2 - I don't know who you are

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Hoje é o início do segundo semestre. Primeiro dia de aula depois das férias. Acordei cinco minutos antes do celular despertar. Acho que estou um pouco ansiosa. Não por um motivo específico, apenas estou ansiosa. Todo começo de semestre eu fico assim.

Levantei da cama e fui ao banheiro, bati na porta e o Brand respondeu:

- Já vou. Espera um pouco.

- Bom dia pra você também. - respondi.

Fiquei ali na porta esperando por quase três minutos, quando finalmente o Brand saiu. Entrei e escovei os dentes. Olhei no espelho e vi uma espinha: "Droga". Pensei comigo mesma. Não era uma coisinha pequena, que dava pra esconder com maquiagem, na verdade eu não uso muito maquiagem, só em eventos especiais. Mas falando da espinha, ela era grande, e ainda estava bem na minha testa, pior que isso, só na ponta do nariz. Porém não tinha nada que eu pudesse fazer, apenas ignorar. E com esse pensamento, fui tomar banho.

Quando eu saí do banho, minha mãe gritou:

- Amy e Brand, o café está pronto. Venham, se não vocês vão se atrasar.

- Já vou mãe. - Brand respondeu.

Eu entrava às 7 horas na escola, e Brand já estava na Faculdade. Ele fazia medicina, nunca achei que ele tivesse cara de médico, mas sonhos são sonhos, não posso julgá-lo, então eu apenas o apoio. Minha mãe é advogada, e o seu horário para entrar no trabalho é às 8h, mas ela sempre acorda mais cedo pra fazer o café da manhã.

Desci pra tomar café, Brand e mamãe já estavam lá.

- Bom dia filha. Ansiosa para o primeiro dia de aula? - minha mãe falou.

- Bom dia. Estou um pouco só.

- Entendi, mas agora sente e tome o seu café. Em 10 minutos nós iremos sair.

- 10 minutos?

- Sim, ninguém mandou você demorar no banho. - Brand respondeu.

- E ninguém mandou você demorar pra sair do banheiro.

- Nossa, e eu demorei 40 minutos né?!

- Se vocês parassem de discutir vocês já teriam terminado de comer e já teríamos saído. - minha mãe nos interrompeu.

* * *

- Tchau mãe. - falei já descendo do carro.

- Tchau filha. - Brand falou fazendo uma voz fina, fingindo ser a minha mãe.

- Tchau seu panaca, até que vou sentir a sua falta quando você estiver na faculdade.

- Eu sei que vai. Eu também vou sentir, mas só um pouquinho mesmo. Até daqui a 6 meses. - Brand fez uma cara de coitadinho.

- Até daqui a 6 meses. - respondi.

- Ok, vocês se amam, mas não querem admitir. - minha mãe falou.

- Em primeiro lugar, eu não amo o Brand, nem um pouco. E em segundo lugar, eu tenho que ir, vou entrar atrasada se não for agora. - respondi.

- Eu também não te amo, sua feia. - Brand mostrou a língua, parecendo uma criança de 5 anos.

- Eu sei que você me ama. E que também vai chorar toda noite porque vai estar longe de mim. - foi a minha vez de mostrar a língua.

- Tchau filha. - minha mãe falou.

- Tchau pros dois. - eu falei. - Até mais chato.

Fui andando ao encontro da Isabel e da Kathy. Avistei Isabel no corredor conversando com uma garota na qual eu não sei o nome.

- ISA. - gritei.

- AMY. Que saudade. - ela me abraçou.

- Cadê a Kathy? - perguntei.

- Ela não vem hoje, ela me disse que não está bem.

- Ohh, o que aconteceu? - perguntei preocupada.

- Nada de mais, ela está com cólica. Mas creio que amanhã ela aparece.

- Espero que ela fique bem. Novidades?

- Não, acho que nenhuma. A única coisa que mudou é que entraram algumas pessoas novas na nossa sala.

- Ahhh, isso sempre acontece. Não só na nossa sala, mas na escola também...

Estávamos indo para a sala quando vimos, passando no corredor, um garoto, de cabelo preto, olhos claros e com uma camisa xadrez azul. Ele olhou para nós. Ele tinha uma cara de convencido, eu sei que não posso julgá-lo, afinal eu nem o conheço, mas não sei, ele parecia ser metido.

Entramos na sala, e o professor de Física ainda não tinha chegado, aproveitamos para conversar mais um pouco. Eu sentei na mesa em frente a da Isabel, quando vi uma garota ruiva entrar na sala, bonita. Parecia ser tímida.

- Bom dia classe. - o professor entrou na sala. - Estou vendo que temos alguns alunos novos. Gostariam de se apresentar? Você poderia ser o primeiro? - ele apontou para um garoto no fundo da sala. Ele usava óculos, tinha cabelo castanho, parecia ser um pouco nerd.

- Olá, meu nome é Dillan, tenho 15 anos, farei 16 em dois meses.

- Seja bem-vindo Dillan. A próxima pode ser você, garota ruiva.

- Oi, eu me chamo Hillary, e tenho 16 anos.

- Seja bem-vinda Hillary. Agora vamos começar a aula. - falou meu professor, e começou a escrever na lousa, explicando o que iria passar naquele semestre.


Entre Sol e ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora