- Há alguns anos, eu conheci George, meu marido, nos casamos e tivemos dois filhos, Noah e Derek. Descobrimos que o Noah tinha uma doença chamada Fibrose Cística, mais conhecida como FC. Descobrimos que ele não tinha muitos anos de vida, e se conseguisse viver de modo extremamente saudável, só viveria, na melhor das hipóteses, até os 30 anos. Foi um choque para nós. Ele era um garoto doce e divertido, mas com 18 anos, ele nos deixou. Eu lembro exatamente como foi. Era uma noite de quarta-feira, estávamos assistindo televisão, e o Noah passou mal, o levamos ao hospital, ficamos lá por dois dias, com esperanças de que ele melhorasse, mas na sexta à tarde, dia 23, ele faleceu. Derek ficou muito triste, ele era muito apegado ao seu irmão e eu sabia que ele não era muito forte emocionalmente. A cada dia que passava ele ficava cada vez mais triste, não saía do quarto, não falava mais conosco direito, e a sua namorada não estava mais tão apegada a ele. Seis meses depois da morte de Noah, exatamente no dia 23, a namorada do Derek resolveu terminar com ele, porque, segundo ela, ele estava distante e parecia que ele não a amava mais. Na madrugada daquele dia, Derek tirou a própria vida. Eles estavam juntos há quase três anos, e a dor do término deve ter se juntado com a dor da perda do irmão, e ele simplesmente não aguentou. Quando Noah faleceu, eu fiquei sem chão, foi horrível, não há como explicar a dor que senti. Ainda estava me recuperando, até que Derek se matou, naquele momento parecia que meu mundo havia acabado. Eu tinha perdido os meus dois únicos filhos. Lembro que chorava madrugada após madrugada, e meu marido, uma pessoa que não chora, entrou em depressão. Lembro que ele começou a chorar todos os dias, até que resolvemos fazer um tratamento. O médico nos indicou o campo, segundo ele, se nos mudássemos pra lá, meu marido ficaria melhor. Mas como George é muito teimoso, não quis, até que ele aceitou se mudar, mas com uma condição: que fosse uma floresta. No momento não aceitei, achei que ele tinha ficado doido, mas depois o compreendi e nos mudamos pra essa casinha. Moramos aqui há 7 anos, nunca mais voltei a trabalhar, mas George trabalha meio período em uma lojinha aqui perto, ele vai andando mesmo. Ele ainda não se recuperou totalmente, mas já está muito melhor comparado com os anos anteriores. - Olhei pra senhora e ela estava chorando.
- Nossa, que História emocionante. A senhora tem uma grande lição de vida - falei.
- Ritah. Meu nome é Ritah, "senhora" fica muito velho. Sei que não sou mais jovem, mas pode me chamar pelo nome.
- Tudo bem Ritah.
- Vocês querem comer alguma coisa? A comida já está pronta.
- Eu quero. - Isabel respondeu. - Me desculpa, mas estou com mais fome que um leão, só comi maçã até agora.
- Okay então.
Quando estávamos comendo, ouvimos o barulho da porta se abrindo. Era o marido de Ritah.
- Boa tarde George. Temos visitas - Ritah falou.
- Quem? - Perguntou.
- Essas meninas se perderam e estavam sem comida. Elas acharam nossa casa e perguntaram se eu poderia ajudar. Fiz um curativo em uma delas, que está machucada e agora elas estão comendo.
- Entendi. Se eu soubesse teria comprado mais comida.
- Tudo bem. Eu me virei com o que tem aqui. Acho que elas já estão terminando de comer.
- Olá, tudo bem? Sou a Isabel.
- Olá. Prazer, George.
- Eu sou Amy.
- E eu Kathy. Prazer.
George era um homem simpático, mas um pouco reservado, tinha cabelo grisalho e uma barba rala. Ele foi tomar banho e eu fiquei conversando com a Ritah. Perguntei pra ela como poderíamos voltar pra casa. E ela sugeriu que o George nos levasse à estrada e de lá nós iremos pegar um ônibus até a rodoviária. As meninas concordaram e esperamos ele se arrumar e nos despedimos da Ritah
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Entre Sol e Chuva
RandomSe você está esperando por uma história de amor, então está enganado. Porém se está esperando uma história de paixão, amizade e perdas... Sente, porque você não vai conseguir parar de ler.