O destino.

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Estávamos a mais ou menos trezentos ou quatrocentos metros acima do chão. Papai morria de medo de altura, mais nossas vidas dependia desse destino. Chegar em Foxvil passar mais ou menos um ano, desenvolver o projeto de seu lá o que e reencontrar meus amigos novamente.
Depois que minha mãe Vanessa Olar morreu, eu fiquei depressiva por dois anos, cheguei aquele ponto de ficar sem comer. Mais entrei na puberdade, e com a ajuda da minha psicóloga Marta consegui me confortar com a perda da minha queridíssima mãe.
Estava obsvando os flocos de gelo voando levemente pelo ar, a gravidade era extraordinária! Me sentia como aqueles flocos: sem rumo, sozinha, voando para um lugar desconhecido. Abri minha mochila e apalpei meu pequeno diário que desde aos dez anos eu escrevia, esse pequeno caderno me ajudou como se fosse minha própria mãe dizendo o que eu iria ou deixaria de fazer.
Abri na página onde eu estava desenhado a estranha cidade que tomava conta dos meus pesadelos, os prédios escuros tinham sempre algo a ser desvendado, as vielas sempre guardavam algo ou alguma coisa. Mais o que me chamou mais atenção foi uma figura sinistra que estava perto de uma lixeira, ele era alto com uma capa que ia até os pés. Não conseguia relembrar se essa estranha figura era homem ou uma mulher. As ruas daquela cidade era um pouco diferente das de hoje em dia, não sabia ao certo mais parecia que eu estava em um futuro próximo e distante:
-Senhores e senhoras passageiros, iremos passar por uma nuvem carregada com granizo, por favor não entrem em pânico. Eu tenho mais de trinta anos de experiência e não é a primeira e não vai ser a última vez que eu irei passar por uma nuvem dessas.-o piloto do avião falou com uma voz rouca tentando reconfortar os passageiros.
Depois daquela notícia o que tinha de silêncio triplicou em barulho e vozes tremidas. Meu pai que estava ao meu lado apertou minha mão, olhei para ele e a expressão de medo se tornou ternura e algum tipo de felicidade só não sabia se meu palpite tinha fucionado:
-Não fique com medo Alice, vamos todos sair dessa!-ele me olhava com o ar de preocupação.
-Fique tranquilo pai, eu não estou com medo!-tentei acalma-lo de qualquer maneira até mentindo se fosse preciso.
-Você é a cara da sua mãe.-ele levantou a mão e foi até meus cabelos.
Abracei meu pai como se fosse a última vez que nós veríamos, um suor começou a escorrer pelo meu rosto. Não conseguia entender o porque daquela pequena transpiração, a dor de perder minha mãe foi um 'baak', mais não me via sem meu pai. Estávamos eu e ele ligados por uma espécie de amor infinito. Talvez fosse isso que estava me tirando o foco: a dor de perder pai e mãe seria insuportável. Não conseguiria ter forças para lutar sozinha contra tudo e todos que falassem um não para mim:
-Tenho que ir no banheiro!-falei no ouvido do meu herói.
-Volte logo, o avião vai entrar em turbulência logo logo.
Fiz um SIM com a cabeça para acalma-lo. Levei comigo meu diário, via as pessoas chorarem, outras olhavam para um horizonte invisível, algumas me encararam e falavam alguma coisa para a pessoa do lado. Abri a pequena porta branca do banheiro, adentrei no espaço cúbico que só cabia uma pessoa, virei a torneira e uma gelada escorreu entre meus dedos.
Coloquei meu diário em cima da pia de alumínio, lavei meu rosto com aquela água super gelada e um calafrio tomou conta de mim. Será que minha mãe se parecia realmente comigo? Será que ela era forte e sabia guardar seus sentimentos com ela mesma? Uma Coisa eu tinha absoluta certeza: Eu Alice Forte, iria proteger meu pai de tudo o que vinha pela frente. Olhei no espelho e vi aquela garota sem reação e sem saber o que fazer:
-Eu sou fraca! Fraca! Fra...
Não consegui manter meu porte de garota forte, uma gota de lágrima forçou a decser pela minha face. Rapidamente enxuguei aquela gota de água salgada e vi o reflexo do meu desenho. Não era a mesma imagem que eu havia criado, tinha se tornado outra obra de arte, peguei meu diário e coloquei em frente ao espelho. A imagem era retorcida e no lugar da cidade misteriosa tornou-se um homem que estava escondido atrás da lixeira. Deixei cair o pequeno caderno no chão:
-Como é possível!-falei em voz baixa tentando me acalmar.
A imagem ainda estava ali, simplesmente intacta. Meu coração bateu mais rápido, minha veia pulsava de uma forma incrível, minha adrenalina foi a mil. Resolvi sair daquele banheiro o mais rápido possível, mais uma pequena surpresa aconteceu a porta estava trancada. O avião tremeu um pouco depois começou a balançar feito um pirulito na mão de criança, caí no chão e minha cabeça foi ao encontro do vaso sanitário, ainda atordoada escultei meu pai gritar do lado de fora do banheiro. Com a mão esquerda apalpei minha nuca, estava sangrando:
-Pai!-gritei.
-Filha? Estou aqui! Calma.
Pedras de granizo caíam sobre o avião formando um barulho assustador, eu estava aterrorizada, depois de alguns segundos ouvi um impacto: Pouche! Pouche! Pouche! Não sabia destinquir o que era aquilo. Mais não conseguia escultar a voz do meu pai:
-Pai? Pai? Pai!
Nada! Novamente o som do impacto voltou, mais desta vez foi com o som mais intenso. Escultei gritos, e depois senti o avião cair de uma altura muito grande. Perdi a minha concentração estava indo para o céu ou para o inferno?
-Pai e mãe eu amo você dois mais que tudo nesse mundo.
Senti o impacto e adormeci completamente.

Alice, em virtude de um novo futuro.Onde histórias criam vida. Descubra agora