capitulo 8

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   Chego no escritório, sento na minha mesa e fico pensando no que eu iria fazer. Eu não queria aceitar a proposta mas aquela era minha única saída, eu não conseguia pensar em outra coisa.
   Passei a noite conversando com meu pai, tentava achar outra saída, mas meu pai estava totalmente desacreditado de que o dono do cassino, o tal Oscar fosse querer me ouvir. Agora eu sabia por que aquele cara ligava tanto pra ele, devia estar cobrando o dinheiro. Eu estava furiosa com meu pai, e mesmo que ele tivesse me explicado mil vezes que fez aquilo por que, minha mãe vivia reclamando por ele ter gastado todo o dinheiro da herança dela com seus "negócios" e agora ela ter ficado pobre, eu nunca entenderia. Na verdade entendo a fúria da minha mãe contra ele.

Quando meus pais se conheceram meu avô, que era um dos donos de uma empresa de avião, não estava mais vivo. Então quando minha mãe engravidou, minha avó teve a brilhante idéia de obrigar meus pais a se casarem. Enquanto ela estava viva ela vendeu a metade da empresa que herdou, para o sócio do meu avô. A questão é que ela morreu, e minha mãe herdou tudo mais meu pai, como sempre estragou tudo.

   Vejo Arthur entrar na sala com uma cara não muito boa. Fico observando ele se ajeitar, e percebo que ele está com um machucado na sobrancelha esquerda, fico intrigada aquilo parecia ferimento de briga. Eu não conhecia Arthur a muito tempo, mas ele não me parecia o tipo de homem que brigava fisicamente com ninguém.
  Eu sabia que precisava falar com ele, mas ele sequer me deu bom dia, só entrou embrurrado e olhou os seus papéis, como sempre. Eu não sabia o que tinha naqueles papéis, mas pareciam ser muito importantes, todos os dias ele os examinava, guardava e trabalhava.

_ Malu_ ele me chama ainda sério. Me levanto e ao olhar pra ele daquele jeito minhas pernas tremem.

_ Sim.

_ Ligue para o hospital por favor, pergunte sobre meu pai _ ele diz ainda olhando para os papéis.

_ Sim senhor.

Eu  sabia pouco sobre o pai de Arthur. Na verdade eu só sabia que o nome dele era Olavo boldrié, e que ele era um homem muito grosso. Os funcionários mas antigos falavam que o senhor Olavo era um homem autoritário, e que não aceitava nenhum tipo de insubordinação. Sobre o infarto, eu não sei muita coisa, uns diziam que ele passou mal quando soube que o filho queria casar com uma menina pobre, outros dizem que foi castigo divino por ele ter feito tanta coisa ruim aos filhos, cada um tinha sua própria historia sobre o assunto.

Ligo para o hospital e faço o que Arthur me mandou, pergunto sobre o pai dele, mas as noticias não eram boas,  fico me perguntando como contaria pra ele?
Droga! Por que eu? não basta os meus problemas agora os dele?

Me aproximo da mesa e ele ainda não me olha...

_ Senhor...

_ Sim

_ Eu... Liguei para o hospital e... Disseram que seu pai entrou em estado de coma _ tento ser cautelosa, mas não sou.

Ele larga os papeis e da um soco na mesa, eu me assusto e fico parada ali na frente dele. Ele parece confuso, desnorteado, sem rumo.

_ Senhor... Quer que eu faça algo?_ pergunto na tentativa de acalma-lo, estava preocupada com ele.

_ Case-se comigo! _ ele diz de uma vez só. Ele ainda me olha, e não vejo dúvida nenhuma em seu olhar.

Mesmo que já tivesse planejado aceitar a proposta, me assusto com o jeito dele direto de falar.

_Mas..._ digo rouca

_ Case comigo Malu._ ele está de frente pra mim me olhando fixamente, aqueles olhos azuis me hipnotizam e ainda estou sem reação.

_ Sim_ falo em um impulso tão rápido que sequer percebo o que falei.

Ele me olha admirado e sorri, um sorriso tão lindo que me faz sorrir também.

***
Arthur

  Chego no escritório e me surpreendo por malu já estar lá, geralmente ela chega atrasada, muito atrasada. Não a comprimento, embora queira, mas estou sem humor pra joguinhos hoje.
  A malu não sabe, mas meus problemas vão além da doença do meu pai. A verdade é que eu não tenho família, o que eu tenho são sócios. Minha mãe é uma pirua descontrolada, não é má, mas parece que vive em outro planeta, e mesmo agora com a doença do meu pai ela não parou de comprar suas jóias, ao contrário agora ela decidiu que as roubaria também, virou uma cleptomaníaca. Eu e meus irmãos já paramos na delegacia duas vezes pra solta-la. Falando em irmãos, meus irmãos são o outros que só pensam em si mesmos, bem... Talvez a Beatriz não seja assim, mas tem meses que não nos falamos.
  Já meu irmão mais novo André, vive no meu encalço, esperando apenas uma oportunidade de me tomar a empresa. Foi por causa dele que cheguei aqui com minha sombrancelhas machucada. Aquele idiota foi até a minha casa ontem a noite, pra falar sobre a morte do nosso pai, ele queria metade da empresa, queria internar a nossa mãe, e queria roubar a parte da herança da Bia. Ok, eu nunca fui um cara muito família, mas achei um absurdo ele já planejar esse tipo de coisa. Enfim descutimos, e eu dei um soco nele, e pela minha sombrancelha é claro que ganhei outro, mas garanto que a cara dele esta bem pior que a minha.

***

Malu

   _ Malu, eu sei que vai parecer estranho pra você, mas preciso me casar rápido, de preferência nesse fim de semana _ ele me explica

_ Mas.. eu..._ como assim esse fim de semana? O cartório não demora três meses pra fazer essas coisas?

_ Malu, como já disse eu sei que parece estranho, mas é o único jeito._ ele se aproxima e me olha novamente agora com um olhar mais doce e terno_ Malu tem outra coisa _ ele da uma pausa suspira _ você não pode contar a ninguém do casamento, nem convidar ninguém, seremos só nós e as testemunhas que eu vou convidar.

_ Mas.. e meus pais? Como vou casar sem avisa-los?.

, eu sei que é de mentira, mas casar sem chamar meus pais? Isso não existe.

_ Malu_ ele põe as mãos no meu rosto e eu sinto todo meu corpo tremer_ por favor, ninguém pode saber até que estejamos casados, depois você pode contar pra eles.

Por um momento estamos ali frente a frente, ele tão perto de mim com as mãos no meu rosto, trocamos alguns olhares, ele se aproxima e eu me levanto.

_ Então... é isso, se é assim que o senhor quer, faremos._ falo com as pernas tremendo, e vou pra minha mesa.

Eu precisava do dinheiro, e já que tinha tomado aquela decisão faria as coisas como ele queria.

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