9 - Lost myself and I am nowhere to be found

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Ficamos horas naquela lanchonete, até que o gerente nos expulsou. Não entendi muito bem o que ele nos disse, mas ele estava achando que iríamos roubar algo, só pelo fato de estarmos lá por muito tempo. Tentamos explicar o motivo pra ele, mas ele simplesmente não nos ouviu.

Ficamos na porta da lanchonete, sentadas no chão. E a Kathy começou a reclamar.

- Esse chão está frio e sujo. Credo.

- Kathy, minha querida. Não comece, por favor. Estamos perdidas e você está reclamando do chão!? - Isabel disse.

- Já que não posso reclamar do chão, então vou reclamar das minhas bolsas. Foram caras, vocês sabem o quanto paguei em cada uma? Não, não sabem, né. Pois é, foram caríssimas. E agora elas estão em um ônibus. Perdidas para sempre.

- Que drama. - Falei

- Sim, estou fazendo drama. Estamos perdidas Amy, P-E-R-D-I-D-A-S.

- Calma. Daqui a pouco um ônibus vai passar e nós pedimos carona.

- Gente. Olhem aquelas árvores que lindas. Vamos ver.

- Isabel. Não inventa. Você nem sabe o que tem lá. - Falei

- Estamos perdidas. Já que estamos aqui, vamos aproveitar.

- Está bem.

Chegamos perto das árvores e entramos na mata. As árvores eram grandes.

Eu estava só com uma bolsa de mão, minha carteira e o meu celular, a Isabel estava só com o celular dela, e a Kathy estava com o celular dela.

- Ouçam isso, são grilos. - Isabel falou.

- Nossa, que lindo, é encantador.

Continuamos andando, cada vez mais pra dentro da floresta. Às vezes Isabel reclamava, porque estávamos indo muito longe.

- Vamos voltar? - Isabel perguntava toda hora.

- Vamos andar só mais um pouco. - Kathy falou.

- Já estou com fome. - Isabel reclamou.

- Eu também - falei.

Andamos mais um pouco, mais ou menos meia hora. Até que resolvemos votar pra estrada, pra tentarmos pegar uma carona.

À noite estava um breu, e o celular da Kathy começou a descarregar, então ficamos sem luz. Tentei iluminar, mas concordamos em economizarmos bateria.

Andamos, andamos e não conseguíamos encontrar o caminho de volta pra estrada. Ficamos, na maior parte do tempo, em silêncio, só com o som dos insetos.

- AAAIIIII!!!!! - Isabel gritou, enquanto caía. - Tropecei nesse galho.

- Empresta o celular - falei.

Abri na lanterna, iluminei o pé da Isabel, estava sangrando.

- Ai. Está ardendo? - Kathy perguntou.

- Um pouco.

- Kathy, pega a minha garrafa de água na minha bolsa.

- Tá.

Joguei água no pé da Isabel, ela começou a gritar de dor. Foi horrível, era como se eu e a Kathy estivéssemos sentindo a sua dor. Fiquei com muita dó dela.

- Vamos ficar aqui até amanhecer!? - Isabel falou em meio às dores.

- Tudo bem, mas como vamos dormir?

- Quem falou em dormir?

- Ok então. Vamos procurar um lugar que não tenha tantos galhos no chão.

Entre Sol e ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora