Capítulo 29 - Taylor..

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POV CHRISTIAN

Eu estava dormindo profundamente, com o sedativo em gás que Sawyer me deu. Acordei atordoado e nervoso. Olhei ao redor do quarto procurando por Ana, que já deveria ter voltado. Sinto uma pontada forte em meu peito, e uma agonia e angústia desmedida. Porra! O que é isso? 

A porta bate e Sawyer irrompe porta a dentro, com uma expressão nada boa. Caralho, Ana!

- Senhor, tenho algo muito sério para comunicar, e preciso de extrema calma do senhor! - Disse Sawyer com autoridade, me mostrando a gravidade da situação.

- Caralho Sawyer! Abra já a porra dessa boca, antes que você perca seu fodido emprego! - Eu grito e ele se assusta.

- Senhor, como o senhor bem sabe, Taylor e Ana, foram para a GEH para buscar a encomenda. Mas era uma armadilha senhor!

Sinto meus olhos arderem. Não posso ter perdido minha Ana, meu único amor, minha vida, meu tudo! 

- Continua porra!- Engasgo em minhas próprias palavras, já sem forças para gritar.

- Havia uma bomba em seu escritório! Ainda não averiguamos o local, mas vamos descobrir! - 

- Não é sobre isso que eu quero saber. Cadê minha mulher e minha filha?! 

- Senhor, a estagiária de Andréa, morreu!

Oh não! Que desgraça! Se a estagiária morreu.... A não... Ana! E não posso perder Taylor!

- Taylor está muito mal senhor. Um grande pedaço de pedra, bateu em sua cabeça, e ele teve um traumatismo craniano. Além de queimaduras de segundo grau e algumas partes de seu corpo. Ele teve também algumas paradas cardíacas vindo para cá, e os médicos não sabem se ela sobreviverá! - Sawyer diz com seus olhos marejados, sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Por mais que eu não demostre, Taylor é muito importante para mim. Como um pai na verdade. Meu coração se apertou ainda mais, as palavras não conseguiam ser liberadas. Minhas garganta parecia fechada.

- E agora o que o senhor quer saber. Ana bateu a cabeça muito forte e ainda está desmaiada. Ela no entanto quebrou os ossos de seu braço direito e danificou um pouco de seu ombro direito também. E devo complementar, que Phoebe está muito bem e saudável, nada lhe aconteceu! 

- Graças a Deus! Graças a Deus! - Não consigo dizer mais nada, os sentimentos são intensos e sufocantes. Eu sou um puta homem sortudo! Minha Ana, minha Ana! Tão forte!

- Como? Como ... Ela está bem? - Pergunto com a voz embargada.

- Graças a Taylor senhor! Ele estava disposto a dar sua vida pela Sra.! Na hora que ele percebeu que a bomba ia explodir, ele se jogou em cima da senhora. A posição em que a emergência achou os corpos deles, sugere isso. Se não fosse por ele... -

Era muito até mesmo para mim. Comecei a chorar como uma criança, em agradecimento a Taylor. E o medo de perdê-lo também não ajudava. Ele era excepcional! Eu precisava valorizá-lo mais! Eu não posso perdê-lo!

- Eu preciso ver Taylor! - Consigo dizer depois de alguns minutos em meu torpor infinito.

Saywer se retira, me deixando sozinho com minhas inseguranças, receios, tristeza e principalmente gratidão! A Deus e a Taylor, o anjo da guarda, que ele lá de cima enviou. Meus pensamentos me inundaram novamente, assim como meus olhos com lágrimas. Chorei por mais minutos e minutos, até a volta de Saywer com um enfermeiro.

- Sr. Grey, o senhor está conseguindo andar? - O médico pergunta com real interesse.

- Sim. Apenas me tire daqui.

Ele veio até mim e ajudou a me levantar. Pegou o saco com soro e pendurou em uma haste de metal com rodas, para eu continuar andando com minha IV. Ele me apoiou até Saywer, que iria seguir comigo até o quarto de meu amigo.

A caminhada parecia longa, sem ter fim. Eu precisava vê-lo e agradecer, por mais que ele não me escute. Meu coração depende disso, para eu continuar bem. 

Aos poucos senti que fomos parando, meu corpo era mecânico, mas minha mente continuava longe. então Saywer me colocou em frente a uma porta, e eu presumi que fosse a porta de Taylor.

Abri lentamente, e percebi que ele estava ligado a muitas máquinas, e IV's. O quarto estava ermo, sem vida, escuro. Taylor, tinha um curativo grande em seu braço, suponho que seja a queimadura.

Me aproximo lentamente e me sento na cadeira ao lado de seu leito. Sinto aperto em meu ser. Um medo de uma perda indescritível. Seria como estar perdendo a meu próprio pai... Saywer se retira do quarto, me deixando a sós com ele.

Não consigo me conter mais, me levanto com cuidado, e o abraço. Uma lágrima escorre por meus olhos, seguido de mais lágrimas e soluços insistentes.

- Obrigado Taylor! Obrigado pela minha família! - Continuo a chorar incessantemente. Tenho um mal pressentimento.

- Obrigado por ser esse pai e amigo e sempre cuidar de mim. Sei que nunca demonstrei, mas você é muito importante. - Continuo a chorar e me afasto. 

Então levo um susto. Taylor está com olhos abertos e vejo uma lágrima escorrer pelo canto de seu olho, enquanto ele me olha com carinho..

- Christian! - Ele diz fracamente. Com a ternura que ele me passava pelo olhar, apenas o meu nome bastava, para eu entender tudo o que ele gostaria de me dizer.. Vejo mais lágrimas escorrerem por seu rosto e então, um bip constante começa a soar da máquina cardíaca.. 

- Não, Taylor! Não me deixe! Sayweeeeeeeer! - Grito com todas as minhas forças e Saywer entra correndo, ele percebe a situação rapidamente e corre para chamar os médicos.

- Eu não posso e não vou perder você meu amigo! - Começo a fazer massagem cardíaca. Noto que a IV que estava na minha mão, estourou minha veia e eu a puxei.

- Vamos Taylor! - Eu gritava e nada acontecia.

Enfermeiros e médicos estraram com um desfibrilador. 

- Saia daqui Senhor! - Um medico se dirigiu a mim.

- Não saio daqui porra! Ele é meu amigo! 

- Precisamos sair daqui! - Saywer me agarra pelo tronco e me levanta, me carregando para fora da sala. Não antes de eu ver o corpo dele se tensionar pelo choque e o som continuar como um ..... Bip...

- Taylor! - Grito antes de fecharem a porta.


50 tons de cinza - livro 5 - Versão Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora