O Homem

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Fez-se o (i)mundo humano em sete passos:

Terror, racismo e pornografia

Corrupção, prostituição e torpor

E no sétimo dia ele descansou...


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Ninguém pode medir

As dimensões de minha maldade

Minhas nebulosas atitudes

A matéria escura em mim

Consome qualquer vestígio de prudência

Destruo tudo em nome da ciência

Em nosso progresso reside a regressão

Agressão!

Minúsculo verme das galáxias

Praga espacial

Humanoide asteroide

Onde pisa destrói

Nossa natureza é má

Nossa condição é vil

Me divirto com a agonia

Sorrio com meus experimentos

Carrasco sádico, sorria!

Saco de excrementos

Vangloria quem se impõe

Apedreja quem se opõe

Martiriza quem pouco se sustenta

Comanda aquele que ostenta

Carnívoro a rasgar a própria carne

Autodestrutivo!

Trágico acidente

Mera falha do Big Bang

Criação do acaso

O corte da navalha

As fezes na vala

O despedaçar da galha

O gargalhar das gralhas

Devo confinar-me, isolar-me

Em quarentena

Não espalhar a doença

Planeta afora

Em ânsia permaneço

Para o juízo final

Quando a mim mesmo devorarei

Vítima da fome de poder

Pelo preconceito e pela ignorância

Aquilo que me forma

A imundice, a poeira e a lama

Fétido e inútil, fútil

Ânsia de vômito

Ator tragicômico

Desastre astronômico!

E quando a garganta secar

E não haver mais lágrimas para chorar

Quando o vento levar

O que hei de restar

Quando vossa carcaça apodrecer

E a planta deixar de crescer

Quando o solo rachar

Quando a lua minguar

Quando o silêncio reinar

Quando o mundo acabar

O universo descansará em paz...

Poesias para deprimir...Onde histórias criam vida. Descubra agora