Capítulo 7

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Na manhã de 24 de dezembro lá estava eu, sentado a mesa do café enquanto as tias avós de Louis entravam pela porta. Comia uma torrada com geléia e podia ouvir Joana dizer frequente e animadamente "que bom que você veio!" "seja bem-vinda!" "há quanto tempo!". Mantive-me quieto, esperando o momento certo para cumprimentar as senhoras que se aglomeravam na recepção do hotel ou até que alguém falasse comigo. Era estranho ser o ultimo a tomar café, já que os garotos haviam ido ao centro antes mesmo de eu acordar.

Louis desceu as escadas e logo tomou a mala das mãos de uma das senhoras. Foi recebido com beijos melados em sua bochecha pelas tias. Mesmo querendo rir da situação, senti que aquilo não era da minha conta. Por questões de privacidade, comecei a examinar minha caixa de mensagens no celular.

- Bom dia! - Louis passou por mim. - Não tive tempo de falar com você hoje...

- Acabei de acordar. - comentei.

- Não sou o único então. - sentou-se a mesa mastigando algo. - Essas torradas estão uma delicia.

- Você vai engasgar comendo desse jeito.

- Obrigado pela preocupação. - falou repleto de gula com a boca cheia.

- E-eu comprei seu presente. - disse com a voz rouca e falha após um longo minuto de silencio e entreguei-lhe o CD embrulhado em um papel colorido. - Feliz aniversário.

- Obrigado Harry. - ele sorriu.

Louis se levantou rapidamente e eu fiz o mesmo, passando minha mão na dele e apertando devagar. Embora minha mão fosse maior, não havia sido um toque grosseiro. Ele me puxou pra perto e pegou o presente. Pôs um de seus braços ao lado do meu ombro e disse:

- Não que eu esteja forçando, mas acho que mereço um abraço... - ele sorriu e o fez antes mesmo de eu dizer algo.

- Tudo bem. - por alguma razão, foi só o que consegui dizer.

O aniversariante rasgou o papel do presente, revelando a capa verde do CD que eu havia lhe dado.

- Ed Sheeran. - Louis disse surpreso.

- Você gostou? Eu posso trocar.

- Não, não... - abriu um sorriso largo, aquele mesmo sorriso que me dava vontade de fazer Louis feliz novamente só para vê-lo. - Eu gostei. - disse olhando para o X preto na frente.

...

Horas mais tarde, lá estava eu escolhendo a melhor roupa social para passar o Natal. O terno preto e a camisa branca transparente deixavam a mostra algumas de minhas tatuagens, o que imaginei não ser problema.

Os garotos já estavam lá embaixo, sentados a mesa, extensa e farta, junto as senhoras que haviam chegado mais cedo. Havia também alguns garotos no canto oposto da sala de jantar. Ao lado, mulheres bem vestidas acompanhadas de seus maridos e um grupo de crianças. Eu me sento entre Zayn e uma cadeira vazia.

- Belo terno, Hazz. - Liam piscou.

Em seguida, Joana entra pela porta de costas segurando o enorme bolo de Louis, que entra logo atrás, de frente pra todos com um belo sorriso. Assim que arrumam um lugar para o bolo na mesa, ele cumprimenta todos e se senta na cadeira ao meu lado.

Eis Louis Tomlinson, há cinquenta centímetros de mim, cabelo recém-cortado, lábios rachados, os olhos faiscando. Acho que nunca havia visto seus olhos daquele jeito. Ele me encara. Tenho certeza de que o tempo que passei o observando foi tempo suficiente para que ele achasse aquilo estranho.

Ele permanece ali, calado, ouvindo atentamente o discurso de sua mãe. Até que ele se levanta e agradece a todos pela presença.

...

Após todos comermos o bolo, sentei-me na área da piscina e comecei a digitar rapidamente a sequência de palavras na tela do celular enviando mensagem para Gemma e mamãe. Só me dei conta de que Louis havia sentado na espreguiçadeira ao lado quanto o mesmo disse:

- Você não está mesmo a fim de ir lá pra dentro conhecer as pessoas?

- Não... - digo a ele.

- Não quer nem que eu lhe apresente as garotas?

- Não, Louis. Obrigado.

- Me desculpe, eu não sou muito bom nisso. - ele responde e começa a fitar o chão. - Você ainda gosta dela?

- De quem?

- Lilian.

- Não. - dou de ombros. - Por quê?

- Porque eu achei que pudesse te ajudar com isso.

- Você já me ajudou muito, não acha? Quer dizer, você quem nos acolheu aqui, nos levou a praia, que, aliás, foi um passeio e tanto. - respondo.

- Não digo esse tipo de ajuda. - ele se senta ao meu lado, a mesma espreguiçadeira. - Harry...

Sua mão esbarra na minha, eu a seguro. Podia me aproximar, e talvez ele também se aproximasse. E nós nos beijaríamos.

Contudo, eu preferia acreditar que não daria em nada.

...

Queria me desculpar por não ter postado na quinta. Por conta de não conseguir postar em períodos certos de uma semana, acabei decidindo que será melhor continuar a postar um capítulo por semana, mas em dias diferentes. Espero que não fiquem bravas, porque afinal de contas não vai mudar quase nada. Espero também que tenham gostado do capítulo!


Sparks L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora