Capítulo 22

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E PRA COMEÇAR O ANO COM CHAVE DE OURO HEHEHEHE MAIS UM CAPÍTULO!

...

Estava começando a nevar novamente e eu já estava a poucos quarteirões do velório de Chaz. No rádio, tocava a musica favorita de Louis. "Look After You". Vi quase todos da escola num santuário coberto pelo manto branco de neve. Vestiam-se todos de preto.

Gemma andava calada ao meu lado. Ela se sentou numa das cem cadeiras. Estava apenas lá, sentada, envolta em seu casaco grosso e um cachecol.

- Você está bem? – perguntei.

- Não. – ela responde.

Sentei-me ao seu lado e abracei-a forte. Gem começou a chorar. E qualquer coisa que eu dissesse, soaria como uma facada nela. Era uma facada para mim também.

Fiquei olhando as pessoas irem a te o caixão, inclusive os garotos. Estava em cima de uma espécie de carrinho coberto por um pano branco. Todas aquelas pessoas se ajoelhavam ao lado dele ou paravam ao seu lado olhando-o por alguns instantes, choravam, algumas diziam coisas e tocavam o caixão, pois ninguém queria tocar o morto.

A mãe e o pai de Chaz estavam ao lado, abraçando as pessoas conforme iam se despedindo de seu filho, mas aí viam Gemma, sorriam e vinham até ela dizer algumas palavras de consolo (aquelas que eu evitara dizer para não zoar como uma facada).

Gem se levantou, abraçou primeiro a mãe e depois o pai de Charles. Os dois pareciam realmente muito envelhecidos, olhos fundos, com a exaustão estampada no rosto.

- Ele te amava, Gemma. – a mãe disse a ela. – Amava você e este filho. – coloca a mão em sua barriga. – Estava ansioso para ver o bebê. – acrescenta, falando mais baixo.

- Eu sinto muito. – ela parecia não saber o que dizer.

E então os pais dele vieram falar comigo. Abracei-os assim como todos fizeram e iniciou-se ali uma conversa limitada a gestos e lábios apertados. Conversa essa que foi interrompida quando todos voltaram os olhares pra Gemma, que estava ajoelhada ao lado do caixão, cochichando alguma coisa. Ela coloca a mão no peito de Chaz, se inclina e beija sua bochecha. Assim que Gem volta, nos dirigimos para segunda fileira de cadeiras, ao lado dos garotos.

Um pastor posiciona-se ao lado do caixão e fala um pouco de como Charles era um garoto saudável e de como sonhava em ir para a faculdade, sobre seu amor pelo futebol americano. Eu já estava começando a ficar irritado com toda aquela baboseira. Eu mal conhecia Chaz, mas tinha certeza de que ele teria achado absolutamente horrível o jeito como falavam dele. E assim como eu, Gemma não conseguiu evitar um suspiro de repulsa.

- Quanta idiotice, Curly Boy.

Eu me virei e vi Louis sentado atrás de mim.

Usava um terno de linho preto, uma camisa branca e uma gravata azul. Parecia estar vestido para um casamento, não para um enterro.

- Oremos. – o pastor falou.

Mas enquanto todo mundo baixava a cabeça e sussurrava uma oração, eu encarava boquiaberto a figura dos olhos azuis.

- Achei que você e Gemma precisassem de mim aqui quando Liam contou que Charles havia morrido. – ele sussurra. – Eu não faço a mínima idéia de quem seja Charles, mas eu sinto muito pela perda. – os cantos de seus olhos denunciam um sorriso.

- Eu agradeço. – digo ainda surpreso.

Gemma se vira pra trás e cumprimenta Louis, mas logo em seguida pede para que fiquemos em silêncio e tenhamos um pouco de respeito pelo namorado falecido. Só que era quase impossível não olhar para trás de vez em quando.


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