O sofá é o meu vício
Meu ócio, meu lar
Oculto-me nas sombras
Mariposa em fascínio pela luz
Sob a tela luminar.
Nada vai mudar
No meu mexer
Melhor continuar parado
Acuado, a temer.
Não vou mover um dedo
Isto não irá livrar-me
Libertar-me de meu medo.
Chamam-me de otário
Besta sedentário
Conformado...
Apenas vejo além
Enxergo através de teu desdém
Pois sei que não posso mudar nada
Nem a mim, nem a ninguém.
Acordar, trabalhar, dormir
Enrolar-me nas cobertas
E esquecer-me de mim.
Meu sentir
Escorre pelo eu
E cai no esque(cimento).
Emoção endurecida
Fixada no concreto
Realidade mórbida
Tangível e imutável
Estável instabilidade.
Sou mais um rato nos esgotos da cidade
Mais uma célula cancerígena
Corroendo a humanidade
Outra peste, outra besta
Participando desta orgia
Carniceria selvagem.
Permaneço estacionado
Extasiado pelo prazer
Não me questione
Não sei o porquê
Talvez a estática da TV
Seja a estética do meu ser.
Você tem a ilusão de ser livre
A fantasia de ter querer
Não sabe que o que apreendes
O que enxerga por tua visão
Não passa de mera manipulação
A construção de tua psique
Em forma de conspiração
Informa a televisão.
O sedentarismo é minha ideologia
Vegetal por opção
Conforme-se
Heroísmo é fantasia
Só existe em ficção...
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Poesias para deprimir...
PoésieDepressão, pessimismo, melancolia, tristeza... Sentimentos comuns a todos os seres humanos. Mergulhe no lado obscuro da poesia, encolha-se num cantinho escuro e aprecie a obra, ou deprecie...