Preso a floresta.

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Acordei novamente com luz do sol no meu rosto, mas não conseguia me mover, algo estava me prendendo ao chão.
Quando olhei para os meus braços vi trepadeiras enroladas em mim, elas davam voltas pelo meus braços e pelas minhas pernas e a terra também me cobria como um tipo de coberto natural.
Fiquei com medo, como poderia sair?
Procurei pela minha mochila, mas não poderia pega-lá ela estava muito longe de mim, além disso, a mochila estava de um outro jeito, ela estava aberta.
O pote do qual eu havia pegado terra estava aberto e vazio, minha garrafa que antes tinha água estava molhada e com folhas, o curativo estava coberto por um pouco de terra, a faca em lugar que meu braço não alcança e o objeto de caçador estava no galho de uma árvore.
Eu gritei:
-Me ajude! Estou preso! Árvores! Por favor!
Quando percebi que o que me prendia não eram trepadeiras, mas sim, raízes.
Por isso o silêncio, elas estavam fazendo o que os adultos chamam de justiça, estavam se vigiando de mim por algo que não fiz, talvez elas tivessem achando que eu era um mini caçador, então gritei:
-Eu não sou o dono, sou Bernardo, apenas fiquei curioso pelo objeto cortante, porfavor acredite em mim!
Quis chorar, estava com muito medo, as árvores permaneciam em silêncio, até que uma delas falou:
-Pata suja, sabia! Estamos com dois patas sujas na nossa floresta, mas esse não irá escapar! Não me impressiona Bernadete ter acreditado nele, ele tem o rosto de Deus, mas é um monstro criado, eu até ouvi os guardiões falarem algo sobre ele!.
Meu medo permanecia então pedi:
-Árvores me deixem ir, estou com medo, quero meu pai.
Comecei a chorar imediatamente e outra árvore disse:
-Não deixaremos você ir até a ordem de algum guardião, sabemos quem você é garotinho, sabia que não é divertido perder sua casa?.
As lágrimas só desciam pelo meu rosto, disse com voz chorosa:
-Sou só uma criança, não fiz nada, eu prometo à vocês!.
Então os seres de luz pareceram novamente, o homem com uma voz tão forte como o som de um trovão disse:
-Solte-o! Lembrem-se de que devemos sempre amar nunca odiar! As vezes os rostos enganam, mas nunca julgue um pelo geral!.
As árvores me soltaram muito rápido, todas elas me pediram desculpa, disse já aliviado:
-Obrigado ser de luz! Árvores acharei quem é o dono do objeto cortante e mostrarei à vocês!.
O ser de luz vôo para longe e sumiu tão rápido quanto a própria luz, peguei minhas coisas e coloquei na minha mochila, estava pronto para achar um pata suja.

Patas Sujas (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora