Vou em sua direção, com os olhos fixos em meu filho que esta com o olhar apavorado...
- Não mãe!
Grita Inácio com sua voz de trovão, ao mesmo tempo que a arma que Mariana escondia é apontada para sua cabeça... Paraliso com a cena... E peço socorro a Deus...
Passo meus olhos em Mariana, ela esta mudada desde a ultima vez que a vi, mas seus olhos carregam o mesmo ódio desde quando os encarei da ultima vez... Seus olhos tem ira mortal e segurança, ela esta segura do que quer fazer... E imploro por meu filho.
- Não faça isso Mariana, meu filho não tem nada a ver com o ódio que você sente por mim... Faço o que você quiser, mas por Deus, não aperte este gatilho....
Com a maior calma do mundo, como se estivesse conversando com alguém na rua, ela fala:
- Não se preocupe, não vou apertar o gatilho, não agora. Não estou com presa,quero colocar o papo em dia, saber como vão as coisas... Conhecer a casa, saber como vocês vivem, ver tudo que poderia ser meu e você roubou...
- Você é louca Mariana,não temos o que conversar enquanto esta arma estiver apontada em meu filho, e não vou levar você para conhecer a minha casa como se você fosse bem vinda aqui. Solta o meu filho, por Deus. Faça o que quiser comigo, mas solte meu menino.
Mariana ri e força a arma na cabeça de Inácio, ele fecha os olhos, eu estremeço e grito:
- Não por favor, não faça isso...
Inácio abre os olhos, nosso olhar se prende... Meu filho esta apavorado, e sabe que eu também estou, com o seu jeitinho de filho protetor ele diz:
- Mãe, fique calma, ira ficar tudo bem, faça o que a moça esta pedindo... Leve ela para conhecer nossa casa, leve a moça para conhecer os quartos a cozinha, os banheiros...
Inácio pisca um olho quando fala, e me olha querendo dizer mais, mas se cala e aperta os lábios .
Meu filho, teve uma ideia de gênio... Nossa casa tem alarmes silenciosos em vários cômodos, basta acionar um deles e enviara um sinal no celular de Moreno... Mas como vou fazer isso sem que ela perceba ?
Respiro fundo e tento ficar calma, mas mostro submissão enquanto vou maquinando um jeito de acionar uns dos alarmes sem que ela perceba... Com o olhar baixo eu imploro :
- Mariana eu faço o que você quiser, te levo pra conhecer a minha casa, meu galpão, o que você quiser, faço ate um cafezinho se me pedir, mas tire esta arma do meu filho.
Mariana, da uma gargalhada com aquele deboche que lhe é peculiar e diz rindo:
- Nossa a ultima vez que nos vimos você era valente me enfrentou, o que aconteceu ? Ah já sei, filho né? Filhos sempre são o ponto fraco... Você sabia que eu conheci a sua cabritinha, ela era a minha primeira opção, mas iria me dar muito trabalho, menina chata, mimada... Ai pensei, o Calanguinho cagão deve ser o filhinho do coração da Cali, é grandinho o bastante pra saber bem calar a boca e obedecer. E ele é tão educadinho, prestativo, bastou ver a tia da pipoca, cair com sacolas pesadas nas mãos para me socorrer... Foi tão fácil!
Agradeço a Deus por ter protegido minha menina,e não respondo a sua provocação, fico com os olhos fixo em meu filho, rezando para que ela não aperte o gatilho e maquinando algo em minha cabeça para pedir ajuda...
- Anda Quenga fedida, me leve pra conhecer a sua casa ....
Mariana fala com calma mas engatilha a arma.... Estremeço e grito apavorada, minhas pernas perdem as forças e tenho que me segurar para não cair.
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Califórnia a menina do sertão
Lãng mạnOBRA DEVIDAMENTE REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL . PLÁGIO É CRIME . DIREITOS AUTORAIS . NADIA DUARTE . TEMA ADULTO . Uma historia diferente onde fala de coisas do mundo real. Da vida dura do sertão, de uma realidade que muitos não conhecem, mais...