Capítulo 13

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- Minha mãe não nos permitirá seguir com isso, Harry. - ele olhou pra mim. Estava triste. - Ela não concorda com isso, nossos costumes abolem a homossexualidade.

- Não há nada que eu possa fazer. - olhei-o. - Eu estou apaixonado por você.

- Eu também, mas o que eu sinto por você é algo proibido. Eu não posso continuar com isso e já te disse o porque.

Não disse nada. Apenas soltei sua mão.

- E quando você for embora... Ah meu Deus, não quero nem pensar nisso. - ele continua falando e eu o ignoro. - Harry, me escuta! - agarra meu pulso.

- Será que dá pra você calar a droga dessa boca por um segundo? - grito. - Eu não quero mais escutar sua voz, escutar você dizer que nosso amor é impossível, porque você sabe muito bem que não é!

- Eu só quero de poupar de tudo o que virá a acontecer se ficarmos juntos, Harry. É difícil entender? - ele me olha ainda mais triste.

- Você está me machucando. - olho para a mão que segura fortemente meu pulso e ele a solta. - Eu não quero ouvir o que você tem a dizer. - enfio-me no saco de dormir e ele se deita sobre algumas folhas secas virado de costas pra mim.

A última vez que chorei foi há exatamente alguns dias atrás, quando Lilian simplesmente me deixou. E agora eu estava sendo deixado novamente.

Nunca entendi o porquê de meus relacionamentos não durarem muito, e dentre todos, esse seria classificado com o melhor dos piores. Na verdade, eu não sabia nem se "isso" poderia ser considerado um relacionamento, já que não houve um pedido de nenhuma das partes.

Já era de manhã quando abri os olhos e me dei conta de que Louis não estava mais na barraca. Abri o zíper da mesma e sai para procurá-lo e me desculpar. A fogueira da noite passada já havia se transformado em brasa e a madeira em grandes pedaços de carvão. Os garotos ainda estavam dormindo nas outras barracas. E nenhum sinal de Louis.

Cruzei a ponte e fui até o carro. Nada.

Então desci a colina e pude ver a base que atacamos. Soltei um riso bobo quando me lembrei da correria daquela noite. Continuei caminhando até chegar à margem do lago. E lá estava ele, sentado, jogando pedrinhas na água.

- Posso me sentar com você? - digo e ele assente. - Me desculpe por ontem. - Louis não diz nada. - Eu tenho medo de te perder, Louis. Muito medo. - olho-o. - E não é nada fácil aceitar que não podemos ficar juntos, porque você é tudo o que eu mais quero agora.

Ele me beija e faíscas percorrem meu corpo da cabeça aos pés. Então me olha enquanto seu polegar enxuga minhas lágrimas.

- Você não vai me perder. - ele diz. - Nós só precisamos manter isso em segredo. Você me entende?

- Sim. - balanço a cabeça e ele sorri.

Eu não era a melhor pessoa para manter algo em segredo, mas daria o meu melhor.

Sparks L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora