Um Mero Suicídio

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Tudo pode ser belo olhando de certo ângulo, a vida foi apenas um preparo para algo em que acreditava ser grande e majestoso. A pureza de uma criança que queria algo melhor se transformou em lágrimas, dor e sangue, fazendo dos seus sonhos a única forma de fugir dos seus pesadelos, pesadelos estes que o atormentavam a todo o momento, até a leveza da água levar aquilo que tinha de mais precioso.


Em vida, esteve em situações um tanto quanto desagradáveis, algumas maldades corromperam a vitalidade desta criança que sonhava com um mundo belo, o seu mundo ideal, sem preconceitos ou críticas. No entanto, a todo instante as mágoas vinham tirando o seu sono, lhe dando lágrimas injusta, pois chorava por não ser compreendido, por ver que tudo aquilo que sonhava era mero conto de fadas, sendo taxado como ridículo empurrou a vida com a barriga, deixou de criar expectativas no mundo em que vivia, que até então o considerava como medíocre.


Esta criança tinha um nome, e mesmo não tendo muito significado, este nome era adorado por ti, entretanto, muita das vezes este nome foi odiado por si mesmo nos momentos de profunda mágoa, de críticas sem argumentos, em verdade em que não acreditava. Lembrava-se das lágrimas em frente ao espelho, olhando seu reflexo e se sentindo fraco, lembrando-se dos amores impossíveis, dos seus sonhos destruídos pelo egoísmo de um mundo que já bastava, que deveria acabar.


Conheceu a morte muito cedo, menos do que a maioria imaginava, muito mais do que desejava. Enquanto uma bela voz cantava um refrão que dizia "não se esqueça de mim quando eu deixar a água me levar", cortes eram feitos em seu pálido punho, deitado numa banheira, via através das lágrimas o seu sangue se confundido com a água morna, transbordando aquilo que pintava o chão de vermelho, libertando sua alma como pássaros que ansiava por liberdade.

Senhor MelanciaOnde histórias criam vida. Descubra agora