com aquelas palavras, e então eu não iria nem sonhando, sentir culpa pela minha reação.

- Está me zoando, né? Que saco, porque será que de repente todo mundo deu para achar com convicção, que eu matei aquela velha irritante de uma figa? -Explodi, saltando da cama e jogando as mãos pra cima.

- Senta aqui, agora. Primeiro, eu não acusei você de nada Rose, apenas fiz uma pergunta para entender o que esta acontecendo, segundo que para sua informação, foi a sua estaca que estava no meio do peito da Rainha Tatiana, e sem contar as suas digitais espalhadas por toda a parte, fibras de cabelo e roupa, e até mesmo sangue. Então quando eu pergunto qual era seu problema com ela, não é por acreditar num bando de evidências bem idiotas, que apontam fatos, que só para constar são totalmente absurdos sobre a minha filha, eu quero saber o que você tem a dizer a respeito. -Explicou Mazur de forma urgente, porém controlada.

Olhei para o teto com as duas mãos na lateral da cintura e depois para o chão, tentando colocar meus pensamentos em ordem para conseguir falar.

- Sempre tive minhas diferenças com ela e isso não é segredo para ninguém, tanto da Corte quanto na São Vladimir e todo mundo sabe disso, Tatiana me tirava do sério, insultando Lissa e a humilhando na frente de todos, pelos deslizes que cometíamos juntas, antes mesmo de fugirmos daqui meses atrás, mas eu juro que nunca passei dos limites das ofensas verbais e elevação de voz algumas oitavas do normal, para uma conversa com ela. Droga, eu nunca teria coragem de machucar um Moroi nem em cem anos, a minha vida toda fui criada e treinada para protegê-los e não machucá-los a sangue frio. Eu não sou assim, velhote. -Falei soluçando e então me liguei que estava chorando. -Eu sei que não me deve nada, mas me ajuda velhote. Eu não vou aguentar ficar aqui.

Escuridão do Espírito - Fanfic Academia de VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora