Capítulo 3- Percy Jackson

2.1K 135 87
                                    

E foi assim que eu descobri que o meu pai é Poseidon.

(2 semanas depois)

Acordo antes dos outros campistas e ouço o barulho de uma guitarra tocando a música Snuff, do Slipknot, uma das minhas músicas preferidas.

Sigo a música e chego até o chalé de Hades. Abro a porta devagar e vejo Nico tocando e cantando perfeitamente, sentado na cama da beliche de olhos fechados. Ele nem percebe a minha presença. Fico ali, encostada na parede esperando ele terminar a música. As palavras pareciam sair com sinceridade da boca dele, principalmente a parte:

"Então se você me ama, deixe-me ir
E corra para longe antes que eu perceba
Meu coração está triste demais para se importar
Não posso destruir o que não existe
Me entregue ao meu destino
Se estou só, não posso odiar
Eu não mereço ter você
Meu sorriso foi tomado há muito tempo atrás
Se eu posso mudar, eu espero que eu nunca saiba..."

Quando ele finaliza a música começo a bater palmas lentas. Nico subitamente se assusta.

-A quanto tempo você está aí? -ele pergunta meio surpreso.

-O suficiente para eu perceber o quanto você canta bem... -falo me jogando na outra beliche que fica de frente para a dele.

-Eu não canto bem.

-Canta sim.

-Não canto.

-Canta sim.

-Não canto.

-Será que dá pra você aceitar que canta bem?

-Não, porque eu não canto. -reviro os olhos rindo.

-Ei, você revirou os olhos? -ele pergunta em um tom um tanto indignado.

-Sim, revirei, por quê?

-Ninguém pode revirar os olhos além de mim. -o encaro. Nesse momento ele tinha um leve sorriso divertido nos lábios enquanto dedilhava um pequeno solo na guitarra.

-É sério isso? -pergunto colocando meu braço sobre minha testa. Pequeno silêncio.

-E se for? -ele pergunta me encarando por alguns segundos e volta a dedilhar.

Me viro de lado e começo a observar o quarto decorado de preto, cinza e vermelho sangue. Havia vários posters de bandas de rock na parede, fora alguns de animes, como ironicamente, Death Note.

Começo a encarar Nico que já estava com sua roupa preta logo cedo. Camisa preta, jeans escuro rasgado e coturno preto. Ele guarda a guitarra e passa a me encarar também. Um fato sobre nós dois é que ficamos muito mais amigos durante esse curto período de tempo, por que é bem óbvio que em situações comuns a uma semana atrás ele me mandaria para fora de seu chalé. O único problema é que Nico é meio bipolar, sabe?

-Você veio correndo para cá, não é? -ele fala olhando para meu pijama que consiste em um conjunto de shorts e regata azul cheios de âncorazinhas.

-É... Dá para perceber né? -falo rindo e vejo um pequeno sorriso se formar no rosto dele. Nico deita na beliche, que até agora estava sentado, de sapatos e tudo. -Soube que o meu meio irmão chega ao Acampamento hoje... -falo e o pequeno sorriso no rosto de Nico parece desparecer.

-Ah... Legal. -ele fala em um tom meio preocupado.

-Eu soube também algumas coisas sobre vocês dois... -falo e ele cora.

Filha da MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora